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PSD, de Kassab e Rodrigo Pacheco, autoriza apoios a Lula ou Jair Bolsonaro

PSD opta por neutralidade no segundo turno, apesar de acenos de Kassab e Pacheco a Lula - Reprodução
PSD opta por neutralidade no segundo turno, apesar de acenos de Kassab e Pacheco a Lula Imagem: Reprodução

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/10/2022 21h05

Após consultar lideranças partidárias, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou hoje que os filiados do partido estão liberados para definirem individualmente se apoiarão a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A orientação do partido ocorre num momento em que tanto o chefe do diretório nacional quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fazem acenos discretos ao petista.

Em outra frente, a Executiva Nacional do PSDB também optou pela neutralidade no segundo turno. O senador José Serra (PSDB-SP) declarou hoje apoio à candidatura do ex-presidente. O congressista foi derrotado pelo PT duas vezes na disputa pela Presidência da República.

"Diante das alternativas postas, votarei em Lula", afirmou o tucano, que também disse que votará em Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo. A manifestação ocorreu depois de a Executiva Nacional do PSDB liberar os filiados para apoiarem tanto Lula quanto Bolsonaro.

A deliberação ocorre após o aceno do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao bolsonarismo. De forma independente do Cidadania, sigla com a qual o PSDB formou federação partidária em torno de Simone Tebet (MDB) no início deste ano, o dirigente partidário Roberto Freire declarou apoio a Lula.

"Vamos respeitar as decisões daqueles que não concordem com a decisão do partido. O PSDB tem dificuldade de fixar uma norma de apoio nacionalmente. Por isso, decidimos para que cada um dos partidos exerça sua autonomia. Nossa decisão não foi condicionada a coisa alguma", afirmou ao UOL o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

"Não sabemos qual será nossa posição a partir do próximo governo. Muito provavelmente continuaremos fazendo oposição, mesmo que Bolsonaro não seja reeleito. Em quatro anos, Bolsonaro demonstrou total falta de respeito às instituições democráticas. Por causa disso, votaremos no número 13", afirmou ao UOL.

Hoje, o presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, aceitou o pedido de desfiliação apresentado pelo deputado federal Alexandre Frota (SP), que havia ingressado na sigla em 2019, após ter sido expulso do PSL.

No primeiro turno, Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%). Tebet, candidata do bloco formado por Cidadania, PSDB e MDB, terminou a votação em terceiro lugar, com quase 5 milhões de votos.

Decisão ocorre após apoios de Ciro e do PDT

A declaração de apoio do Cidadania a Lula soma-se à do PDT, de Ciro Gomes.

"Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã. Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas", disse hoje o presidente da sigla, Carlos Lupi.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o ex-candidato pedetista anunciou que seguirá o entendimento do partido.

"Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias. Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora", disse Ciro.

Segundo ele, a declaração de apoio não foi condicionada a cargos num eventual governo petista.

"Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.

O candidato do PDT foi o quarto candidato mais votado no primeiro turno das eleições 2022, com 3.599.287 votos, equivalente a 3,04%.