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Ministro diz que eleições serão seguras, mas é difícil fiscalizar armas

Alfredo Carrijo, secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça, e Anderson Torres, ministro da Justiça - Eduardo Militão
Alfredo Carrijo, secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça, e Anderson Torres, ministro da Justiça Imagem: Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

01/10/2022 11h35Atualizada em 01/10/2022 12h21

O ministro da Justiça, Anderson Gustavo Torres, afirmou hoje que as eleições de amanhã serão seguras e anunciou que cerca de 500 mil policiais e agentes de segurança em todo o país estarão de prontidão e em ação, com o apoio de 5 mil viaturas, três aeronaves, nove embarcações e drones.

Entretanto, Torres disse que a regra de proibição de porte de armas a 100 metros dos locais de votação até segunda-feira (3) é "difícil de ser cumprida".

"Uma regra muito difícil de ser cumprida", afirmou ele. "Acho que as regras, antes de a gente fazer, a gente tem que ter muito cuidado, antes de criar regras e dificuldades."

Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o porte de armas por cidadãos a até 100 metros de distância dos locais de votação. A restrição se estende não somente ao dia da eleição como também às 48 horas que antecedem o pleito e às 24 horas seguintes.

"Imagine cumprir isso nessa quantidade de urnas, mais de 90 mil pontos de votação", declarou Torres, em entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), montado para coordenar as ações de segurança durante as eleições deste final de semana.

"Mas, enfim, estaremos atentos a isso e, como eu disse, o que nos interessa é fazer uma eleição segura no nosso país."

Na quinta-feira, o TSE reforçou a regra: proibiu também que caçadores, atiradores e colecionadores de armas (CACs) transportem armas e munições entre hoje e a próxima segunda nos locais.

Até o momento, não há informações sobre prisões de pessoas portando armas nas proximidades dos locais de votação, afirmou o ministro.

Anderson Torres disse que a proibição de CACs circularem com armas pelas cidades "não muda em nada o planejamento" da segurança. "O planejamento está pronto muito antes dessa proibição.

Não tem como fazer previsão de confrontos [com CACs], mas não estamos indo para uma guerra. Estamos indo para uma eleição.
Anderson Torres, ministro da Justiça

Na coletiva, Anderson Torres e o secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Alfredo Carrijo, procuraram tranquilizar a população. Segundo os dois, não existem informações de que haverá violência generalizada ou crise depois que o resultado das urnas for conhecido, o que deve acontecer no domingo à noite.

Quero deixar bem claro para todo o povo brasileiro que no domingo teremos eleições seguras. Pode ir às urnas com tranquilidade para votar. O planejamento está muito bem feito.
Anderson Torres, ministro da Justiça

A ação é feita em conjunto com as forças de segurança estaduais, federais e municipais. É a primeira vez que o ministério coordena uma operação nacional de segurança nas eleições, mas a pasta já fez isso em relação a combate a crimes de narcotráfico e pedofilia.

Carrijo disse que monitoramento de inteligência não detectou nenhum movimento para fazer violência depois das 17h, quando a votação termina e a apuração começa.

Circulação de dinheiro ilegal aumenta

De 15 de agosto até hoje, foram apreendidos R$ 3 milhões de reais em operações de combate a crimes eleitorais.

A circulação de dinheiro ilegal aumentou. Desde a última segunda-feira (26), foram realizadas apreensões de cerca de R$ 1 milhão.