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Apesar de temor de violência, eleições foram tranquilas, diz ONG

Brasileiros formam fila durante votação - Nuno Cruz/Getty Images
Brasileiros formam fila durante votação Imagem: Nuno Cruz/Getty Images

Do UOL, em Brasília

02/10/2022 20h35

A coordenadora-geral da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Claudia Santano, afirmou que apesar dos receios de episódios de violência, o clima das eleições foi "tranquilo".

A entidade conduziu uma missão de observação eleitoral nacional com 98 observadores em mais de 30 cidades de todas as regiões do país. O balanço é que a votação transcorreu sem grandes problemas.

"A gente viu um processo tranquilo. A gente tinha expectativa e certo receio que eventos pudessem acontecer Brasil afora, só que os relatos em cidades que obtivemos nas cidades em que estivemos não são significativos. Falhas de urnas foram muito poucas, mas nada grave", afirmou Santano, no TSE. "Não vimos nenhum caso de violência, algo que temíamos muito".

Segundo Santano, também não foram vistos mesários usando vestimentas que associassem a determinado candidato.

Um ponto que chamou a atenção foi a possível maior participação dos eleitores neste ano, mas esse dado só poderá ser confirmado com a totalização dos votos.

"Estamos criando a hipótese de maior participação e não um problema da Justiça Eleitoral, mas isso é preciso separar. Uma coisa é a nacional e a outra é no exterior. Temos notícia de uma variação de 35% a 40% no número de eleitores lá fora", afirmou.

Um relatório com as primeiras conclusões da missão deve ser divulgado na próxima terça-feira (4), mas a Transparência Eleitoral deverá destacar que as eleições transcorreram de forma "tranquila e com regularidade".

O trabalho da entidade foi feito com verificações como:
se houve impressão da "zerézima", o documento que prova que a urna estava zerada antes da votação;
se os mesários compareceram;
se houve algum impedimento ao trabalho dos observadores;
se o eleitor tinha informação adequada sobre o local da sua mesa de votação;
se as cabines de votação estavam instaladas em lugares que preservam o sigilo do voto;
se há fila para a emissão do voto;
se houve falha técnica da urna eletrônica ou de algum dispositivo relacionado

A participação de missões de observação eleitoral feitas por entidades nacionais é uma das novidades deste ano. Em 2020, a Transparência Eleitoral Brasil participou do projeto-piloto para testar a iniciativa e repetiu o feito com outras seis entidades credenciadas perante o TSE.

Como mostrou o UOL em maio, a medida foi uma das "vacinas" adotadas pelo tribunal na gestão do ministro Edson Fachin para garantir uma nova camada de "blindagem" contra eventuais contestações de resultados.