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Tocantins: Wanderlei (Republicanos) é reeleito no 1º turno para governador

Wanderlei Barbosa (Republicanos) é reeleito governador do Tocantins - Divulgação
Wanderlei Barbosa (Republicanos) é reeleito governador do Tocantins Imagem: Divulgação

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

02/10/2022 19h54Atualizada em 02/10/2022 22h12

O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi reeleito hoje em Tocantins. Eleito vice-governador em 2018, ele assumiu o estado em 2021, quando o então governador Mauro Carlesse renunciou ao mandato para não sofrer processo de impeachment na Assembleia Legislativa. Ele teve 481.496 votos (58,14% do total).

Wanderlei contou com uma frente ampla nas eleições, com PSDB, Cidadania, União Brasil, PDT, Solidariedade, PTB e PSC. O governador terá ao seu lado como vice Laurez Moreira — que foi prefeito de Gurupi e deputado federal, sendo indicado pelo PDT.

Chamado de candidato "nem-nem", o governador acabou ficando sem apoio oficial de um presidenciável. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiou Paulo Mourão, enquanto Jair Bolsonaro (PL) esteve ao lado de Ronaldo Dimas — que em sua convenção contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Os demais oponentes na corrida estadual eram: Carmen Hannud (PC), Coronel Ricardo Macedo (PMB), Dr. Luciano Cruz (DC) e Karol Chaves (PSOL). Nas pesquisas Ipec (ex-Ibope), Wanderlei liderou desde o início.

Apesar de não ter apoio de Lula ou Bolsonaro, Wanderlei conseguiu para si alianças que, em tese, poderiam se alinhar com outros candidatos. É o caso da Professora Dorinha (União Brasil), que se candidatou ao Senado em sua chapa. Ela desistiu de apoiar Ronaldo Dimas.

Além disso, Wanderlei buscou na campanha mostrar uma chapa puramente tocantinense. Ele é o primeiro governador eleito nascido no estado.

Governador se envolveu em polêmica sobre cargos na reta final

Na reta final da campanha, em 22 de setembro, Wanderlei enfrentou o desgaste da abertura de uma investigação pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) contra ele e seu vice, Laurez Moreira.

Segundo a ação de investigação judicial, apresentada pelo oponente Irajá Silvestre, Wanderlei estaria realizando contratações de servidores em cargos comissionados sem apresentar justificativa ou finalidade pública.

A oposição afirma que 16 mil novos contratos teriam sido efetivados em apenas três meses. No mesmo dia, Wanderlei disse que a ação era estratégia dos adversários.

"A oposição fala mal da gente porque eles não têm propostas, não têm o que mostrar, mas nós temos", afirmou o governador em um comício, segundo o site AF Notícias, de Tocantins.

Wanderlei pode quebrar tabu: terminar o mandato

Se concluir o mandato ao longo dos próximos quatro anos, Walderlei pode quebrar um tabu negativo relacionado ao cargo. Desde 31 dezembro de 2006, quando Marcelo Miranda (MDB) terminou o seu primeiro mandato, nenhum outro concluiu os quatro anos para o qual foi eleito, seja por afastamento ou renúncia.

O próprio Marcelo Miranda acabou cassado pouco antes de terminar o seu mandato, em 2009.

No pleito de 2010, Siqueira Campos, então no PSDB, foi eleito para comandar Tocantins pela quarta vez, mas em abril de 2014 renunciou em uma articulação que previa a candidatura do filho, Eduardo Siqueira Campos, ao governo, pois a legislação eleitoral impede cônjuges ou parentes consanguíneos para o mesmo cargo de forma seguida. A entrada do filho na disputa, contudo, acabou não se confirmando naquele ano.

Em 2014, Marcelo Miranda voltou a vencer para o governo, mas em março de 2018 acabou cassado pela segunda vez pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por arrecadação ilícita de recursos de campanha.

Já em 2018, Mauro Carlesse (PHS) conquistou o mandato nas urnas e renunciou em março de 2022 para frear o processo de impeachment que sofria na Assembleia Legislativa após seu afastamento em outubro de 2021.

Quem é Wanderlei

Natural de Porto Nacional, um dos principais municípios do Tocantins, Wanderlei tem 58 anos e vem ocupando mandatos políticos desde 1989.

Já foi vereador de Porto Nacional, vereador de Palmas, sendo presidente da Câmara na capital por dois biênios (2003-2004 e 2009- 2010).

Em 2010, venceu para deputado estadual, sendo reeleito em 2014. Abdicou da reeleição para disputar o governo como vice de Mauro Carlesse, em 2018.

Ao longo de sua carreira política, passou por PFL (atual União após fusão entre DEM e PSL), PDT, PSB, Solidariedade, PHS e Podemos.