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Bolsonaro nega sofrer resistência do eleitorado feminino: 'É uma narrativa'

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

26/09/2022 19h57Atualizada em 26/09/2022 20h52

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) negou nesta segunda-feira (26) sofrer resistência do eleitorado feminino na corrida eleitoral. Apesar da declaração, a última pesquisa Datafolha, divulgada em 23 de setembro, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49% das intenções de voto entre o grupo contra 29% do atual chefe do Executivo.

Bolsonaro definiu a rejeição como "narrativa por parte daqueles que me acusam". A resposta foi dada durante sabatina no Jornal da Record, conduzida pelo jornalista Eduardo Ribeiro.

"Não é resistência, é uma narrativa por parte daqueles que me acusam, porque não têm mais nada do que me acusar. Essa acusação, repito, Eduardo, é desde antes de 2018: 'Ele não gosta de mulher'", disse Bolsonaro.

Em sua justificativa, o candidato citou sua filha, netas e esposa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro. "Eu quero o bem delas. Por que eu seria contra as mulheres? Não justifica isso. É uma narrativa que, com fatos, a gente mostra que fizemos muito mais que vários outros governos juntos no passado", afirmou.

Ataques contra mulheres. Bolsonaro frequentemente recebe críticas sobre ataques que faz contra mulheres. No debate dos presidenciáveis no UOL, o candidato atacou a jornalista Vera Magalhães ao ser questionado sobre a atuação do governo federal nas campanhas de vacinação.

"Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse o presidente.

Em junho deste ano, a Justiça de São Paulo condenou o presidente a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, por danos morais.

O processo aconteceu, porque em fevereiro de 2020, o presidente disse a apoiadores que a jornalista "queria dar o furo a qualquer preço contra mim". "Furo" é um jargão jornalístico para uma informação exclusiva.

A declaração de Bolsonaro era em referência ao depoimento de Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparo em massa por WhatsApp. Nascimento mentiu à CPI das Fake News no Congresso, dizendo que a jornalista se insinuou sexualmente para ele em troca de uma reportagem.

Sua campanha passou a usar mais a imagem da primeira-dama para ganhar atenção das mulheres na corrida eleitoral deste ano.

Lula processou emissora. Bolsonaro é o primeiro candidato à presidência que é sabatinado pela emissora. Lula era o primeiro a ser entrevistado, mas não compareceu ao encontro —sua campanha processou a Record pela data agendada.

A alegação dos advogados foi de que a Record escolheu uma data que renderia menos audiência na comparação com as sabatinas dos demais candidatos.

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) serão entrevistados na terça (27) e na quarta (28), respectivamente.