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Bolsonaro evita responder sobre vacina e ataca Vera Magalhães e Tebet

Do UOL, em São Paulo

28/08/2022 22h22Atualizada em 28/08/2022 23h39

O presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ser escolhido para comentar uma resposta do candidato Ciro Gomes (PDT) sobre vacinação, não fez comentários em relação ao tema e atacou a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, e a candidata Simone Tebet (MDB) durante o debate presidencial.

Vera Magalhães havia questionado Ciro sobre a cobertura vacinal do Brasil e perguntou ao candidato se as desinformações sobre o imunizante contra a covid-19, que inclusive foram disseminadas por Bolsonaro, podem ter tido impacto na queda vacinal no país.

O atual chefe do Executivo respondeu que não podia "esperar outra coisa" da jornalista.

Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro."
Jair Bolsonaro sem responder ao tema perguntado

Ataque contra jornalista e candidata: Bolsonaro continuou desviando do tema criticando a CPI da Covid e disse que Tebet era "uma vergonha no Senado Federal". A senadora recebeu grande notoriedade por sua participação na comissão ao longo do ano passado.

Não tô atacando mulheres, não. Não venha com essa historinha... De se vitimizar. Vera, você realmente foi fantástica, né? Deu oportunidade para falar um pouco de verdade sobre você."
Bolsonaro

Óleo essencial: Sem citar os ataques sofridos pelo presidente, a jornalista sugeriu em seu Twitter que óleo essencial é importante para "momentos de nervosismo". "Acalma que é uma maravilha", escreveu Vera, usando a hashtag do debate.

Solidariedade imediata das mulheres: Tebet e a candidata Soraya Thronicke (União Brasil) foram solidárias à jornalista. Ciro falou mais adiante apenas, chamando Vera de "uma amiga". Lula mencionou também seu apoio nas considerações finais.

Tebet chegou a pedir direito de resposta, mas teve a solicitação negada. Soraya, ao prestar solidariedade a jornalista, disse que fica "chateada" com situações como essa.

"Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Aí eu fico brava, sim", falou em referência ao youtuber que chamou Bolsonaro de "tchuchuca do centrão".

Ataques são frequentes: Bolsonaro recebe com frequência críticas sobre seus ataques contra jornalistas mulheres. Em junho deste ano, a Justiça de São Paulo condenou o presidente a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, por danos morais.

Em fevereiro de 2020, o presidente disse a apoiadores que a jornalista "queria dar o furo a qualquer preço contra mim". "Furo" é um jargão jornalístico para uma informação exclusiva.

A declaração de Bolsonaro era em referência ao depoimento de Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparo em massa por WhatsApp. Nascimento mentiu à CPI das Fake News no Congresso, dizendo que a jornalista se insinuou sexualmente para ele em troca de uma reportagem. As declarações foram contestadas em mensagens de texto e em áudios divulgados pela Folha.