Leia a íntegra do segundo bloco do debate presidencial na Globo
O terceiro e último debate entre candidatos à Presidência da República nas Eleições 2022 aconteceu nesta quinta-feira (29), realizado pela Rede Globo. Participaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Luiz Felipe D'Avila (Novo) e Kelmon Souza (PTB), o Padre Kelmon.
No segundo bloco, Soraya e Padre Kelmon ofuscaram os outros candidatos, com embate direto recheado de memes —a candidata chamou o adversário de "padre de festa junina" e errou o nome dele.
Leia a íntegra do segundo bloco do debate na Globo:
[William Bonner]: Nós estamos de volta com o debate para Presidente da República. E como eu disse, no começo, neste bloco, as perguntas vão ser sobre temas que eu vou sortear dessa urna aqui. Novamente, cada candidato pergunta e responde uma vez só. Vamos ver então qual vai ser o primeiro tema a ser abordado em pergunta neste segundo bloco. Cotas raciais. É o tema da pergunta, que será feita por Luiz Felipe D'Avila, candidato sorteado para abrir esse bloco de perguntas. Candidato, por favor, o senhor se dirija ao púlpito e diga a quem o senhor pretende fazer a pergunta sobre cotas raciais.
[Felipe D'Avila]: Ao Presidente Lula.
[William Bonner]: Candidato Lula, pode vir até o púlpito, por gentileza. 30 segundos de pergunta, por favor, candidato.
[Felipe D'Avila]: Presidente Lula, no seu governo, 120 bilhões de reais se perderam na corrupção, e isso afetou muito a questão de cotas, afetou tudo, afetou a saúde, afetou a educação. Eu gostaria que o senhor explicasse um pouco para o povo brasileiro como o senhor, se eleito presidente, vai governar o país? Como um chefe do governo que sabia desses 120 bilhões que foram desviados ou como alguém incompetente que não sabia o que aconteceu?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Felipe, você pode pelo menos me dar a fonte sua? Porque eu estou vendo aqui uma citação de números, sem nem uma fonte. Me dê uma fonte.
[Felipe D'Avila]: Vou te dar fonte.
[William Bonner]: Aguarde, por favor.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Deixa eu lhe falar uma coisa. Eu quero que você preste atenção. De vez em quando as pessoas vêm aqui e falam com uma facilidade de números ou coisa parecida, sem nenhuma experiência concreta de saber o que é uma máquina pública ou gerar máquina pública. Eu queria que você apenas compreendesse que a lei de cotas é o pagamento de uma dívida que o Brasil tem de 350 anos de escravidão. A lei de cotas, ela permite que a gente recupere a possibilidade, sabe, de enfrentar o racismo, de enfrentar o preconceito, de enfrentar a marginalização, de dar ao povo periférico a oportunidade de estudar, de ter direito nesse país. E você não sabe o prazer que eu tenho de ter sido um presidente que não tem diploma universitário, que tirou a universidade brasileira de três milhões e meio de estudantes para oito milhões de estudantes. Você não sabe o orgulho que eu tenho de saber que meninas da periferia, negras, filhas de empregada doméstica, de faxineiro, de lixeiro, que carrega na prefeitura tem filho fazendo engenharia, medicina, diplomacia, essa é a coisa importante que nós temos que fazer, dar às pessoas que durante tanto tempo não tiveram direito, o direito de ganhar cidadania. Nós fizemos isso. E eu quero que você me dê as fontes.
[Felipe D'Avila]: Te dou várias fontes, Lula. 300 milhões de reais foram devolvidos aos cofres públicos por um diretor da Petrobras, 110 milhões de reais foi a conta deixada do rombo de Dilma Rousseff na eletricidade brasileira. Olha, 120 bilhões é muito dinheiro, eu acho que você deve pedir desculpas ao povo brasileiro pelo roubo no seu governo, pelo assalto que foi o seu governo. Você deveria pedir desculpas, porque 120 bilhões de reais fez falta na vida de muita pessoa, mas não fez falta na vida da turma do PT nem na sua.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Você agora disse 300 milhões e 120 milhões. Deixa eu falar uma coisa para você, o problema de pessoas como você que querem entrar na política e aparecem como as pessoas que vão somar no mundo, nunca deram certo nesse país. Você está diante de uma pessoa que eu quero que você olhe, que é o presidente que mais teve preocupação com a inclusão social nesse país. É por isso que eu voltar. Eu vou voltar porque o povo brasileiro quer que eu volte. Eu vou voltar porque o povo brasileiro está com saudade. Está com saudade de ter emprego, de ter aumento no salário mínimo, de ter oportunidade de ter mais saúde, de ter Farmácia Popular, de ter um Brasil sorridente, de ter o Samu funcionando melhor, de ter acesso a especialista nesse país. É por isso que o povo quer que eu volte. Sabe por quê? Porque eu não sou boquirroto, eu gosto de cuidar do povo, eu não gosto de governar o povo. Eu gosto de cuidar. Eu quero que as crianças possam comer, tomar café, almoçar, jantar, ir para a escola bem-vestida decentemente, que as pessoas possam trabalhar e ser respeitadas, que a empregada doméstica tenha registro em carteira, tenha férias, jornada de trabalho, que ela tenha horário de almoço, que ela não seja tratada como se fosse uma cidadã de segunda categoria. Esse Brasil que eu aprendi a construir, que vocês nunca construíram, esse país que um operário deu ao povo brasileiro que a elite nunca conseguiu dar.
[William Bonner]: Tempo, candidato. Candidatos, muito obrigado. Os senhores podem retornar a seus postos. Eu vou agora sortear então o tema da próxima pergunta, que será feita pela candidata Simone Tebet. "Mudanças climáticas" é o tema da pergunta que a candidata Simone Tebet vai fazer agora. Eu peço que a senhora se aproxime do púlpito e indique, por favor, a quem a senhora vai dirigir a sua pergunta.
[Simone Tebet]: Candidato Bolsonaro.
[William Bonner]: Candidato Bolsonaro, pode se dirigir ao púlpito. Trinta segundos para a pergunta, por favor, candidata.
[Simone Tebet]: Candidato Bolsonaro, o seu governo foi o governo que mais deixou os nossos biomas, florestas, o meu pantanal e a Amazônia queimarem e serem devastadas. O maior desmatamento dos últimos 15 anos. Ao invés de proteger as florestas e cuidar da vida das pessoas, o seu governo cuidou e protegeu mineradores, invasores de áreas públicas e madeireiros. O senhor, nesse aspecto, foi o pior Presidente da história do Brasil. O que o senhor faria de diferente nos próximos quatro anos?
[Jair Bolsonaro]: Senhora candidata, eu morei em Nioaque, Estado do Mato Grosso do Sul, conheço muito bem o Pantanal sul-mato-grossense, não é verdade o que a senhora está falando aqui. Periodicamente, pega fogo na região. Mas nós temos no Brasil 2/3 das nossas florestas preservadas da mesma maneira quando o Pedro Álvares Cabral aqui chegou. Nós somos exemplo para o mundo. Nós somos o país, que apesar de estar na décima economia do mundo. Nós somos o país que, apesar de agora entrar na 10ª economia, que menos emite gases de CO2, esse é o Brasil nosso. A senhora deve ter um pouquinho de noção de tamanho do que é a nossa floresta amazônica, ela equivale a uma Europa Ocidental? Como tomar conta disso tudo? No corrente ano, não tivemos notícias de incêndios, nem no seu Pantanal, nem na floresta amazônica, a não ser o que acontece quase corriqueiramente, então, não são verdade esses dados. Nós botamos todas as Forças Armadas para combater incêndio, e a resposta está aí. Agora, é uma briga de narrativas, de informações, porque o nosso agronegócio é cobiçado. E a senhora está com muito ciúmes da Tereza Cristina que tirou sua vaga do Senado Federal por Mato Grosso do Sul.
[Simone Tebet]: É impressionante, mente tanto que acredita na própria mentira. Mas vamos lá, o mundo virou as costas para o Brasil. Porque o Presidente apoia projetos que são verdadeiros retrocessos. Quer destruir a Amazônia. A Amazônia e o meio ambiente são vida, e significa comida mais barata na mesa do brasileiro. Eu sou do agronegócio. A falta de chuva em Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul está fazendo com que a gente produza menos, e a comida chega mais cara na sua mesa. Eu, eleita Presidente da República, desmatamento ilegal zero. E sabe mais o que vou fazer? Vou fazer um revogaço nesses decretos que tiram dos órgãos de fiscalização de proteger a Amazônia. Porque quando não protegemos a Amazônia, nós descompensamos o clima. As chuvas em excesso nos grandes centros, nas comunidades pobres, derrubam as casas, matam a vida das pessoas mais humildes. Meio ambiente é vida e, portanto, precisa e vai ser preservado no meu governo.
[Jair Bolsonaro]: Então a falta de chuva é responsabilidade minha? Parabéns. Senhora candidata, eu fui à Rússia, quando estava toda a imprensa contra mim, fui negociar fertilizantes para o agronegócio. Os navios chegaram. O homem do campo está produzindo. Nós garantimos a segurança alimentar para o povo brasileiro para mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, e a senhora não falou nada no tocante a isso. No mínimo, um elogio, que eu fui negociar com a Rússia fertilizantes para o nosso Brasil. Eu levei paz ao campo, titulando terras. São 420 mil lotes que nós titulamos. Acabou o trabalho do MST. Por isso o agronegócio, que a senhora diz que é deles, tanto me ama, e não ama a senhora. Essa é mais uma diferença. E mais ainda, desses 420 mil lotes, 80% são para as mulheres. Eu defendo as mulheres do campo também. Mais ainda, com a questão...
[Simone Tebet]: Não fez mais do que a obrigação, porque está na lei.
[William Bonner]: Candidata, a senhora não pode interrompê-lo.
[Jair Bolsonaro]: Posso continuar aí?
[William Bonner]: Seu tempo, candidato. Vamos lá.
[Jair Bolsonaro]: Então eu levei paz e tranquilidade ao homem do campo. As multas eram algo abusivo, e a senhora nunca falou nada enquanto senadora. Precisou eu chegar, com o Ricardo Salles, e moralizarmos a questão de multas. Reduzimos em 50% as multas aplicadas no campo. Nós levamos paz ao campo, segurança e tranquilidade; e o respeito, eles têm com um homem que se preocupa de verdade com o agronegócio, que está sempre trabalhando para que o Brasil produza mais para nós e para o mundo.
[William Bonner]: O senhor tem mais dez segundos, candidato, se quiser usar.
[Jair Bolsonaro]: A questão das armas também. Nós demos, juntamente com o Parlamento, o porte estendido ao homem do campo. Ou seja, mais segurança no campo, mais produção e o pessoal me ama?
[William Bonner]: Tempo, candidato. Muito obrigado pela participação dos dois, eu peço que os dois retornem a seus locais. Eu vou sortear agora o tema da próxima pergunta, que será feita pelo Padre Kelmon. Padre Kelmon vai fazer uma pergunta sobre educação. O senhor poderia se dirigir ao púlpito, Padre Kelmon? Muito obrigado. O senhor vai perguntar a quem?
[Padre Kelmon]: Lula.
[William Bonner]: Candidato Lula já foi, candidato.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Já fui.
[William Bonner]: O senhor quer que eu dê a lista das pessoas a quem o senhor pode perguntar?
[Padre Kelmon]: Ciro Gomes.
[William Bonner]: Ciro Gomes. Ciro Gomes ainda não foi. Por favor, candidato. 30 segundos para a pergunta, por favor, Padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: Hoje, os filhos dos ricos estudam de graça em universidades públicas, enquanto o filho do pobre, que não tem uma boa educação de base, acaba tendo que pagar por universidades particulares. As universidades públicas viraram fábricas de militante a serviço do PT. Como você espera acabar com isso?
[Ciro Gomes]: A Colômbia, que é um país muito mais pobre do que o Brasil, garante 25 vagas para cada— quer dizer, 25 vagas para— 18 vagas para cada... grupo de garotos de 18 a 25 anos. 42 vagas— só corrigindo: 42 vagas para cada grupo de garotos de 18 a 25 anos. O Brasil só dá 18 vagas. Portanto, o último lugar onde a classe média está obrigada a pagar dobrado para viver, ter algum retorno do Estado brasileiro, que é certamente muito oneroso e corrupto, e eu quero consertar isso, é a universidade pública. O que eu quero é expandir, e, na verdade, eu estou me comprometendo, no projeto nacional de desenvolvimento que eu defendo, de transformar a educação pública brasileira em todos os níveis numa das dez melhores do mundo em quinze anos. Do jeito que o povo está cansado de sonhar e de ser enganado, eu preciso dizer um pouco mais. Isso já está acontecendo no Ceará. Um dos estados mais pobres do Brasil já tem hoje 87 das 100 melhores escolas públicas do Brasil. Todas são gratuitas e todas perseguem o melhor padrão que houver de ensino para o filho do pobre, que é a única forma que o filho do pobre e da pequena classe média tem de mudar de classe.
[Padre Kelmon]: Mas a educação precisa ser investida na base. Nós, do PTB, acreditamos nisso: que educação de qualidade é quando você de fato passa a investir na criança, depois no adolescente, e assim chega à tua vida adulta para chegar à universidade e não virar militante de esquerda. Porque esse é o grande problema: as universidades, hoje, no Brasil, ela virou um ninho, não é? De pessoas que militam por ideologias que vão contra os valores, contra o cristianismo. Vocês fizeram das nossas universidades um lugar para formar soldadinhos que vão defender essas ideologias que estão aí matando tantas pessoas na América Latina. A gente chega em uma universidade, vê jovens, jovens utilizando camisetas com Che Guevara. Aí eu pergunto a você, universitário: você sabe quem foi Che Guevara? Um assassino de sacerdotes? Você sabe que Che Guevara...
[William Bonner]: Tempo, candidato, muito obrigado. A tréplica do candidato Ciro Gomes.
[Ciro Gomes]: A educação que eu sonho prover para o povo brasileiro é aquela que nós já estamos conseguimos fazer no Ceará. Eu digo isso não é para exibir nada, é apenas para mostrar para você que é possível. E ela começa com uma creche em tempo integral, e eu digo a você: com oito bilhões de reais, que é a dispensa de impostos de produtos de luxo na cesta básica, eu coloco um milhão de crianças; são oito bilhões de reais por ano de dispensa de PIS/COFINS por corrupção de outros governos que se mantém até hoje. Ou seja, para pegar cesta básica sem imposto, meteram produtos de luxo tipo salmão, queijo suíço, filé mignon e deixam de pagar oito bilhões de reais — só para dar um exemplo prático daquilo que eu quero fazer. E o ensino há de ser tempo integral profissionalizante; também já temos, no Ceará, bem avançado: 60% das nossas escolas já são, em nível médio, em tempo integral. E o profissionalizante resolve a contradição da garotada que não consegue o primeiro emprego, 14 milhões de jovens brasileiros hoje estão desempregados e sem educação. Eles estão chamando cinicamente de nem-nem: nem estudam, nem têm oportunidade de trabalhar. E nós estamos resolvendo isso como? O aluno que sai da escola, teve o médio em tempo integral, vai fazer um estágio remunerado pelo governo os seis primeiros meses, e tem sido de mais de 90% o aproveitamento e a retenção desses jovens estudantes nas empresas privadas. O ensino tem que pagar o padrão. Então, em vez do decoreba antigo, o bê-á-bá, que não leva mais ninguém para frente, o ensino deve ser emancipador da capacidade de formar um profissional para o mundo digital, para a economia do conhecimento, e aí isso bane completamente a preocupação de qualquer um, porque se eu ensino o estudante a pensar, a olhar a mesma coisa de dois, três, quatro ângulos diferentes e formar a sua própria opinião, nunca mais ninguém vai poder alegar esse tipo de manipulação, que é mais lenda do que fato.
[Padre Kelmon]: Lenda? É verdade, vá nas universidades que você vai ver.
[William Bonner]: Vamos fazer o sorteio da pergunta que será formulada pela candidata Soraya Thronicke. Vamos ver aqui. A senhora vai fazer uma pergunta sobre combate ao racismo, candidata. A qual dos demais candidatos, por favor? Pode ser Felipe D'Avila, pode ser o Padre Kelmon, pode ser a Simone Tebet. Vamos escolher, candidata?
[Soraya Thronicke]: Vamos para o padre, candidato padre.
[William Bonner]: 30 segundos, por favor, para a senhora fazer a pergunta.
[Soraya Thronicke]: Candidato, o atual governo já teve absurdos como secretário que fez vídeos de conteúdo nazista, assessor que fez gestos supremacista em pleno Congresso Nacional, e presidente da Fundação Palmares que é contra o movimento negro. Como garantir a defesa da população preta, parda, indígena, que é o nosso maior povo em meio a esse quadro de preconceito institucional?
[Padre Kelmon]: Dizendo para todos vocês que nós somos irmãos, nós somos todos irmãos, o preto, o branco, o índio, o amarelo, o marrom, somos todos brasileiros. Somos todos moradores dessa casa comum que é o Brasil. O Brasil é a nossa casa comum. Agora, essa política que cria mais divisão, nós não podemos aceitar esse tipo de coisa. Nós temos que entender que como nós somos brasileiros e irmãos uns dos outros, preto, branco, índio, mulato, pardo, nós somos todos cristãos também. E quem é que nos dá esse sentimento de irmandade, de fraternidade a não ser Jesus Cristo de Nazaré? Somente Jesus Cristo de Nazaré que pode nos dar esse espírito de saber enxergar no outro além da cor da pele. Porque vocês enxergam a cor da pele, e vocês dividem e manipulam as pessoas desse país pela cor da pele. Raça só existe uma. Raça só existe a humana. Nós precisamos enxergar o outro como um irmão, como um igual a nós, como um igual a você e a mim. E essas pessoas aqui, de esquerda, cinco contra dois, essas pessoas de esquerda, já estão com essa retórica, essa narrativa, de dividir para dominar, nós não podemos ouvir mais isso e aceitar. É preciso olhar para o evangelho. É preciso olhar para Jesus. Se nós somos 84% de cristãos nesse país, vamos olhar para aquele que nos dá o maior exemplo de como nós devemos viver a nossa vida em sociedade. Jesus é o maior exemplo que nos ensina a viver uma vida em sociedade, nos irmanando. Nós temos que ser irmãos uns dos outros. Nós temos que olhar para o outro e sentir a dor do outro. Olha os nossos irmãos da Venezuela, que estão sofrendo, sofrendo as consequências de ditaduras de esquerda, de esquerda que só quis saquear e roubar. Porque onde a esquerda põe as mãos para governar, ela destrói, ela apodrece, ela rouba as riquezas. A Venezuela é o país mais rico da América do Sul, se tornou um país miserável. As pessoas estão saindo de lá num êxodo humano impressionante, eu vi com meus olhos. Não foi o jornal da Globo quem me disse, não foi nenhum outro jornal que me falou, eu como padre cuido de pessoas, eu vi gente dizendo assim que cuidava de pessoas, eu cuido de pessoas, do ser humano, eu fui ver na fronteira, ninguém me falou, não foi a senhora que me contou, eu saí pedindo esmolas para ajudar, juntar dinheirinho, porque não tenho salários, e salário, e fui ver a situação do meu irmão, não é porque é de outro país, mas é um cristão como eu que está ali sofrendo, sofrendo o que a esquerda faz, e é isso que eles pensam...
[William Bonner]: Tempo, candidato. Agora, por favor, a réplica da candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Bom, agora acho que vai se dar mal com seu candidato, o senhor vai arrumar confusão, perigoso perder o cargo de cabo eleitoral, mas vamos lá. Quero aproveitar esse momento para mostrar que não tem proposta, só tem xingamento.
[Padre Kelmon]: Não estou xingando ninguém.
[William Bonner]: Candidato, por favor.
[Soraya Thronicke]: Quero aproveitar esse momento para dizer que não mandei o senhor para o inferno, tá? Mas eu perguntei se o senhor não teria medo de ir para o inferno, porque o senhor não disse que deu nenhuma extrema-unção na pandemia. A pergunta, o senhor não respondeu. Sobre o imposto único, eu vi que o senhor não estudou. O senhor está parecendo mais o seu candidato, que é nem-nem: Nem estuda e nem trabalha. O senhor não estudou. E dizer mais, não deu extrema-unção porque o senhor é um padre de festa junina.
[William Bonner]: A senhora concluiu a sua fala, candidata Thronicke?
[Soraya Thronicke]: E dizer mais, que não sabe nem o que é direita e o que é esquerda. Não sabe.
[William Bonner]: Tempo esgotado. Vamos lá. O direito de resposta do Bolsonaro foi negado. E durante a fala da candidata Soraya Thronicke e o candidato Padre Kelmon, usou todo o tempo dele na réplica, na resposta, e, portanto, não teve direito à tréplica. Nós vamos seguir, então, vou sortear o próximo tema. A pergunta será feita pelo candidato Jair Bolsonaro, e será sobre "Relação com o Congresso". Candidato Bolsonaro, por favor, o senhor pode se aproximar e informar a quem o senhor vai dirigir essa pergunta?
[Jair Bolsonaro]: Quem falta aí, Bonner?
[William Bonner]: Sim, Felipe D'Avila, Simone Tebet e Soraya Thronicke. Lembrando então, candidato, "Relação com o Congresso". A quem o senhor vai perguntar?
[Jair Bolsonaro]: Ao Felipe D'Avila.
[William Bonner]: Candidato Felipe, pode se aproximar, por gentileza. Trinta segundos para a formulação da pergunta, candidato.
[Jair Bolsonaro]: Felipe, você precisa saber que não é fácil o relacionamento do Executivo com Parlamento em qualquer esfera do Brasil. Eu botei um ponto final no toma lá dá cá, formei o Ministério técnico, indicando pessoas competentes, e, graças a isso, vencemos muitos obstáculos. E no passado, se entregava Ministérios, bancos, estatais, em troca de apoio no Parlamento. Essa prática tem que continuar sendo negada no futuro?
[Felipe D'Avila]: É intolerável, Bolsonaro, qualquer tipo de esquema que tenha toma lá dá cá, é isso que acabou com a política brasileira. Mas infelizmente, e é triste dizer, que no seu governo também nós tivemos, o orçamento secreto, que o senhor vetou no começo, o senhor vetou, mas depois aprovou. E o orçamento secreto virou essa moeda, infelizmente, de troca. E a segunda coisa que também me entristece, porque nunca acho bom falar essas coisas, é a questão dos aliados. Quando se começa a fazer uma base aliada com ex-mensaleiros, fica difícil governar. Eu sei a dificuldade de governar, eu compreendo, mas não pode ceder um milímetro. E aí eu gostaria de dar um exemplo do nosso governador Romeu Zema, em Minas Gerais. Governou o tempo inteiro sem fazer um único acordo. Governo limpo, impoluto, e conseguiu fazer andar o Estado! Atraiu 280 bilhões de reais em investimento, saneou as contas do Estado sem fazer nenhuma concessão infelizmente a essa ala podre.
[Jair Bolsonaro]: D'Avila, você sabe que o orçamento secreto não é meu, eu vetei. Depois, passou e virou uma realidade. Eu não indico um só centavo nesse dito orçamento secreto. Ele é totalmente administrado pelo relator, ou da Câmara, ou do Senado. Então não existe da minha parte qualquer conivência com esse orçamento. Quanto aos aliados, fala-se muito em centrão. Se tirar o centrão, sobram 200 deputados, como vai aprovar um simples projeto de lei se não tiver um acordo, um mínimo de urbanidade com eles? Me indique qual Ministério que eu dei em troca de apoio parlamentar? Tem lá o Ciro Nogueira, que é um cargo político, que faz contato com o parlamento. Os raros parlamentares, como a Tereza Cristina, não têm, não foi em troca de apoio parlamentar. Não existe no meu governo troca de Ministério, estatais ou bancos oficiais com apoio parlamentar.
[Felipe D'Avila]: A questão, Presidente Bolsonaro, é que justamente essa utilização de mecanismos perversos, como orçamento secreto, mensalão, vem corroendo a credibilidade do Parlamento brasileiro. Vem desgastando a democracia brasileira. Nós precisamos fazer um governo ético no Brasil. Nós precisamos fazer um governo correto, no sentido de respeitar sempre a honestidade. Não dá para adiantar reformas em um Brasil quando a gente cede para esses picaretas. Você sabe disso muito bem. Você sabe disso. Você sabe que governar o Brasil necessita, sim, de pulso político, mas necessita principalmente de não deixar essa turma avançar em orçamento, em emenda. Porque quando faz isso, olha o que acontece agora, estouramos o teto de gastos. O Brasil vai pagar 500 bilhões de reais de juros. É esse o custo que acaba caindo no bolso do brasileiro. Isso é muito ruim. É dinheiro que deveria estar indo para a Saúde, para a Educação. Nós estamos pagando juros por causa da irresponsabilidade fiscal. Porque quando abre a porteira para o Congresso, essa boiada de aumentar o gasto público vem. Veja aqui quantas promessas? Só promessa de aumentar gasto público. Ninguém diz onde vai cortar o gasto público. Isso é que é governo sério, é definir prioridade, é dizer onde vai cortar, é não ceder à malandragem. Infelizmente, o Brasil tem costume desse "rouba, mas faz". É péssimo! Por isso que eu peço a você para votar no presidente do Novo, porque lá não tem roubo, e a gente faz! É assim que se faz política! Está na hora de moralizar a política no Brasil. Chega mais do mesmo!
[William Bonner]: Obrigado, candidatos. Peço que retornem a seus assentos, por favor. Durante a réplica da candidata Soraya Thronicke, o candidato Padre Kelmon pediu direito de resposta e foi concedido. Por favor, eu peço que o senhor venha ao púlpito e faça uso do seu direito de resposta em um minuto, por favor.
[Padre Kelmon]: Eu queria dizer à candidata Soraya que se alguém aqui faltou com o respeito é a senhora, porque a senhora desrespeita por não conhecer e não saber o valor e o significado de um sacerdote. O povo brasileiro sabe. Os 84% da população brasileira sabem qual é o valor de um sacerdote, aquele homem que se dedica à vida do pobre, aquele homem que serve no altar, que traz para você Jesus Cristo presente na Eucaristia. O povo brasileiro sabe disso, mas a senhora desconhece isso. A senhora desconhece o valor de um sacerdote, porque nós, nós estamos aqui, tanto eu como qualquer outro sacerdote no país, nós sabemos da importância do zelo pelo ser humano, mas um zelo aonde a verdade, ela é primordial, e não falácias, mentiras, dizendo que vai fazer aquilo que não pode fazer. Então, é preciso valorizar e respeitar as pessoas que realmente estão nesse país ajudando a construi-lo desde o início da fundação do Brasil.
[William Bonner]: Tempo, candidato. Muito obrigado pela sua resposta. Nós vamos dar sequência, então, ao nosso debate. O candidato Luiz Inácio Lula da Silva é o próximo a fazer pergunta, eu vou sortear aqui o tema. Meio ambiente. Candidato Lula, o senhor pode fazer pergunta para a candidata Simone Tebet ou para a candidata Soraya Thronicke.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Para a candidata Simone Tebet. Trinta segundos para a pergunta, candidato Lula.
[William Bonner]: Candidata Simone, por favor. 30 segundos para a pergunta, candidato Lula.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Candidata, todos nós sabemos e acompanhamos pelo noticiário de que, um determinado momento no atual governo, o Brasil desrespeitou todo e qualquer comportamento na defesa da questão do clima. Eu queria saber o que a senhora propõe para resolver a questão do clima no Brasil.
[Simone Tebet]: Bom, candidato Lula, nada é por acaso nessa vida. Nós falamos, acabei de falar de mudanças climáticas com o atual Presidente da República e, mais uma vez, ele vem com inverdades, ele fala de questões que ele não conhece ou simplesmente que não se importa. Quando nós falamos de meio ambiente, de mudanças climáticas, nós estamos falando de vidas. No meu governo, é desmatamento ilegal zero! Nós vamos devolver, lá para a Amazônia, para os biomas brasileiros, os órgãos de fiscalização e controle para que protejam as nossas matas, para que protejam os nossos rios. Nós vamos fazer mais. Nós vamos mostrar que não é meio ambiente ou agronegócio, é meio ambiente e agronegócio. É natureza e desenvolvimento. Eu sou do agro. O agro põe comida barata na mesa do brasileiro. Mas se nós não cuidarmos do meio ambiente, o meu Estado do Mato Grosso do Sul e toda a região Sul do Brasil, candidato, sabe qual foi o prejuízo das mudanças climáticas para o agronegócio nos últimos anos? 60 bilhões de reais. É o dinheiro que faz quando se gasta muito e se tem prejuízo, faz com que o preço dos alimentos suba, e aí, no supermercado, o pobre não consegue comer. Hoje ele come arroz ou feijão. Então, cuidar de meio ambiente é cuidar da vida. É isso. Nós vamos cumprir o Acordo de Paris, nós vamos deixar de ser paria internacional, porque hoje o mundo tem vergonha de nós. E mais: é muito importante esta questão. Nós vamos fazer dinheiro! Por quê? Preservar, hoje, gera dinheiro. O mundo quer pagar porque nós temos o que o mundo quer: nós temos florestas! Então, vamos preservá-las e cobrar em dólar de quem quer comprar o chamado crédito de carbono. E esse dinheiro, entrando no Brasil, vai servir para que a gente mova a máquina, faça o Brasil crescer, gerar emprego e renda para a população brasileira.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Candidata, uma coisa importante que tem que dizer é que, desde a COP-15, em Copenhague, o Brasil, no nosso governo, se transformou no Brasil que mais controlou o desmatamento — reduzimos praticamente 80%, de 27 mil quilômetros para quatro mil quilômetros — e ainda assumimos a responsabilidade de evitar a emissão de 36.9, sabe, de gás carbono. Além disso, eu queria dizer uma coisa: nós vamos proibir terminantemente qualquer garimpo ilegal. Não é necessário nenhum cidadão do agronegócio invadir a Amazônia ou o Pantanal. Quando eu era presidente, as pessoas queriam plantar cana no pantanal; eu não deixei. Por quê? Porque nós temos 30 milhões de terras degradadas e pastos degradados que você pode utilizar para plantar o que você quiser sem precisar derrubar uma árvore e fazer uma agricultura de baixo carbono, que é o que o Brasil precisa.
[Simone Tebet]: Nesse momento que nós conversamos, candidato Lula, três mil árvores foram derrubadas na Amazônia. Essa é a média. Nós temos que cuidar do meio ambiente, nós vamos cuidar do agronegócio, e nós vamos cuidar da agricultura familiar. Mas nós vamos cuidar também de quem mora no Norte. Lá eles podem explorar o que é a pecuária intensiva, é o cacau, é o açaí, é o extrativismo ali da pesca para sustento da sua família. Então é isso, não é meio ambiente ou desenvolvimento, é possível e nós vamos garantir aos homens que moram no Norte, aos homens que ali precisam de seu sustento, inclusive com agricultura familiar, todas as condições. Mas, seremos intolerantes, intransigentes, e puniremos com rigor todo e qualquer invasor de área pública, grileiro e mineradora. Por fim, nós vamos fazer uma "revogaçaço" nos decretos que são retrocessos no atual Presidente da República.
[William Bonner]: Candidatos, muito obrigado. Durante a réplica da candidata Simone Tebet, o candidato Bolsonaro pediu direito de resposta, e ele foi negado, candidato. Eu queria lembrar que o direito de resposta se refere aquelas ofensas à honra pessoal de um candidato, e é assim que a gente analisa antes de conceder ou não. Eu vou dar sequência ao nosso debate. Agora quem vai fazer a pergunta é o candidato Ciro Gomes, e ele vai fazer a pergunta à candidata Soraya Thronicke. Eu peço aos dois que se apresentem ali ao púlpito, e eu vou aqui sortear o tema. É emprego. Candidatos. Candidato Ciro vai fazer em 30 segundos uma pergunta sobre emprego para a candidata Thronicke.
[Ciro Gomes]: Senadora, o Projeto Nacional de Desenvolvimento que eu advogo, resolve as questões, assim como elas estão hoje, se apresentando no seio da família brasileira, renegociar dívidas dos 66 milhões de pessoas, refinanciando com desconto, e estabelecer um programa de renda mínima de cidadania de mil reais, em média, por domicílio, e eu tenho todos os recursos já bem mapeados. Porém a grande política é o emprego. Minha proposta é cinco milhões de empregos em dois anos.
[Soraya Thronicke]: Candidato, uma belíssima oportunidade para a gente realmente trazer propostas, que é o que eu vim, né? Não vim brincar aqui, não. Vim falar de Brasil, trazer os problemas, um diagnóstico, e trazer soluções. A nossa proposta do Imposto Único Federal tem o condão de ajudar na geração de empregos, e, na verdade, como o padre disse que é uma mentira, né, nós não vamos criar mais impostos, na verdade, vamos substituir 11 tributos federais por um imposto só. Esses tributos que hoje significam cerca de 25% na carga tributária sobre o consumo, passarão para a movimentação financeira. E dentro dessa substituição, nós iremos desonerar a folha de pagamento, do empregador que só... da contribuição previdenciária significa cerca de 20%. E também desoneraremos os funcionários, que vai de 7,5 a 14%. Só aí nós já iremos permitir que o empregador se anime em contratar mais pessoas, é óbvio. Além disso, candidato, nós iremos fazer uma proposta de compensação de dívida ativa. Você, empregador que está na dívida ativa, o que você vai poder fazer? Em vez do REFIS, em vez daquelas ações judiciais, nós iremos propor que você faça uma compensação do que você já deve por geração de novos postos de trabalho. Com tudo isso, dentro desse pacote econômico que nós propomos, que é a principal questão para o Brasil, porque para cuidar das pessoas, para cuidar de você, nós precisamos cuidar das contas. Por isso, a mãe de todas as reformas é a reforma tributária, para quem nunca ninguém deu a atenção devida. É dessa forma que nós vamos gerar emprego.
[Ciro Gomes]: Senadora Soraya, eu concordo completamente, por isso que o Projeto Nacional de Desenvolvimento que eu advogo propõe uma profunda reforma fiscal que deixa líquido 300 bilhões de reais por ano. Com 100 bilhões de reais eu quero abater impostos, especialmente sobre os mais pobres e classe média, e com 200 bilhões de reais retomar o desenvolvimento. Porém isso tem tempo para conseguirmos. Qual é a minha proposta, então? É renegociar imediatamente a dívida das famílias, porque o consumo das famílias é o maior motor de atividade econômica. Renegociar, enfim, a dívida das empresas, seis milhões de empresas estão no Serasa, seis milhões na antessala de quebrar. E fazer um grande e massivo programa de emprego, retomando 14 mil obras paradas, e o recurso para isso está previsto no corte de 20% de todas as renúncias fiscais. Eu dei o exemplo aqui de salmão, mas são 350 bilhões de reais de impostos indevidos que o governo dispensa, e se eu cortar 20% disso, com 70 bilhões por ano, eu retomo as 14 mil obras paradas, empregando gente com dificuldade e qualificação.
[Soraya Thronicke]: Dentro deste nosso projeto, nós também iremos isentar quem ganha até cinco salários-mínimos do Imposto de Renda. Então, isentando, tirando das suas costas o INSS e o Imposto de Renda, para você que ganha até seis mil reais, vou dizer para você, vai sobrar mais um salário ao longo do ano, como se fosse um 14º salário. Isso é possível fazer. É uma reforma tributária muito simples, digital, moderna, e que é insonegável. Aquele pessoal que adora comprar tudo no dinheiro vivo vai ter problema sim, mas o resto do povo brasileiro, que trabalha sério, que trabalha duro e que é honesto, acima de tudo, que não é sonegador, vai gostar, porque vai pagar apenas 1,26% de alíquota. E aí nós vamos poder melhorar a cara desse Brasil, mudar de verdade e crescer de uma vez por todas. Sair desse passado.
[William Bonner]: Obrigado, candidatos. Tempo esgotado, e nós estamos terminando o segundo bloco deste debate. A gente volta daqui a pouquinho com uma nova rodada de perguntas com tema livre. Até já!
*Participaram desta cobertura:
Em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Beatriz Gomes, Caê Vasconcelos, Gilvan Marques, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy, Letícia Mutchnik e Rafael Neves.
No Rio de Janeiro: Felipe Pereira e Lucas Borges Teixeira.
Em Brasília: Camila Turtelli, Gabriela Vinhal, Hanrrikson de Andrade e Letícia Casado.
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