Candidato do PSOL faz campanha pró-liberação: 'Maconheiro, aperte o verde'
Candidato a deputado federal pelo PSOL de Minas Gerais, Dário de Moura tem chamado a atenção dos eleitores em seus vídeos de campanha pela postura em relação à cannabis e por defender a criação de uma bancada da maconha no Congresso Nacional.
Crítico da bancada do boi, da bala e da bíblia, que ele classifica como uma "vergonha" para o país, o candidato tem como uma de suas principais pautas a liberação do uso medicinal e recreativo da maconha no Brasil.
Em um jingle que tem circulado nas redes sociais, Dário faz um trocadilho entre a cor verde da erva e a cor verde do botão "confirmar" na urna eletrônica e convoca: "Maconheiro, aperte o verde".
"Boi, bala e bíblia, isso só nos envergonha. Agora queremos ver é a bancada da maconha", diz o candidato do PSOL em vídeo eleitoral.
A legalização da maconha com finalidade medicinal e para uso recreativo adulto é uma pauta que Dário de Moura defende há anos. Em 2020, quando disputou uma vaga como vereador por Belo Horizonte, ele tinha a mesma proposta para a capital mineira. Na ocasião, o político chegou a ter perfis no Instagram e Facebook bloqueados sob a acusação de fazer apologia ao crime.
Em entrevista à rádio Super 91,7 FM, Moura ponderou que a maconha deve ser tratada mais sob a ótica de saúde pública do que segurança.
"Os jovens, pobres e pretos compõem a maior parcela da população carcerária do país em função dessa abordagem equivocada das forças de segurança e das políticas públicas em relação à maconha", declarou.
Candidatos defendem uso medicinal da maconha
O candidato Dário de Moura do PSOL não é o único postulante a uma vaga no Congresso Nacional que defende a legalização do uso medicinal da maconha. Recentemente, outras candidaturas divulgaram documento em que ressaltaram a importância do tema, descrito como algo "imprescindível" a ser debatido.
O documento, que é assinado por 10 candidatos, entre os quais nomes como Paulo Teixeira (PT-SP), Eder Matos (MDB-SE), Mari Valentim (Cidadania-DF), Elayne Carvalho (PDT-CE) e o próprio Dário, destaca que "o preconceito e a desinformação são barreiras sólidas diante da desconexão entre a ciência, a tecnologia e as políticas públicas que têm sido adotadas no Brasil".
No texto, os candidatos dizem que o Brasil precisa aprender a partir da experiência de países "que estão na nossa frente no processo de regulamentação", a exemplo de Israel, Estados Unidos e Portugal.
"Precisamos encontrar uma solução efetiva diante da guerra às drogas. Nós, candidatos e candidatas abaixo-assinados neste manifesto, pretendemos acabar com a hipocrisia que envolve a questão da cannabis no Brasil, colocando as eleições de 2022 como um marco deste processo", afirma o documento.
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