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Paes crê em virada no RJ: 'Prefeitos acham Lula melhor do que Bolsonaro'

Colaboração para o UOL

11/10/2022 09h29

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSB), disse acreditar na possibilidade de uma virada de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno do estado do Rio de Janeiro. No primeiro turno, o petista ficou atrás do atual presidente tanto na capital quando no estado. (Bolsonaro teve 51% dos votos, contra 40,68% de Lula no estado; na capital, Bolsonaro ficou com 47% dos votos e o petista teve 43,47%)".

"Todos prefeitos [do Rio de Janeiro], podem até não dizer, mas sem exceção, acham que Lula é melhor que Bolsonaro. É muito melhor para prefeituras. Os prefeitos hoje não recebem repasse de assistência social da maneira adequada. Há uma ruptura do sistema federativo quando o presidente faz benesses utilizando tributos que são repartidos com estados e municípios. Não tem um programa de investimento. Nada", criticou Paes, durante participação no UOL News.

Para Eduardo Paes, alguns prefeitos apoiam Bolsonaro por circunstâncias políticas, mas "no fundo" preferem Lula. E destacou Waguinho, prefeito de Belford Roxo, como um importante cabo eleitoral do petista no segundo turno.

"Apoio do Waguinho é simbólico. É prefeito de Belford Roxo, de uma região populosa, onde Lula não teve apoio de força política importante. Mas ele é relevante e isso pode irradiar pela Baixada Fluminense. E permitir que outras forças se integrem à campanha para que a gente possa virar esse jogo, o que tenho certeza que vai acontecer", apostou Paes.

Antes o prefeito criticou um ponto da campanha de Lula no 1º turno, que foi crucial para a derrota no 1º turno, segundo ele. "Eu acho que a candidatura do Lula no Rio podia ter sido mais aberta, podia ter mais palanques além do Freixo. Quando você tem um candidato mais amplo como ele, tem que fazer aliança com outros governadores".

Paes: Bolsonaro querer mudança no STF mostra riscos, mas não creio em golpe

Bolsonaro tem o desejo de aumentar o número de membros do STF, mas Paes entende que isso seria "passar do limite da institucionalidade".

O prefeito disse que seria uma forma do Poder Executivo, comandado pelo presidente, dominar o Poder Judiciário. "Todo autocrata e ditador deseja fazer isso para ter maioria do Judiciário. É inaceitável".

Mas Paes não vê possibilidade de Bolsonaro buscar um golpe contra a democracia. "Não acredito em golpe. Não há apoio internacional para isso e ninguém vai botar tanques nas ruas".

Josias: Com vocação para autocrata, Bolsonaro quer subverter maioria do STF

O colunista do UOL Josias de Souza também participou do UOL News e comentou sobre o desejo de Jair Bolsonaro (PL) de aumentar o número de membros do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele destacou que o grande problema dessa proposta é a vocação autocrata do presidente.

Primeiro Josias explicou que os membros do STF são indicados pelo presidente, o que normalmente já gera uma expectativa de lealdade. "Os presidentes sempre esperam algum tipo de fidelidade das togas que eles indicam. O que diferencia Bolsonaro dos antecessores é a exigência de um compromisso prévio de lealdade e o desejo de aumentar a composição da suprema corte para plantar uma maioria de tubaínas, como Kassio Nunes Marques, que ele diz que nomeou menos pelo currículo e mais pelas tubaínas que dividiu com ele; ou de terrivelmente vassalos, como André Mendonça, que foi para o Supremo porque é evangélico".

O colunista lembrou que Bolsonaro não é o primeiro presidente a indicar pessoas próximas a ele para o STF. Mas ressaltou que a fidelidade do indicado ao patrono nem sempre é garantida. "O ministro não precisa corresponder à expectativa de lealdade. Joaquim Barbosa, Ayres Brito e Cesar Peluso, indicados pelo Lula, foram duríssimos com o PT".

Portanto, na visão de Josias, a preocupação existe por causa das características de Bolsonaro. "O que diferencia é exigência prévia de lealdade e o desejo de subverter a maioria do Supremo, condicionando essa maioria à sua vontade, a vontade de um presidente com vocação autocrata".

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