Topo

Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) disputam 2º turno no RS

Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni: 2º turno - Arte/UOL sobre Divulgação
Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni: 2º turno Imagem: Arte/UOL sobre Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

02/10/2022 22h22Atualizada em 02/10/2022 22h48

Os candidatos Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) vão disputar o segundo turno nas eleições de 2022 para o cargo de governador do Rio Grande do Sul.

Onyx teve 37,50% dos votos válidos, contra 26,81% de Leite. A ida do tucano para o segundo turno foi apertada, com uma diferença de 2.441 votos em relação a Edegar Pretto (PT), que teve 26,77% dos votos.

Bacharel em Direito, Leite tenta um novo mandato após ter deixado o cargo no final de março —o político já foi vereador e prefeito em Pelotas (RS).

Já o médico veterinário Onyx é estreante na disputa para governador. Foi deputado estadual por duas vezes e atualmente está no quinto mandato como deputado federal. Também foi ministro em quatro órgãos diferentes durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Leite tenta quebrar tradição no estado de não reeleger governador

Eduardo Leite, 37, estreou na política aos 23, como vereador de Pelotas. Quatro anos depois, chegou à Prefeitura da cidade.

A alta popularidade em Pelotas abriu caminho para o político concorrer ao governo do estado. Para lançar sua candidatura própria, o PSDB foi obrigado a romper a aliança com o então governador José Ivo Sartori (MDB), que era apoiado pelo partido desde a campanha de 2014.

Em 2018, aos 33 anos, Leite venceu a eleição para o Palácio Piratini e se tornou o terceiro governador mais jovem da história do país. Na época, ele disputou o segundo turno com Sartori, que tentava a reeleição. Tanto Leite quanto Sartori declararam apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (à época no PSL e hoje no PL).

Após a eleição, porém, o tucano acabou se afastando do presidente.

Como governador, Leite conseguiu aprovar reformas que alteraram o plano de carreira e o modelo previdenciário de servidores, incluindo o sistema de aposentadorias de militares.

O governo dele também foi marcado por privatizações, como da Sulgás (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul) e da CEEE-T (Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul).

Como foi a gestão de Eduardo Leite

Durante a pandemia, Leite criou um modelo de distanciamento social próprio para o estado e baixou regras rígidas, como a proibição da venda de produtos não essenciais, que exigiu que supermercados gaúchos tivessem que cobrir itens e fechar corredores.

Em julho de 2021, quando já era cotado para ser pré-candidato à eleição para Presidência da República, Leite disse publicamente que era gay. Ele vinha sendo alvo de críticas nas redes sociais e, segundo o político, decidiu encerrar as especulações.

Na época, ele disputava as prévias que iriam definir o candidato do partido ao Planalto com o então governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Em novembro, Doria foi o escolhido, porém, em maio ele acabou desistindo. No começo de junho, a Executiva Nacional do PSDB decidiu apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB).

Para bater o martelo, foi necessária uma longa negociação sobre os palanques regionais, sobretudo no Rio Grande do Sul. A sigla tucana exigiu que o MDB apoiasse Leite ao governo gaúcho, abrindo mão de lançar o deputado estadual Gabriel Souza (MDB) ao governo gaúcho, que se tornou vice de Leite na chapa.

No final de julho, Leite anunciou que seria novamente candidato ao governo gaúcho. O nome dele foi oficializado em convenção estadual do PSDB. Leite acabou contrariando as próprias declarações de que não iria tentar a reeleição. Em sabatina promovida pelo UOL e Folha de S.Paulo, realizada em junho, o político afirmou que havia "mudado de opinião" sobre o assunto.

Aliado de Bolsonaro, Onyx é estreante na disputa para governador

Onyx Lorenzoni, 67, começou sua atuação política em 1977, quando se filiou ao PL, onde se manteve até 1997, quando foi para o DEM, permanecendo na sigla até março de 2022, quando retornou ao PL.

Entre 1984 a 1990, foi presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul.

Ocupou pela primeira vez o cargo de deputado estadual em 1994, sendo reeleito em 1998. Já em 2002 foi eleito deputado federal.

Em 2004, disputou a prefeitura de Porto Alegre pela primeira vez, mas ficou em terceiro lugar, atrás de Raul Pont (PT) e Fogaça (na época no PPS) — este último acabou vencendo a disputa.

Dois anos depois foi eleito novamente para deputado federal.

Em 2008, tentou novamente o cargo de prefeito da capital gaúcha, mas não foi novamente eleito, ficando em quarto lugar. Em 2010, foi escolhido como deputado federal, sendo reeleito em 2014 e 2018.

Como deputado federal votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Em 2018, foi escolhido como ministro-chefe do gabinete governamental e ficou responsável pela transição do governo de Michel Temer (MDB) para Jair Bolsonaro (na época, no PSL).

Aliado de primeira hora de Bolsonaro, logo no início de 2019, assumiu como ministro-chefe da Casa Civil. Entre julho e agosto, deixou o ministério e reocupou o cargo de deputado federal para votar na reforma da previdência, sendo favorável nos dois turnos da votação.

Em fevereiro de 2020, assumiu o Ministério da Cidadania. Um ano depois, foi nomeado para o cargo de ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência e, em julho de 2021, assumiu o cargo de Ministro do Trabalho e Previdência.

Já em março de 2022, Onyx deixou o ministério para concorrer às eleições no Rio Grande do Sul e, em abril deste ano, voltou para a Câmara.

Durante sabatina promovida pelo UOL e Folha de S.Paulo, Onyx afirmou que vai manter o acordo de recuperação fiscal que renegociou a dívida do estado com a União. Entretanto, o ex-ministro de Bolsonaro também disse que os termos do acordo precisam ser revistos.

Ele ainda criticou o uso de câmeras nas fardas policiais e se disse favorável à proposta de cobrança de mensalidade nas universidades públicas. "Só tem filhinho de papai com carro no estacionamento."

Em sua página oficial, diz que é cristão e "defensor das liberdades", tendo como prioridades "o direito à legítima defesa, a segurança pública, a defesa da propriedade privada, a agricultura, a educação, a redução de impostos e o combate à corrupção".

Onyx é casado com Denise e pai de sete filhos: Rodrigo, Mariana, Isabela, Pietro, Roberta, Ana Lia e Melissa. Completa sua chapa Cláudia Jardim (PL), candidata à vice-governadora.