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Janaina: Bolsonaro tenta atrapalhar minha candidatura, mas não vejo traição

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/09/2022 17h39Atualizada em 26/09/2022 17h57

Candidata ao Senado pelo PTRB em São Paulo, a deputada estadual Janaina Paschoal disse, durante o programa UOL Entrevista, que não esperava receber apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas foi surpreendida com a tentativa dele "atrapalhar" sua campanha.

Janaina foi uma das grandes apoiadoras de Bolsonaro em 2018, o que, segundo ela, aconteceu por acreditar que o então candidato ao Planalto defendia as mesmas pautas que ela. "Não me sinto traída [politicamente] porque ninguém nunca me prometeu nada, nem eu pedi. Não vejo traição, vejo incompatibilidades e falta de sensibilidade de entender que pessoas que pensam diferente podem ter lugar. A traição é às pautas, não à pessoa Janaina Paschoal", afirmou.

Em São Paulo, Bolsonaro apoia a candidatura do seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes (PL) ao Senado, que aparece em segundo lugar na pesquisa da Quaest Consultoria divulgada hoje, com 25%.

Pontes está empatado tecnicamente com o ex-governador Márcio França (PSB), que tem 26% das intenções de voto. Janaina aprece em terceiro, com 5%.

Para Janaina, o apoio de Bolsonaro ao ex-ministro foi uma "demonstração de força" entre os políticos. "Não dá para comparar a história que eu tenho de defesa da vida, das liberdades e de enfrentamento jurídico com o candidato apoiado pelo presidente", detalhou.

A deputada frisou que o afastamento com Bolsonaro se deu pela falta de alinhamento com o "pensamento e estilo" dele.

"Não havia expectativa de que o presidente me apoiasse como candidata, o que eu não esperava era que ele atuasse para me atrapalhar. E isso eu entendo que ocorreu: uma atuação deliberada para me atrapalhar", afirmou.

Janaina: Não tenho como votar em Lula, é ao contrário de tudo que acredito

Apesar do distanciamento com Bolsonaro, Janaina Paschoal afirmou que considera votar no presidente da República no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, a escolha já é certa.

"No primeiro turno, estou avaliando [votar em Bolsonaro]. No segundo turno, não tenho como votar no Lula, é ao contrário de tudo que acredito. Todos teremos que escolher o caminho menos ruim", disse a deputada.

Segundo Janaina, Lula "não defende a democracia". "Ele fala até hoje que Cuba e Venezuela são democracias. Não dá. Não consigo ver esse democrata no Lula, e ele vem com o 'pacote' de uma esquerda que quer legalizar aborto e drogas. São pautas que eu não concordo", afirmou.

Janaina Paschoal: 'Não vou aceitar ser ministra, nem do STF, se for eleita senadora'

Questionada se trocaria a cadeira de senadora por outra oferecida pelo próximo presidente da República, Janaina Paschoal negou essa possibilidade.

"Se eu for eleita senadora, não assumirei ministério, nem secretaria e digo mais: se convidada a ser ministra do Supremo, recusarei no curso dos oito anos."

A parlamentar se descreveu como a "única candidata" na disputa que "deseja ser senadora", pois os demais concorrentes já sinalizaram que têm outros interesses.

"Parece normal na política que a pessoa concorra [ao Senado] para depois migrar para um cargo no Executivo. É triste que o Senado seja usado como trampolim", avaliou.

O UOL Entrevista vai ao ar às segundas e quintas-feiras, às 10h.

Onde assistir: ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: