Em contra-ataque a Bolsonaro, Lula reúne 7 governadores e 16 senadores
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu 7 governadores e 16 senadores na tentativa de armar um contra-ataque em relação aos apoios anunciados no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu endosso de 5 governadores nos últimos três dias.
Em reunião nesta tarde em São Paulo, havia membros de dez partidos, incluindo siglas que não compõem a aliança lulista, como PSD e MDB; que se mantiveram neutros; e o PP, que está com Bolsonaro. Havia ainda três governadores e cinco senadores eleitos no último domingo (2).
Força nos estados. Lula colocou as disputas estaduais como uma das prioridades para suas viagens nacionalmente e tem falado com frequência da força de construir um possível novo mandato em comunhão com os governadores.
Entre os presentes, havia dois que ele ajudou a eleger em primeiro turno, Elmano de Freitas (PT-CE) e Rafael Fonteles (PT-PI) e outros que ele ajudou a levar para o segundo turno, como Paulo Dantas (MDB-AL).
No encontro, além dos governadores da aliança, Regina Sousa (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Carlos Brandão (PSB-MA) e Paulo Câmara (PSB-PE), ele trouxe novos nomes, como o governador Clécio Luís (SD), eleito no Amapá com apoio do PT e do PL de Bolsonaro.
Também estavam presentes antigos concorrentes na disputa estadual: João Azevêdo (PSB), que busca reeleição na Paraíba, e o senador Veneziano do Rêgo (MDB), que tentou o governo com apoio de Lula, mas ficou de fora do segundo turno.
"A Paraíba vai continuar nessa luta [em torno de Lula]", disse Azevêdo, citando a aliança estadual de 13 partidos em torno do seu nome, que não tinha o PT, embora o governador seguisse pedindo voto para Lula.
Se na Paraíba dois nomes apoiavam Lula, no Pará o governador Helder Barbalho (MDB) apoiava Lula e a então candidata Simone Tebet. Com a saída da colega —e a entrada dela para a campanha de Lula anunciada hoje— Helder veio junto ao pai, senador Jader Barbalho (MDB-PA), para abraçar Lula.
Antigo, novos e esperados. O encontro uniu ainda senadores que já estavam com o petista desde o primeiro turno, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Alexandre Silveira (PSD-MG), a outras novidades no segundo turno, incluindo algumas surpresas.
Ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice, a senadora e pecuarista Katia Abreu (PP-TO) fez duras críticas a Bolsonaro, de que seu partido compõe a aliança nacional.
"Não confundimos pessoas corajosas com uma pessoa tosca. Não suporto mais ver o meu Brasil armando as pessoas, de ver o líder maior da nação imitando, debochando das pessoas sofrendo", declarou a senadora, ex-ministra de Dilma Rousseff (PT), porém nunca muito próxima de Lula.
Também estava presente o senador Alexandre Giordano (MDB-SP), antigo suplente do Major Olímpio, morto no ano passado. Junto de Tebet, ele vai na contramão do seu partido em São Paulo.
Nesta mesma tarde, o MDB paulista declarou apoio ao candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) por meio do prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB).
Mais cedo, era esperado que o ex-presidente Michel Temer (MDB), principal cacique do partido no estado, anunciasse apoio a Bolsonaro. Ao colunista Kennedy Alencar, do UOL, Temer negou.
"O que me trouxe aqui hoje foi minha história de vida", justificou Giordano.
Entre os partidos que não compõem a aliança, também estava o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), um dos poucos parlamentares apoiadores de Lula no Centro-Oeste desde o primeiro turno, e um recém-chegado à coligação: o senador Acir Gurgacz (PDT-RO).
Horas antes, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, encontrou Lula na mesma sala para oficializar o apoio do partido a Lula no segundo turno. "Estamos unidos em todo o Brasil. Estamos todos trabalhando para que o senhor seja eleito presidente", disse Gurgacz.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ajudou a organizar o evento, os senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e José Serra (PSDB-SP) também enviaram apoio, mas não puderam estar presentes.
Contra-ataque. Mais do que uma demonstração de força como uma espécie de contra-ataque às iniciativas de Bolsonaro. Nos últimos três dias, ele conseguiu tirar foto com outros cinco governadores.
Na terça (4), recebeu Romeu Zema (Novo-MG) em Brasília e foi recebido por Cláudio Castro (PL-RJ) no Rio, mas o que chamou atenção foi o abraço em Rodrigo Garcia (PSDB-SP) em São Paulo, com declaração de apoio também a Tarcísio.
Hoje, recebeu ainda os governadores reeleitos Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Ratinho Jr. (PSD-PR), que já estavam com ele no primeiro turno.
Por serem apoios já consolidados, Lula tem minimizado as declarações. Dos cinco, só Garcia nunca havia apoiado Bolsonaro publicamente. "A somatória do meu adversário é o mesmo do mesmo, ele já está tendo apoio de quem já apoiou ele no primeiro turno. Todo mundo sabia que o governador do Rio era bolsonarista", disse durante o encontro com o PDT.
Vem pra rua. Entre saudações e declarações de apoio, as lideranças debateram como a campanha petista deve se comportar neste segundo turno para não só manter como ampliar a diferença em relação a Bolsonaro.
O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) pediu que a campanha não desanimasse e seguisse mobilizando apoiadores em eventos presenciais. "O que vence é militância na rua", disse o ex-governador.
Camilo Santana (PT-CE), também senador eleito, pediu que a campanha desse mais atenção às redes sociais e não desarticulasse os comitês locais.
[Como estratégia] é fazer um mapa e traçar os corredores para correr atrás desses votos. Nós vamos ter que chamar essa responsabilidade. No Nordeste tem espaço para aumentar --e muito-- os votos."
Regina Sousa (PT), governadora do Piauí
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