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OPINIÃO

Josias: Sob pressão, Lula resiste a divulgar carta a evangélicos

Colaboração para o UOL

11/10/2022 10h02

O PT ainda não decidiu se Lula (PT) vai divulgar uma carta aos evangélicos, como tem sido especulado desde a semana passada. De acordo com Josias de Souza, isso pode acontecer no próximo sábado (15).

É nessa data que Lula vai encontrar evangélicos e pode aproveitar para se manifestar de forma clara sobre alguns temas debatidos na campanha.

"Internamente há debate sobre conveniência de divulgar uma carta de Lula aos evangélicos, na qual Lula se comprometa a desmentir informações falsas de que fecharia igrejas. E que ele se comprometa a não propor leis que mexam com religião ou que tratem de costumes, como aborto e combate às drogas", explicou Josias.

De acordo com Josias, Lula ainda não está convencido. "Lula resiste a divulgar essa carta. Deveria ter sido divulgada ontem e está pronta. Agora está se cogitando divulgar sábado, se for vencida essa resistência, quando haverá um encontro com evangélicos".

O colunista também citou que Lula tem falado na campanha de alguns temas que despertam atenção dos evangélicos, como o aborto. Recentemente o ex-presidente afirmou, em uma propaganda política, que é contra a prática, ressaltando que o presidente nem pode interferir nesse assunto, pois é pauta do Congresso.

Josias: Com vocação para autocrata, Bolsonaro quer subverter maioria do STF

Josias de Souza também comentou sobre o desejo de Jair Bolsonaro (PL) de aumentar o número de membros do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele destacou que o grande problema dessa proposta é a vocação autocrata do presidente.

Primeiro Josias explicou que os membros do STF são indicados pelo presidente, o que normalmente já gera uma expectativa de lealdade.

"Os presidentes sempre esperam algum tipo de fidelidade das togas que eles indicam. O que diferencia Bolsonaro dos antecessores é a exigência de um compromisso prévio de lealdade e o desejo de aumentar a composição da suprema corte para plantar uma maioria de tubaínas, como Kassio Nunes Marques, que ele diz que nomeou menos pelo currículo e mais pelas tubaínas que dividiu com ele; ou de terrivelmente vassalos, como André Mendonça, que foi para o Supremo porque é evangélico", comentou Josias no UOL News.

O colunista lembrou que Bolsonaro não é o primeiro presidente a indicar pessoas próximas a ele para o STF. Mas ressaltou que a fidelidade do indicado ao patrono nem sempre é garantida. "O ministro não precisa corresponder à expectativa de lealdade. Joaquim Barbosa, Ayres Brito e Cesar Peluso, indicados pelo Lula, foram duríssimos com o PT".

Portanto, na visão de Josias, a preocupação existe por causa de características de Bolsonaro. "O que diferencia é exigência prévia de lealdade e o desejo de subverter a maioria do Supremo, condicionando essa maioria à sua vontade, a vontade de um presidente com vocação autocrata".

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