Bolsonaro erra nome de favela e diz que evento com Lula só tinha traficante
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a um evento em uma comunidade do Rio de Janeiro onde havia "só traficante". Logo depois de dizer que "conhece" o estado, o chefe do Executivo disse que o petista foi ao Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), quando Lula esteve, na verdade, no Complexo do Alemão, na capital fluminense.
"Eu conheço o Rio de Janeiro, o senhor esteve no Complexo do Salgueiro. Não tinha um policial do seu lado, só traficante. Tanto é verdade sua afinidade com traficantes e bandidos que nos presídios do Brasil, cada cinco votos, você teve quatro votos", disse Bolsonaro.
O presidente também tentou colar à imagem do petista suposta ligação com Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), citando gravação telefônica grampeada envolvendo o traficante. "Ele diz ali, chama o senhor de um palavrão, diz que prefere o senhor do que a mim. Fazer presídio e deixar amigos soltos em outro presídio, comandando crime, isso é um crime, seu Lula."
Lula rebateu e disse que se orgulha de ser o "único candidato a presidente da República que tem coragem de entrar em uma favela".
"Eu ia sabe por que? Porque eu acredito no povo. Eu fui no complexo do Alemão, povo extraordinário, trabalhador. Fizemos uma passeata extraordinária, exuberante. E ali não tinha bandido na passeata. Tinha mulher e homem que trabalham, que levantam cinco horas da manhã para trabalhar", disse Lula.
"Os bandidos você sabe onde estava. Tinha um vizinho seu que tinha 100 armas dentro de casa, o senhor sabe. Esse não era da favela do Complexo do Alemão. Esse morava em um apartamento na Avenida Copacabana. É achar que só os bandidos estão no lugar dos pobres? Os grandes bandidos estão no lugar dos ricos. Os pobres são grandes trabalhadores", continuou o petista.
Nas redes, houve reação à fala de Bolsonaro.
Lula foi ao Complexo do Alemão na última quarta. Pela manhã, reuniu-se com lideranças comunitárias para tratar de projetos sociais, política de armas, cultura e segurança pública. Depois, fez uma caminhada de cerca de 1 hora pela Estrada de Itararé.
Com o prefeito Eduardo Paes (PSD) e do deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato derrotado ao governo do estado, o cortejo andou por quase 2km com um dos maiores públicos do petista nas diferentes idas ao estado. Ao final, no trio, ao lado da família da ex-vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL), ele relacionou a morte aos "milicianos que Bolsonaro apoia".
O estado se tornou uma das prioridades de Lula neste segundo turno, junto a São Paulo e Minas Gerais. O objetivo da campanha é tentar diminuir a distância de mais de dez pontos a favor de Bolsonaro.
*Participaram desta cobertura:
Em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Beatriz Gomes, Caê Vasconcelos, Felipe Pereira, Herculano Barreto Filho, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy, Letícia Mutchnik, Lucas Borges Teixeira, Stella Borges, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho.
No Rio de Janeiro: Lola Ferreira.
Em Brasília: Camila Turtelli, Leonardo Martins e Paulo Roberto Netto.
Colaboração para o UOL: Amanda Araújo e Pedro Villas Boas.
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