Bolsonaro evita perguntar a Lula e convida D'Avila para criticar a esquerda
No terceiro bloco do debate da TV Globo, hoje à noite, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou confronto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quando teve a chance de fazer uma pergunta de tema livre, o atual chefe do Executivo preferiu se dirigir ao empresário Felipe D'Avila, candidato pelo Novo.
Bolsonaro e Lula duelaram no primeiro bloco, mas não por meio de uma pergunta direta, e, sim, por razão de pedido de direito de resposta. O atual presidente chamou o petista de "presidiário" e "mentiroso" e, em resposta, Lula lembrou as suspeitas de rachadinha sobre a família de Bolsonaro e os sigilos decretados sobre informações do governo.
Já no diálogo com Felipe D'Avila, Bolsonaro preferiu usar a pergunta para exaltar os números da economia. "Completamos três meses de inflação negativa, o PIB está para cima, a gasolina foi lá para baixo, o etanol também, temos realmente criando emprego no Brasil. A previsão é nós criamos esse ano, o Brasil criar três milhões de novos empregos. Qual a sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?", perguntou.
D'Avila, então, respondeu a Bolsonaro:
"Bom, seria um desastre, é mais estado intervindo na economia, prejudicando o mercado, separando o Brasil das cadeias globais de valor, ou seja, é tudo o que nós não queremos. Nós precisamos avançar com a agenda liberal", ressaltou, em seguida.
Tabelinhas. A interação entre Bolsonaro e Felipe D'Avila não foi a única que o presidente aproveitou o tom amigável do oponente para exaltar a própria candidatura. Logo no primeiro bloco, Bolsonaro foi convidado ao púlpito por Padre Kelmon (PTB), que já havia saído em defesa do presidente no debate presidencial do SBT, no último dia 24.
No debate da TV Globo, Kelmon afirmou que Bolsonaro "enfrentou a pandemia com 500 milhões de doses de vacina" e garantiu o auxílio emergencial no "fique em casa que a economia a gente vê depois", um mote usado frequentemente pelo presidente para atacar as medidas de contenção da pandemia.
Aproveitando a deixa, Bolsonaro exaltou números do próprio governo e devolveu a palavra a Padre Kelmon, que atacou Lula, o PT e a esquerda latinoamericana.
Como está a corrida eleitoral? A pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada hoje, deixa em aberto a possibilidade de Lula vencer no primeiro turno. O petista aparece com 50% dos votos válidos —quando são excluídos brancos, nulos e indecisos. Com a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, teria entre 48% e 52%. Bolsonaro segue em segundo lugar com 36%.
A pesquisa do Datafolha foi feita com entrevistas coletadas de 27 a 29 de setembro, antes do debate da TV Globo. Para o próximo dia sábado (1), véspera do primeiro turno, está prevista a divulgação de mais um levantamento do Datafolha, além de levantamentos do Ipec (ex-Ibope) e do Ipespe/Abrapel.
A pesquisa mais recente do Ipec, divulgada no último dia 26, também reforça o panorama de uma possível mas incerta vitória de Lula em primeiro turno. O ex-presidente marcou 52% de votos válidos e, com a margem de erro, fica entre 50% e 54%. Já Bolsonaro aparece com 34% dos votos válidos nesta sondagem.
*Participam desta cobertura:
Em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Beatriz Gomes, Caê Vasconcelos, Gilvan Marques, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy, Letícia Mutchnik e Rafael Neves.
No Rio de Janeiro: Felipe Pereira e Lucas Borges Teixeira.
Em Brasília: Camila Turtelli, Gabriela Vinhal, Hanrrikson de Andrade e Letícia Casado.
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