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Bolsonarista, Magno Malta (PL) é eleito senador do Espírito Santo

Magno Malta em campanha no Espírito Santo - Divulgação
Magno Malta em campanha no Espírito Santo Imagem: Divulgação

Patricia Pamplona

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

02/10/2022 19h55Atualizada em 02/10/2022 20h55

Magno Malta (PL) foi eleito para representar o Espírito Santo no Senado Federal, em seu retorno à Casa após uma disputa apertada com a candidata apoiada pelo PT, Rose de Freitas (MDB), que tentava a reeleição. Ele teve 821.189 votos (41,95% do total).

Malta viu sua eleição ameaçada pela adversária, que avançou na última pesquisa do Ipec, divulgada ontem, no dia 1º de outubro. Apesar dos prognósticos mais favoráveis a ela, o liberal conseguiu levar a melhor na corrida, enquanto Rose terminou derrotada, no segundo lugar.

Acabou não tendo tanto peso o fato de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter formado maioria para torná-lo réu por calúnia contra o ministro Luís Roberto Barroso, a nove dias da eleição. Malta havia dito que o magistrado "batia em mulheres" durante participação em evento organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Apoio a Bolsonaro

A polarização nacional se refletiu no Espírito Santo, já que a esquerda se reuniu em torno de Rose de Freitas, enquanto o candidato do PL recebeu apoio de Jair Bolsonaro, do mesmo partido, que divulgou vídeo em julho endossando Malta ao Senado.

Rose tentou fazer uma campanha de voto útil contra o liberal, reforçando sua participação na luta contra a ditadura e pela defesa da democracia. Apesar de ter avançado nas pesquisas, não obteve sucesso na votação final.

Escândalos de Magno Malta

Pastor evangélico e cantor, Magno Malta, 64, lidera a base bolsonarista no estado. Baiano de Macarani, começou sua vida política como vereador de Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 1993, e foi eleito como deputado estadual e federal pelo estado. Entrou no Senado em 2003, onde ficou até 2018, quando tentou se reeleger para mais um mandato, sem sucesso.

Nesses quase 30 anos de carreira política, Malta se envolveu em diferentes escândalos. Emails de 2014 indicavam um suposto repasse de R$ 100 mil ao político, que não foram declarados, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.

Já em 2018, foi revelado que ele gastou R$ 472 mil em combustível em dois postos de Vila Velha (ES) nos nove anos anteriores. Naquele mesmo ano, um ex-cobrador de ônibus acusou Malta de tê-lo torturado na cadeia. O homem havia sido acusado de ter estuprado a própria filha e chegou a ser preso, mas foi inocentado em 2016.

O liberal também ganhou destaque durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Em seu discurso, comparou o fim do mandato da petista ao enterro de um indigente e terminou a fala dizendo: "Vai pra Porto Alegre e tchau".

Como fica a bancada no Espírito Santo

Malta substitui Rose de Freitas, formando a bancada capixaba ao lado de Marcos do Val (Podemos) e Fabiano Contarato (PT).