Pesquisador do Datafolha é agredido e ameaçado com faca por bolsonarista
Um pesquisador do instituto Datafolha foi agredido ontem com chutes e socos por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Ariranha, cidade localizada a 388 km da capital paulista, segundo informação publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, o funcionário entrevistava uma pessoa, quando Rafael Bianchini se aproximou e, aos gritos, passou a exigir que também fosse ouvido para o levantamento. "Só pega Lula" e "vagabundo" foram alguns dos termos gritados pelo bolsonarista no meio da rua.
As diretrizes do Datafolha, no entanto, não permitem a entrevista de pessoas que se prontificam a participar das pesquisas.
O ataque ao pesquisador teria começado quando a entrevista com o outro morador foi finalizada. Ele foi atingido pelas costas, e o tablet usado para a entrevista foi derrubado no chão. Quando o pesquisador reagiu às agressões, ele passou também a ser atacado por um filho do bolsonarista. Os vizinhos precisaram intervir no ataque.
Na sequência, o homem entrou em sua casa e voltou instantes depois ameaçando-o com uma peixeira. O filho o conteve.
O pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agressão. Estamos acompanhando um aumento da hostilidade em relação aos pesquisadores e isso é muito preocupante. Luciana Chong, diretora do Datafolha, em entrevista à Folha
O pesquisador foi atingido com chutes na cabeça, nas costas e nos braços. Ele foi atendido num pronto-socorro da cidade e liberado. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia da cidade.
O Datafolha contabilizou dez intercorrências em municípios de diferentes regiões do país, num universo de 470 pesquisadores. Houve casos em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Funcionária do Datafolha é hostilizada
Na semana passada, uma funcionária do instituto foi abordada e hostilizada por um segurança de um estabelecimento comercial após realizar uma entrevista em frente a este local. As imagens foram divulgadas nas redes sociais.
"Esse segurança estava filmando a pesquisadora quando a abordou, perguntou se ela trabalhava para o Datafolha e solicitou que ela o entrevistasse", disse a empresa à agência Reuters.
Na própria gravação, um dos homens assume que se prontificou a participar da pesquisa: 'Eu falei pra ela: 'faz a pergunta'. Quando a gente falou que era Bolsonaro ela saiu correndo".
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