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Sergio Moro comemora eleição ao Senado com 'faixa presidencial'; veja vídeo

Colaboração para o UOL, em Brasília

03/10/2022 15h33

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (União Brasil) usou um adereço semelhante a uma faixa presidencial para comemorar a eleição ao Senado pelo Paraná. Em vídeos que circulam nas redes sociais, o ex-juiz aparece sendo cumprimentado por apoiadores enquanto usa a indumentária com os dizeres "Senador Paraná Juiz Sergio Moro".

Ao UOL, integrantes da campanha do ex-juiz afirmaram que a cerimônia não era oficial e que o gesto tratou-se de uma brincadeira feita em comemoração entre amigos pela conquista eleitoral.

Após tentativas fracassadas de se candidatar à Presidência da República, o ex-juiz assumirá a vaga ocupada hoje por seu padrinho político, Alvaro Dias (Podemos).

O ex-ministro teve 1,9 milhão de votos. Alvaro Dias, que está no Senado há mais de vinte anos e buscava a reeleição, obteve 24% dos votos válidos no Estado.

Essa foi a primeira vez que Moro disputou uma eleição. Ele deixou a magistratura em 2018 para ser ministro no governo Jair Bolsonaro (PL).

Moro conduziu as ações da Lava Jato no Paraná de 2014 a 2018, mas teve sua reputação abalada após a exposição de mensagens trocadas com os procuradores à frente da operação. O STF (Supremo Tribunal Federal) anulou suas decisões nas ações movidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 2021, Moro se filiou ao Podemos, em que foi lançado pré-candidato ao Palácio do Planalto. Em março deste ano, o ex-juiz decidiu trocar de partido e foi para a União Brasil.

No mesmo dia, ele trocou o domicílio eleitoral, deixando o Paraná para disputar a eleição em São Paulo. A decisão abriu caminho para questionamentos na Justiça Eleitoral.

A mudança enterrou suas chances na corrida presidencial depois de integrantes do União Brasil mostrarem resistência ao nome de Moro. O partido, então ofereceu a ele a possibilidade de concorrer à Câmara dos Deputados e ao Senado.

Após virar alvo de diversas ações na Justiça Eleitoral, o ex-ministro voltou ao Paraná e se lançou ao Senado contra o ex-padrinho político.

Na campanha eleitoral, o ex-juiz buscou reatar vínculos com o bolsonarismo e concentrou críticas no PT para tentar alavancar sua candidatura.

No início da campanha, Moro fez questão de anunciar que não votaria em Lula em hipótese alguma no segundo turno, exibindo uma propaganda na TV que afirmava ainda: "Em relação ao Bolsonaro, uma coisa eu posso dizer: nós temos o mesmo adversário".

Na campanha estadual, Moro tentou ligar Alvaro Dias à chamada "velha política" e a partidos de esquerda, como o PT e o PSB.

O ex-juiz da Lava Jato havia informado que seu comitê de campanha ficava no imóvel onde mora. O pedido de busca partiu da coligação integrada pelo PT no Paraná, que questionava irregularidade na propaganda do adversário, como a falta de menção aos suplentes da chapa. O ex-magistrado falou em perseguição.

O legado de Moro como juiz da Lava Jato começou a ser cada vez mais contestado. Parte de suas 45 sentenças expedidas na época da operação foi anulada nos últimos anos por causa de mudanças de entendimento do STF e questionamentos sobre a tramitação dos casos.