Magnotta: Bolsonaro faz obra de ficção hollywoodiana em discurso na ONU
Em participação no UOL News, a colunista do UOL Fernanda Magnotta falou sobre o discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Para Magnotta, o presidente vendeu um país que não existe em seu discurso, como uma verdadeira "obra de ficção hollywoodiana".
"Discurso é quase uma obra de ficção hollywoodiana que a gente ouviu", começou. "A realidade brasileira é muito diferente dessa que o presidente descreveu e ela é amplamente documentada, repercutida e discutida na arena internacional. Os líderes, todos, evidentemente estão muito a par do que acontece no Brasil", completou.
Magnotta ainda relembrou reveses na economia brasileira, os problemas enfrentados durante a pandemia de covid-19 e a falta de políticas efetivas para o meio ambiente para destacar que a realidade brasileira é diferente daquela vendida pelo presidente em seu discurso.
"Bolsonaro fala à comunidade internacional nesse evento da ONU tentando construir a narrativa de um legado positivo, quando as evidências concretas foram amplamente divulgadas e são muito conhecidas por boa parte daqueles que ali representavam seus interlocutores. Não me parece que a comunidade internacional se convence com esse discurso, ao contrário, acho que em alguma medida causa certa consternação pelo uso do púlpito da ONU como palanque eleitoral e um espaço de comício".
Ainda durante participação no UOL News, ela também comentou sobre a fala de Bolsonaro defendendo a liberdade religiosa e tentando relacionar governos de esquerda a uma possível perseguição, citando, sobretudo, o caso da Nicarágua.
"A Nicarágua virou esse grande mote para dizer de certa forma e insinuar que se eventualmente a esquerda chegar ao poder vai perseguir os religiosos. Me parece que foi uma tentativa de produzir essa correlação e estamos diante de uma manipulação em próprio favor desse fato", finalizou.
Josias de Souza: Discurso de Bolsonaro na ONU passou pelas mãos de Flávio, ministro e marqueteiro
O colunista do UOL Josias de Souza afirmou que o discurso de Bolsonaro na ONU não passou apenas pelo Itamaraty e pelo próprio presidente. Outras três pessoas interferiram.
"Esse tipo de discurso é preparado pelo Itamaraty e enviado ao presidente. Ele pode seguir ou não essa proposta. Quando o chanceler era Ernesto Araujo, Bolsonaro seguia de 80% a 90% essa sugestão, porque era um absurdo. O Brasil era um pária internacional orgulhoso. Sob o chanceler Carlos França, o Itamaraty tenta introduzir racionalidade. Mas o discurso vai para o presidente e ele remodela. Neste ano, o discurso passou por três personagens vinculados à campanha: o filho Flávio Bolsonaro, o ministro Fábio Faria, das Comunicações, e o marqueteiro do PL, Duda Lima", contou Josias.
O colunista também avaliou que "todos discursos de Bolsonaro na ONU foram muito precários" e que "o Brasil nunca esteve tão mal representado no cenário internacional".
Madeleine: Silas Malafaia com Bolsonaro em Londres e na ONU está pegando mal até entre evangélicos
Madeleine Lacsko, colunista do UOL, comentou sobre a viagem de Bolsonaro a Londres e afirmou que a presença do pastor Silas Malafaia na comitiva não tem repercutido bem, inclusive entre apoiadores do presidente.
"O Malafaia está na comitiva e até agora não entendi o que esse homem está fazendo. Até no mundo evangélico isso está pegando mal. Bolsonaro caiu entre os evangélicos", declarou Madeleine.
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