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BA: Jerônimo critica pesquisas e diz que atrapalharam vitória em 1º turno

Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/10/2022 17h08Atualizada em 25/10/2022 21h12

O candidato ao governo da Bahia pelo PT, Jerônimo Rodrigues, criticou as pesquisas eleitorais, durante a sabatina UOL/Folha, e afirmou que elas "atrapalharam" uma possível vitória no primeiro turno. Ele teve 49,45% dos votos válidos, ficando perto de vencer no dia 2.

"O voto útil pesa muito. Você sabe o que é, na véspera, a televisão do meu opositor dizer que eram 20 pontos de diferença? Eu tenho certeza que, se essa pesquisa não tivesse sido publicada na véspera, eu ganharia as eleições", afirmou.

Jerônimo ainda ressaltou que "esse tipo de pesquisa não ajuda a democracia", relembrou eleições antigas no estado e disse que o grupo político sofre de "má-fé" pelos institutos.

"Nas eleições de 2006, para a gente eleger Jaques Wagner, nós todos na Bahia dormimos na véspera das eleições com as pesquisas dizendo que não haveria segundo turno e que nós perderíamos as eleições. Aconteceu realmente que não teve o segundo turno, mas somos nós que ganhamos com Jaques Wagner", criticou, também comparando a eleição do ex-governador Rui Costa (PT).

"Eu concordo que, na reforma política, nós temos que mediar uma atenção especial para esse tipo de pesquisa, que não ajuda a democracia em lugar nenhum."

Ao comentar as 37 propostas de seu plano de governo que necessitam de parceria com o governo federal, ele afirmou que vai ter "a coragem de tratar isso com qualquer presidente".

"O povo da Bahia vai me eleger para a gente poder defender os projetos importantes, estratégicos para a Bahia, independente de quem ganhe as eleições federais. Para nós, não é tanto faz, como para o meu adversário. Eu terei a coragem de tratar isso com qualquer presidente, mas eu tenho um lado. A Bahia tem lado. E nós estamos trabalhando para aumentar a votação do Lula no segundo turno."

"Eu deposito as minhas confianças [na parceria com o governo federal] porque são ações que o estado não pode abrir mão de investimentos federais", disse, citando proposta da ferrovia que liga o litoral ao oeste da Bahia como um dos exemplos.

Não é tanto faz. Se nós tivermos Lula presidente, é um desenho. Se não tivermos, é um outro que não nos interessa."
Jerônimo Rodrigues (PT), candidato ao governo da Bahia

MDB e ligação com Geddel

O petista foi questionado sobre a aproximação com o MDB e com o ex-deputado Geddel Vieira Lima, preso com 51 malas cheias de dinheiro vivo. Ele respondeu que as conversas foram "com o partido, não com uma pessoa só" e que a aproximação do partido foi positiva para a campanha.

"O MDB trouxe candidaturas que nos ajudou e muito nesse momento de ganharmos aqui na Bahia o processo de primeiro turno. O MDB trouxe o vice-governador Geraldo Júnior, uma pessoa que deu uma boa animada na campanha".

Sobre Geddel, ele chamou de "questão pessoal". "Os advogados deles estão cuidando. Estou tratando aqui de uma relação partidária, que nós dialogamos sob uma prática de concepção do governo. Nós vamos governar sim com esses partidos."

No segundo turno, ele tem 12 partidos políticos na sua aliança: "Cada partido tá trazendo a sua contribuição".

Propostas

Sobre o aumento dos homicídios na Bahia, diz que "divide a responsabilidade" com o governo federal e citou a "mão forte" do Estado. "Trarei para o meu gabinete essa agenda intensificada, mas eu também aguardo que a parceria com o governo federal possa por exemplo proteger as nossas fronteiras dos estados, fortalecer a ação tanto do Exército, da Aeronáutica, da Marinha. Com certeza aqui na Bahia terá uma mão forte do Estado para que a gente possa afastar da Bahia esses números."

Ele defendeu as câmeras nas fardas dos policiais, uma legislação ambiental mais severa e uma retomada na educação infantil e fundamental em parceria com os prefeitos.

"Tenho a interpretação que [a câmera na farda] é pra defender tanto o policial quanto a sociedade, para qualquer eventualidade a gente tenha a firmeza do que aconteceu".

A sabatina foi conduzida por Kennedy Alencar e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha de S. Paulo.

ACM Neto também foi convidado, mas ainda não definiu uma data para participar.