Em meio a silêncio no 2º turno, Ciro defende Cármen de ataques de Jefferson
Após o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) gravar um vídeo com ofensas misóginas dele contra a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Cármen Lúcia, o candidato derrotado à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) quebrou o silêncio no segundo turno para defender a magistrada.
Na conta oficial do Twitter, o pedetista prestou solidariedade a Cármen Lúcia e pediu investigação do caso. Na gravação, Jefferson comparou a ministra a uma "prostituta". "Minha solidariedade à ministra Carmen Lúcia, do STF, vítima de ataques absurdos e criminosos. Que as instituições brasileiras apurem e punam seus autores", escreveu o pedetista.
Desde o primeiro turno, realizado em 2 de outubro, Ciro Gomes havia utilizado a rede social apenas no dia 12 de outubro, para celebrar o feriado da Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Ofensas misóginas. O vídeo foi publicado ontem no perfil da filha de Roberto Jefferson, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), no Twitter. Jefferson está em prisão domiciliar e proibido de usar as redes sociais.
Na gravação, o bolsonarista critica Cármen por seu voto a favor da decisão do TSE de punir a emissora Jovem Pan, após a emissora transmitir declarações falsas contra o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu fui rever o voto da bruxa de Blair da Carmen Lúcia na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo e não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostituas, aquelas vagabundas arrombadas. Aí elas viram para o cara e dizem: 'ei benzinho, eu nunca dei o rabinho, é a primeira vez'. Ela fez pela primeira vez. Abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez. Ela diz assim: 'é inconstitucional censura prévia, é contra a súmula do Supremo Tribunal Federal [STF], mas é só dessa vez benzinho'", disse.
Cármen Lúcia acompanhou o voto do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e os colegas Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves. As decisões contra Jovem Pan foram tomadas pela maioria do tribunal, com um placar de 4 votos a 3. Para Moraes, "é evidente a veiculação de informação inverídica tendente a desinformar a população acerca do desfecho dos processos criminais" envolvendo Lula.
Juristas pedem volta à prisão. A Associação Brasileira De Juristas Pela Democracia pediu ao ministro do STF Alexandre de Moraes que revogue a prisão domiciliar de Jefferson. A ação argumenta que Jefferson viola os termos de sua domiciliar.
O político saiu da prisão preventiva no Complexo Prisional de Bangu em janeiro de 2022 sob a condição de não utilizar redes sociais. Ele é acusado de tumultuar o processo eleitoral e proferir discursos de ódio, além de atacar instituições democráticas.
'Misógino', 'execrável'. Políticas mulheres também se manifestaram nas redes sociais para prestar solidariedade e repudiar as falas de Jefferson. A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) foi uma das primeiras a comentar: "Asqueroso".
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial, afirmou que a declaração é "inaceitável". Também candidata no primeiro turno, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) reforçou que Roberto Jefferson precisa ser punido. "A bancada feminina do Senado dará uma resposta."
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