Bahia: veja a íntegra da sabatina UOL/Folha com Jerônimo Rodrigues (PT)
Durante a sabatina UOL/Folha, hoje, feita ao vivo, o candidato ao governo da Bahia pelo PT, Jerônimo Rodrigues, criticou as pesquisas eleitorais e afirmou que elas "atrapalharam" uma possível vitória no primeiro turno. Ele teve 49,45% dos votos válidos, ficando perto de vencer no dia 2.
A sabatina foi conduzida por Kennedy Alencar e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha de S. Paulo.
ACM Neto também foi convidado, mas ainda não definiu uma data para participar. Veja a íntegra da entrevista.
[Kennedy Alencar]: Olá, boa tarde. Começa agora mais uma sabatina do UOL e da Folha de S.Paulo. E desta vez nós vamos entrevistar Jerônimo Rodrigues, ele é o candidato do PT ao governo da Bahia. O candidato ACM Neto, do União Brasil, foi convidado mas não respondeu. E participam dessa sabatina comigo Carlos Madeiro, que é colunista do UOL, está lá em Maceió, e João Pedro Pitombo, correspondente da Folha em Salvador. Jerônimo, boa tarde pra você. Quero te agradecer pela entrevista.
[Jerônimo Rodrigues]: Olá, boa tarde. Parabenizar a iniciativa da UOL, da Folha, queria agradecer essa oportunidade de a gente poder debater com o Brasil, temas importantes, relevantes, relacionados com a nossa concepção que nós queremos implementar aqui na Bahia. E saúdo aí a Pitombo, baiano, Kennedy e ao Madeiro. Estou à sua disposição para a gente poder fazer um bom debate.
[Kennedy Alencar]: Obrigado. O prazer é nosso. Madeiro, boa tarde pra você.
[Carlos Madeiro]: Boa tarde, Kennedy. Boa tarde, Pitombo. Boa tarde, candidato, obrigado também por estar com a gente.
[Kennedy Alencar]: Pitombo, bom você estar com a gente aqui, boa tarde pra você.
[João Pedro Pitombo]: Boa tarde, Kennedy. Boa tarde, Madeiro. Boa tarde, candidato. Vamos debater.
[Kennedy Alencar]: Bora. Bora lá. Candidato, a partir da primeira pergunta que eu vou formular agora, a gente vai ter uma hora para conversar. A gente viu no domingo, Jerônimo, um ato terrorista do Roberto Jefferson, uma tentativa de homicídio de agentes da Polícia Federal. A gente vê o presidente da República o tempo inteiro sugerindo a possibilidade de golpe, de se criar um caos no país. Eu pergunto para o senhor: O senhor vê risco de um golpe de Estado no Brasil? Ou de um episódio parecido com aquele que houve nos Estados Unidos, a invasão do Capitólio, que é o Congresso americano? E no caso de uma tentativa de golpe ou de um tumulto, o presidente da República, se ele terá o apoio das Forças Armadas.
[Jerônimo Rodrigues]: Kennedy, olha, eu não vejo esse risco, mas me preocupa, a mim e as pessoas que olham a política com os olhos do bem. Entristece muito um presidente da República liderar movimentos tão irresponsáveis como aquele inclusive que você está dizendo que nós vimos nos Estados Unidos. Acho que gera para a sociedade brasileira uma certa insegurança, isso a gente não pode abrir mão de reconhecer. Mas é uma insegurança por conta do Estado que nós construímos ao longo do tempo, um Estado democrático, e a gente vê ainda uma democracia muito jovem no Brasil.
Eu acho que, a cada momento que o atual presidente estimula atitudes como esta, a gente conhece o comportamento do Roberto Jefferson, a gente sabe como é que ele se comportou o tempo inteiro, e tenho certeza de que ele se viu estimulado no presidente, entendo que é um comportamento não só dele, mas de tantos outros que a gente vê no Brasil, um presidente que estimula a violência, o armamento da sociedade, o desrespeito às instituições, de respeito, naturalmente, por exemplo, o Supremo, o próprio Senado, o Congresso Federal, a relação estabelecida entre o presidente da República e as nossas instituições, as universidades, a família, tudo isso gera uma insegurança política muito forte. Para a gente que está numa tentativa de construir uma democracia, um Estado forte, um Estado que responda às demandas da sociedade, realmente nos preocupa muito mais o desmando que o presidente provoca. Impressionante, Kennedy, como isso... assim, chega a tocar na imagem do presidente. Nós estamos acompanhando a partir das pesquisas eleitorais, o ato de domingo, com certeza o tempo é curto, dois dias depois, para impactar no resultado das eleições, mas eu tenho certeza que a sociedade brasileira enxergará atitudes como esta, posso dizer dessa de Roberto...
[Kennedy Alencar]: O papel das Forças Armadas?
[Jerônimo Rodrigues]: Pois, olhe, a avaliação que eu faço é uma avaliação de que o presidente perdeu força perante as Forças Armadas. O desgaste dele e a irresponsabilidade, o desrespeito à instituição, às instituições que compõem as Forças Armadas, aí o sentimento é esse, percebe que o presidente não gera confiança deles para criar qualquer ambiente que possa desestabilizar naturalmente o Estado Democrático de Direito. Mas eu quero citar outro exemplo, Kennedy. Você citou o exemplo de Roberto Jefferson, são três, assim, atitudes que impactam, a atitude dele de ficar dizendo que é um comportamento dele, um comportamento pessoal dele, do time de que ele faz parte, o comportamento dele perante às adolescentes, às jovens, ele criar uma frase que impacta muito na vida da gente, que somos pais, somos avós, somos tios, ver uma situação daquela de um gestor público não tomar uma atitude perante os conselhos de direito, ou fazer uma denúncia nos locais adequados para que ao invés de ele estar comentando que gerou um clima. Impressionante como a esposa dele ainda alimenta e defende uma atitude dessa. É realmente lamentável um presidente da República criar uma situação dessa. Eu tenho certeza que a sociedade brasileira... e o outro, o membro da própria sua equipe, ministro da Economia, no momento como este, um grande gol contra, a gente percebe nele e na equipe dele. E tenho certeza que o Brasil vai dar a resposta no próximo domingo para atitudes como esta.
[João Pedro Pitombo]: Candidato, eu queria falar do seu plano de governo. Eu estava dando uma olhada nele e pelo menos 37 ações previstas no seu plano de governo dependem expressamente de parcerias com o governo Federal, trabalhando especificamente o capítulo de logística, são três ações previstas, sete dependem do governo federal. E no próprio plano de governo, o senhor fala que o governo Bolsonaro, ele boicota a Bahia, e é um governo que não gosta de gente. A gente tem uma situação, um cenário muito acirrado na eleição nacional. Eu queria saber a avaliação sua, qual o plano caso Bolsonaro seja eleito presidente e o senhor seja eleito governador, como colocar seu plano de governo em prática?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, Pitombo, o meu programa de governo, ele foi escrito de uma forma participativa, quero destacar isso. Nós fomos em todos os territórios de identidade da Bahia, os 27 territórios, fazer uma escuta. Tivemos registradas as presenças de 200 mil pessoas envolvidas em uma ação direta, presencial, debatendo, levando propostas, reuniões temáticas das diversas áreas, e as grandes plenárias, além da internet. Então, é um documento consolidado com a presença e o aval da sociedade, com representação da sociedade baiana. Este, na verdade, é o quinto programa de governo que nós, do PT aqui, com os partidos aliados, realizamos ao longo da história. Você vai ver um capitulo denso que diz respeito àquilo que é de responsabilidade do estado, aquilo que eu dirigirei no estado, ou seja, eu puxo para mim dizendo: "Essa aqui é de responsabilidade do governador, é de Jerônimo", fazendo em parceria com municípios, com consórcios municipais, com a sociedade, empresários. Então, tem um conjunto de ações que está clara, muito claro esse conjunto, que é responsabilidade minha, de governador do estado. E tem realmente um bloco, Pitombo, que eu deposito a confiança, porque são ações que o estado, de qualquer estado, de qualquer tamanho, nem mesmo um estado como São Paulo ou Rio pode abrir mão de investimentos federais. Eu posso dar três exemplos. Um exemplo é a ferrovia que liga o litoral ao oeste, cortando uma boa parte significativa do estado da Bahia, para que possa trazer a produção do agronegócio do oeste e parte do sudoeste, minério, descarregando aí até o Porto Sul, na região ali de Ilhéus, então essa é uma ação que não tem como a gente... o estado não tem forças e é uma ação federal.
Uma outra, eu posso também destacar, é o estaleiro aqui no Maragogipe, na Enseada do Recôncavo, que é uma indústria naval que não tem como, novamente, o estado assumir uma ação de elevado porte, de importância para a economia baiana, para a economia brasileira, para o Nordeste. Então posso ainda citar o exemplo das universidades, o exemplo das estradas, das BRs que cortam o nosso Estado; nós temos duas grandes BRs, além— essas duas são mais importantes, a 101, que pega no extremo sul, que leva inclusive ao Sergipe, ao Pernambuco, e a 116. Então nós não tivemos o investimento suficiente para duplicar vias federais na Bahia, e hoje, inclusive, Pitombo, é o Governo do Estado, infelizmente, que assume a responsabilidade, por exemplo, de duplicar a pista Ilhéus-Itabuna, uma via importante para a economia, para o turismo, o Estado é quem está fazendo, porque a União não fez. BRs como algumas que estão localizadas no território de Irecê da mesma forma, no norte. Portanto, nós estamos depositando, sim, uma confiança naquelas ações que a gente entende que é de responsabilidade da parceria com o governo federal. Dialogamos com Lula. Eu, inclusive, Pitombo, entreguei pessoalmente, quando ele esteve aqui no 2 de julho, e aperfeiçoei o documento, e entreguei agora, no dia 12 de outubro, novamente, uma via já atualizada ao próprio Lula, dizendo: "Lula, aqui existem as ações que coadunam entre as ações do meu programa de governo e o programa do governo do seu, governo federal". Posso destacar uma aqui que é importante, que é o tema do combate à fome, do desemprego. Eu, como governador, preciso dessa ação parceira com o governo federal.
[João Pedro Pitombo]: Pois não, secretário, mas só para deixar claro: caso o presidente Bolsonaro seja reeleito, o senhor vai buscar, o senhor vai dialogar com ele para tentar tirar esses projetos do papel?
[Jerônimo Rodrigues]: Olhe, Pitombo, o governador Rui Costa tentou dialogar diversas vezes com o governo federal. O meu estilo não será diferente. Eu só tenho um diferencial nesse momento. Eu estou respondendo a você com essa clareza de que terei necessidade e a oportunidade eu farei, mas eu tenho certeza, estamos aqui trabalhando para que o Lula vença as eleições. Mas, considerando sua pergunta, eu não terei dificuldade, porque o povo da Bahia vai me eleger para a gente poder defender os projetos importantes, estratégicos para a Bahia, independente de quem ganhe as eleições federais, diferente do meu opositor, que ele disse que "tanto faz". Para nós não é tanto faz, Pitombo, você já sabe disso. Nós temos clareza que nós temos lado, a Bahia demonstrou isso no último dia 2 de outubro, teve lado, elegeu o presidente Lula com 4 milhões de votos a mais que o segundo colocado, portanto, não é uma postura de em cima de muro. Você está perguntando, eu terei a coragem de tratar isso com qualquer presidente, mas eu tenho um lado, a Bahia tem lado e nós estamos trabalhando para aumentar a votação do Lula no segundo turno.
[Carlos Madeiro]: Candidato, boa tarde mais uma vez. Eu queria perguntar ao senhor uma questão que parece que ficou muito clara também na eleição aí. O senhor, também até o Jaques Wagner, chegou, em alguns momentos, a questionar as pesquisas. O senhor, muitas vezes, foi colocado atrás do ACM Neto e terminou praticamente aí a menos de um ponto de ganhar as eleições no primeiro turno. Eu queria que o senhor opinasse um pouco sobre essa questão, que vem sendo uma base, inclusive, de defesa do presidente Jair Bolsonaro e de alguns aliados dele, como o presidente da Câmara, Arthur Lira, se o senhor concorda com regulação de pesquisa e, na avaliação do senhor, se houve alguma, digamos assim, algum erro que o senhor justifique para que o senhor tenha aparecido em muitos momentos atrás, ou o senhor acha que foi realmente um momento que o senhor deu uma arrancada final, ou alguma metodologia não foi confiável?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, Madeiro, essa é a terceira eleição que o nosso grupo político, na Bahia, sofre dessa má-fé. O termo é esse: má-fé. Em 2007, nas eleições, 2006, para a gente, a Bahia eleger Jaques Wagner, nós todos, na Bahia, dormimos, na véspera das eleições, com as pesquisas dizendo que não teria segundo turno, e que nós perderíamos as eleições. E aconteceu realmente que não teve o segundo turno, mas somos nós que ganhamos com Jaques Wagner. Wagner governou o primeiro mandato, o segundo mandato; e, no terceiro, na eleição do Rui, novamente, o Rui enfrentou o ex-governador Paulo Souto, e novamente as pesquisas, e nós temos dito, encomendadas, de má-fé, não é erro técnico, diziam que nós perderíamos as eleições no primeiro turno, e novamente nós ganhamos.
[Kennedy Alencar]: Candidato, institutos como Datafolha, como Ipec, têm históricos de credibilidade, e não há uma má-fé dos institutos. Isso são movimentos que acontecem. O senhor acredita que o Datafolha e o Ipec vão se sujeitar a fazer alguma pesquisa de má-fé contra o PT na Bahia?
[Jerônimo Rodrigues]: Kennedy, duas eleições, a mesma história, como é que se explica? Essa última eleição aqui, Kennedy, nós estávamos... nós temos pesquisas internas, e nós sabíamos que a gente estava na vantagem. Quando apareceu, na véspera das eleições, a pesquisa, apareceu, sabe que número? Eu aparecia com 40, e o meu opositor com 50. No dia das eleições, foi o inverso.
[Kennedy Alencar]: No caso, não foi o impulso que o Lula deu à candidatura do senhor? O Jaques ia ser o candidato, o Jaques Wagner, não foi, aí o senhor foi lançado, e começou uma trajetória de virada. Isso não pode ter sido, no momento em que o senhor, junto com o Lula, chega na reta final do segundo turno, e o eleitor associa que o Jerônimo Rodrigues é o candidato do Lula, isso não é o que explica o impulso que o senhor teve na reta final?
[Carlos Madeiro]: Um detalhe, Kennedy, Lula foi aí na véspera da eleição.
[Jerônimo Rodrigues]: Kennedy, Madeiro, a pesquisa foi publicada no sábado, irmão, 20 pontos de diferença. Se fosse um dado, Kennedy, de quatro, cinco, até 10%. São 20 pontos tirados. Botaram 10 nele e tiraram 10 de mim. Eu tive 50. A pesquisa aparecia com 10.
[Kennedy Alencar]: Mas aí acho que a gente tem que colocar na conta do erro, não da má-fé. Aí é um erro, eu creio. Não é má-fé.
[Jerônimo Rodrigues]: Mas aí é a sua opinião. É a minha opinião. Eu estou entendendo... Se fosse a primeira vez, nós até entenderíamos assim. Sabe quantos votos, você sabe, faltaram para eu poder me eleger no primeiro turno? 40 mil, 50 mil, de um universo de 11 milhões de votos. Se fosse a primeira vez, Kennedy, nós assumiríamos isso: "Está certo, embora relevar". Aconteceu...
[Kennedy Alencar]: Porque lá no Congresso, o Arthur Lira está querendo aprovar um projeto para restringir a publicação de pesquisas, que é fundamental para o eleitor se informar. Eu acho que os institutos, como a imprensa, eles merecem críticas, eu faço críticas à imprensa, entendo o posicionamento do senhor, mas esse questionamento às pesquisas é feito muito pelo Bolsonaro, com essa história de "DataPovo", querendo inclusive tirar a credibilidade de institutos, que apontam, por exemplo, a liderança do Lula.
[Jerônimo Rodrigues]: Escute, olha, eu concordo que se você me disser assim, olha, eu comecei depois, eu comecei atrás do meu opositor, tudo é verdade. Eu não nego isso. Era o Wagner, depois era o Otto, veio para dentro do partido. Eu comecei a minha campanha atrás do candidato que já era prefeito, que tinha um conhecimento, que estava na mídia. O ex-prefeito é candidato não é de agora, ele já foi pré-candidato, foi, voltou. Isso é verdade. Isso é verdade também, Madeiro, que a vinda do Lula aqui, em quatro eventos, me ajudou bastante. Nunca nego isso. Que a força do nosso time político… O Rui está com avaliação de 82% positiva, isso atrai, a presença do Otto. A quantidade de...
[Kennedy Alencar]: O PT governa a Bahia há 16 anos, né?
[Jerônimo Rodrigues]: Pois é. Mas eu quero dizer assim, tem uma parte muito forte aí que vocês colocam, que eu concordo, não há discordância. O que eu não aceito de uma forma tranquila, digamos assim, é você publicar uma pesquisa… Nós, nós, Kennedy, nós tínhamos pesquisas internas, que nós ganharíamos com a média ali de até 51%, 52%. O próprio opositor, na véspera, e no dia das eleições, já reconhecia isso, não de palavra, mas no seu comportamento. Portanto, é possível que daqui a mais alguns dias, ou anos, a gente entenda o que é que estava por trás dessa pesquisa. Mas eu vou repetir, não tem boa-fé. Não tem. Respeito os institutos...
[Carlos Madeiro]: Só uma pergunta, candidato, o senhor acha que não ganhou a eleição no primeiro turno por conta dessa divulgação de pesquisas? Atrapalhou uma vitória do senhor?
[Jerônimo Rodrigues]: Eu acho que atrapalhou. A avaliação nossa é que atrapalhou. Olha, Madeiro, 40 mil votos… o voto útil pesa muito. Você sabe o que é. Na véspera, a televisão do meu opositor, que é a mais assistida, mais acompanhada aqui na Bahia, dizer assim, olha: "São 20 pontos de diferença. O candidato do governo está com 40, e o outro está com 50". E no dia das eleições, ser o inverso? Dez para lá, dez para cá? Eu tenho certeza, Madeiro, se essa pesquisa não tivesse sido publicada na véspera, eu ganharia as eleições. Como não tenho como provar, não tenho elementos, assim, olha: "Esses 40 mil votos saíram dali", eu tenho que fazer o meu questionamento. É natural que um candidato que perca por 40, 50 mil votos em um universo de 11 milhões de votos… Não estou querendo botar culpa lá, tá? Foi ali, foi aqui… não. Eu concordo que na reforma política, nós temos que mediar uma atenção especial para esse tipo de pesquisa, que não ajuda a democracia em lugar nenhum.
[João Pedro Pitombo]: Candidato, eu queria falar um pouco sobre segurança Pública. Recentemente foram divulgados dados do DataSUS, que é o banco de dados do Ministério da Saúde, e o levantamento aponta que o estado registrou 6.661 mortes violentas no ano passado. Número que é quase o dobro do segundo colocado, que foi o estado de Pernambuco. Nesse mesmo período, segundo os dados do DataSUS, o Brasil reduziu o número de mortes violentas. O senhor fala muito que a segurança é uma questão nacional. Como é que o senhor explica o número de homicídios crescer na Bahia enquanto cai no restante do Brasil?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, eu divido a responsabilidade, Pitombo. Sempre dividi, dividirei. Primeiro vou repetir aqui, mais uma vez tenho que repetir: está no meu programa de governo a responsabilidade que caberá a mim enquanto governador. Eu destaco, por exemplo, concurso público, valorização profissional da categoria — tanto da Civil, da Militar, quanto dos Bombeiros —, a parceria que nós temos que estabelecer com as prefeituras, porque também nós compatibilizamos uma ação que eu acho importante, de guarda municipal ou de iluminação das ruas, de câmeras em locais remotos. Então essa é uma parceria que nós achamos importante, mas os investimentos que nós estamos garantindo que faremos no meu governo, além de concurso público, de viaturas, de delegacias, de armas, de equipamentos de proteção ao trabalhador, tudo isso está de uma forma muito, assim, arrojada, firme no meu programa de governo. Tem aí duas frentes que eu destaco sempre, uma delas é a inteligência. Investir na inteligência para que a gente possa fazer, ter atitudes preventivas na segurança pública. Até porque, vocês mesmos que trabalham muito na mídia, divulgam sempre essas informações, sabem que o crime organizado se articula, tem também a sua inteligência, aonde ele vai se movimentar e acontecer, e nós temos que nos precaver e se antecipar a isso.
A outra, nós temos a central de monitoramento, que é a maior central da América Latina, então, investimento em tecnologia, uso de câmeras tanto em viaturas, nas vias públicas, e até mesmo em fardas de policiais, para que a gente possa fazer um cerco, para que a segurança pública venha para uma ação prioritária. Posso dizer ainda, Pitombo, duas frentes. Uma delas é que nós estamos falando de ação policialesca, estamos falando também de uma agenda com a sociedade de direitos humanos, de respeito à cultura de paz. E eu não posso abrir mão: o Lula chamou uma reunião com alguns governadores, com profissionais da segurança pública, com estudiosos, eu gostei muito, porque eu me senti amparado nessas ações que eu irei desenvolver na Bahia, ele acenou, primeiro para o estatuto do desarmamento, é fundamental a gente perceber que a quantidade de armas circulando no meio da sociedade, isso estimula o crime, isso favorece ao crime organizado. Não tenho dúvida disso. Mas também a circulação, por exemplo, de drogas, isso o Lula acenou para orçamento, para investimento, tanto o orçamento na área de segurança pública ou no sistema nacional, e o ministério que tenha força suficiente. Eu farei a minha parte enquanto governador, trarei para o meu gabinete essa agenda intensificada, mas eu também aguardo que a parceria com o governo federal possa, por exemplo, proteger as nossas fronteiras dos estados, fortalecer a ação tanto do Exército, da Aeronáutica, da Marinha, e eu tenho certeza de que essas Forças Armadas ajudarão a gente com a inteligência a enfrentar esse tema que você vê o que acontece, está em São Paulo, está no Rio, está na Bahia, a circulação desses índices, com certeza aqui na Bahia terá uma mão forte do Estado para que a gente possa afastar da Bahia esses números.
[Carlos Madeiro]: Candidato...
[João Pedro Pitombo]: Perdão, Madeiro. Você falou muito das suas propostas em relação à segurança, mas queria que o senhor explicasse, na avaliação do senhor, o porquê há esse descompasso entre os indicadores da Bahia e o restante do Brasil? Os outros estados conseguiram reduzir e a Bahia cresceu e está num patamar muito alto ainda.
[Jerônimo Rodrigues]: Pitombo, nós sabemos que o Nordeste, quando acontece alguma ação, digamos, mais intensificada das forças em alguma região do Sul e do Sudeste, a inteligência, como eu falei, do crime organizado, ele vai procurando frentes no Nordeste, no Norte. E aqui na Bahia a ação que o governo do estado fez dar a gente não é um conforto de dizer que fizemos o que nós tínhamos fazer, é um conforto de dizer assim: dentro do alcance do governo do estado, nós fizemos concursos públicos, então o diálogo que o ex-prefeito tem estabelecido de crítica ao governo do estado, de que nós reduzimos o quantitativo de policiais não é verdade. Então nós temos hoje aproximadamente 32 mil homens e mulheres na polícia, então não reduziu a quantidade. Os investimentos que coube ao estado, de tecnologia, de inteligência, e da própria... da própria infraestrutura, nós fizemos um bom investimento. E isso não quer dizer que tenhamos a tranquilidade do governo do estado resolvido o problema, mas pode ter certeza que eu investirei junto e ao lado do presidente Lula, nós teremos condições de fazer um cerco maior ao crime organizado, para que esse número possa ser reduzido.
[Carlos Madeiro]: Candidato, o senhor falou um termo aí que é até inclusive muito usado acredito que por governos mais à direita, o senhor falou "braço forte". A gente tem dados aqui de letalidade policial. Em 2020, por exemplo, das 607 mortes da polícia causadas em autos de resistência da Polícia Militar, 595 foram pessoas negras, só 11 brancas. Há uma reclamação constante dos movimentos negros aí, questões ligadas à periferia, principalmente Salvador, da força justamente desse braço forte que a polícia entra nas favelas, nos locais onde poderia ser um pouco mais, digamos assim, respeitado o direito dessas pessoas. O senhor não acha que a polícia hoje aí na Bahia mata muito? E se o senhor concorda no uso de câmeras, se o senhor pretende adotar para tentar reduzir, como São Paulo fez.
[Jerônimo Rodrigues]: O uso de câmeras, eu acho que isso está pacificado no meu programa de governo. Eu defendo, até porque qualquer serviço público, Madeiro, nós precisaremos dar transparência, qualquer um deles. Então não tenho problema e, na medida do possível aqui, inclusive o governador Rui Costa tinha feito uma licitação, teve um problema técnico, foi suspenso, mas tanto câmeras nas vias públicas quanto nas viaturas e nas fardas, eu sou defensor e tenho a interpretação justamente para proteger tanto o policial quanto a sociedade para, qualquer eventualidade, a gente ter a firmeza do que aconteceu em relação à postura de policiais, mas também de defesa da índole e da ética dos profissionais. Quanto essa assertiva que você traz sobre as nossas propostas para frente — é isso que eu estou tratando —, eu sentei aqui, Madeiro, fizemos uma plenária com o movimento negro e eu me comprometi — isso está no meu programa de governo — que nós dialogaremos, faremos um diálogo permanente com o Conselho Estadual de Segurança Pública, com os movimentos de direitos humanos para que a gente possa a Corregedoria da Polícia ser fortalecida para, as eventualidades que aconteçam nesses casos, a gente dar respostas reais e firmes e a Polícia Militar do Estado da Bahia possa, no ano que vem, vai celebrar, fazer aniversário de 200 anos, a gente possa ter uma Polícia Militar ativa, mas, ao mesmo tempo, entendendo qual é o seu papel diante da defesa da população baiana. O meu programa de governo extrapola essa relação da polícia para espaços de direitos humanos, de educação nas escolas que possam ajudar a gente a ter essa consciência, a cultura de paz, e eu farei isso. Me comprometi, está no meu programa de governo e eu farei um diálogo permanente entre a sociedade civil organizada, que clama por essa situação, e a Polícia Militar.
[Kennedy Alencar]: Jerônimo, a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, ela é muito criticada nacional e internacionalmente, não é? Há um desmatamento maior na Amazônia, há aqueles que falam que há risco de chegar a um ponto de não retorno e a perda da floresta amazônica, queimadas no Pantanal, a gente vê uma pressão do agronegócio forte sobre o Cerrado também. No oeste baiano, há uma pressão do agronegócio em relação ao Cerrado. Como é que o senhor avalia a política do governo Bolsonaro de um modo geral e que política ambiental o senhor pretende adotar no seu governo?
[Jerônimo Rodrigues]: A gente ouviu, Kennedy, e ficamos estarrecidos quando um ministro do governo Bolsonaro abre a boca, em uma reunião, para dizer que "vamos escancarar para passar a boiada". Aquilo machucou profundamente todos nós, ambientalistas ou não, gestores ou não. Aquilo não é a postura de um ministro do Meio Ambiente que trata um tema tão importante como a sustentabilidade dessa forma. Por coincidência, hoje pela manhã, eu acabei recebendo aqui o apoio do partido Rede, e recebi da Rede um documento, me comprometi, em uma coletiva que fizemos aqui com a imprensa, sobre temas importantes ligados à situação do meio ambiente. Bom, no governo federal, eu volto a destacar a importância de termos uma legislação rígida, severa, para que a gente possa fazer um controle mais rigoroso, e nós estamos tratando de uma política nacional, mas cada estado tem que fazer o seu papel. Me comprometi hoje tanto com o partido quanto com os ambientalistas que estavam nessa agenda de um diálogo. Eu estou repetindo diálogo por conta do meu estilo de fazer esse governo do estado da Bahia, mas entendendo que esse é um tema que o Estado precisa ter uma ação de monitoramento, de mediação, mas também de posturas firmes. Nós bem sabemos, Kennedy, que nós temos que mediar entre o setor produtivo, o chamado... uma ação desenvolvimentista, mas o respeito às nossas nascentes, aos nossos rios, ao Cerrado. A Bahia tem praticamente todos os biomas que você— que existem, que vai do litoral à caatinga, 75%, aproximadamente, da Bahia está dentro do semiárido, então vamos ter um Estado que nós vamos, sim, buscar mediar uma situação mais pacificadora possível, mas terei a postura firme quando se disser que o tema do meio ambiente está sendo desrespeitado. O governo federal, nesse atual governo, além de não ter uma postura institucional, não investiu. Tirou o papel e a força do meio ambiente para que a gente não tivesse, digamos assim, uma evolução na política de sustentabilidade do Estado brasileiro. Nós temos hoje na Bahia uma frente de investimento com energia solar, com energia eólica, e acho que a Bahia tem que ser, nesse ambiente, nesse tema da sustentabilidade, uma boa referência, e eu buscarei ser um governador da sustentabilidade. Foi esse o meu compromisso...
[João Pedro Pitombo]: Candidato, o senhor defendeu, agora há pouco, uma legislação ambiental mais rígida, em âmbito do governo federal. No entanto, aqui, na Bahia, há pelo menos dez anos foi adotada uma flexibilização com emissão de licenças por adesão e compromisso, uma espécie de licença automática, que é o que o Bolsonaro está tentando fazer nacionalmente, com fortes críticas dos parlamentares do PT. Os dados da Bahia em relação ao desmatamento não são muito bons. Os dados dos biomas divulgados recentemente apontam que a Bahia foi o quinto estado com o maior desmatamento do Brasil no ano passado. Das 50 cidades com maior desmatamento do Brasil, sete são da Bahia, todas na região oeste. Então o senhor não vê uma contradição entre a política ambiental mais flexível que foi adotada na Bahia e essa crítica ao governo federal? O senhor pretende rever esse licenciamento por adesão e compromisso?
[Jerônimo Rodrigues]: Pretendo, João. É o que eu falei, está no meu programa de governo. O governo, depois da presidenta Dilma, as instituições, a exemplo do Conselho Nacional do Meio Ambiente, os locais, os espaços de controles sociais foram enfraquecidos, o Ministério foi enfraquecido, e isso, Pitombo, acaba também enfraquecendo, por uma hierarquia, a relação dos estados. Os municípios perdem força quando nós não temos um órgão federal que dirige um sistema nacional de meio ambiente. Aconteceu mesmo, e está acontecendo mesmo, por exemplo, com a questão da Saúde. Toda vez que um governo federal enfraquece um sistema, como o SUS, ou da educação, ou do meio ambiente, os estados ficam sem esse par a nível federal para poder fazer o controle mais rigoroso, ter um amparo no Congresso Federal para que possa garantir tanto investimento do governo federal como legislação que possa ter amparo nos órgãos de controle. Então, está no meu programa de governo, repito, e aí não abro mão de fazer esse diálogo com o governo federal. Farei o meu papel, está no programa de governo. Inclusive com ações, por exemplo, de educação ambiental, fortalecimento da cultura para que a gente possa criar um ambiente de controle social, mas o papel do Estado é importante nessa frente de defesa ao meio ambiente.
[Carlos Madeiro]: Candidato, queria falar um pouco sobre educação, a parte que o senhor mandou no governo Rui Costa, que a gente tem o resultado do Ideb, e a Bahia melhorou em comparação a resultados anteriores, mas ainda é uma rede de ensino com resultados abaixo do que a gente vê, por exemplo, em outros estados, como Pernambuco e Ceará, que têm conseguido dar bons exemplos no Nordeste. Eu queria que o senhor explicasse um pouco por que a Bahia não consegue também superar mais esse entrave na Educação. Ela ainda tem umas das piores notas do Ideb, do Saeb, para o sistema de educação. E o que o senhor pretende, pela experiência que o senhor teve, de fazer a educação se tornar uma referência, não só de política da secretaria específica, mas tentar reverter e, talvez, buscar alguns bons exemplos, aqui mesmo no Nordeste.
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, Madeiro, eu esperava que, na condição de Secretário de Educação, que eu fiquei nesse período, eu entrei em 2019, em 2020, a pandemia. E nós procuramos o Ministério incessantemente, chamando reuniões, indo aos secretários de estado para o Consed, que é o Conselho de Secretaria da Educação Nacional, e nós não tivemos um amparo do ministério, do MEC. Não era dinheiro que a gente queria, a gente queria tomar decisões acertadas, tomar decisões coletivas do modelo que nós praticaríamos. A covid pegou a educação brasileira, e internacional, sem uma preparação para, inclusive, usar tecnologias, a educação remota, a educação híbrida. Olhe, foi um custo muito alto. E quando foi-se fazer a avaliação do Ideb, nós colocamos à mesa do MEC, dissemos: "Olha, você não pode fazer uma avaliação nesse momento da aprendizagem como se não estivesse acontecendo uma pandemia". O método de avaliação do Ideb foi o mesmo, como se não tivesse acontecido a pandemia, e, mesmo assim, a Bahia foi o estado, depois de Sergipe, com a melhor evolução. Nós não chegamos a um grau de postura, como você está colocando, de Ideb, que pudesse nos colocar em uma posição, digamos assim, mais avantajada, mas o modelo de avaliação sequer foi considerado pelo MEC. O que é que eu tenho apresentado no meu programa de governo? Quatro frentes. Quatro frentes. A primeira frente é o fortalecimento. Aqui na Bahia nós temos quatro universidades estaduais. E nós temos seis universidades federais e dois institutos. Então a rede da educação superior, eu vou chamar essa educação superior, vou fortalecer o orçamento das quatro universidades, para que a gente possa se antecipar ao modelo de formação de professores, adequado a isso que nós queremos fazer. Mudar a matriz. Porque nós precisamos investir nisso, na formação do professor. É importante isso. Na formação inicial e na formação continuada. E as outras três frentes: educação em tempo integral, para que o estudante possa ter um maior tempo em contato a aprendizagem, com a escola, escola de qualidade, iniciação científica, cultura, esporte, lazer, laboratórios; a outra frente, educação profissional, para que a gente possa garantir que os estudantes que estejam na fase final do seu curso possam ter uma certificação e oportunidade de emprego; mas eu quero destacar a minha quarta frente, no meu programa de governo, quero destacar, vou fazer, ainda na transição, nós vamos ganhar no domingo, com fé em Deus e a força do povo, e eu vou chamar uma reunião, ainda na transição, com os prefeitos, com os secretários de educação, com os conselhos municipais de educação, que eu vou fazer uma agenda de fortalecimento da educação infantil e da educação fundamental 1 e e. Por quê? Porque quando o estudante é avaliado no ensino médio, são três anos, Madeiro, três anos que o estudante tem o ensino médio. Se ele não tiver uma boa base no infantil, no fundamental 1 e no fundamental 2, ele não vai conseguir ter uma boa avaliação no ensino médio. Então, esse regime de colaboração entre prefeituras e estados, eu vou fortalecer. Nos próximos quatro anos, eu vou investir, junto com os prefeitos, em creches, no fundamental 1... Eu vou apoiar os municípios. E aí, Pitombo, tenho que dizer, vou confiar que o governo federal, o governo Lula, vai investir, vai colocar orçamento para a gente aperfeiçoar, e pode ter certeza, a Bahia vai ter um governador professor, e vou, sim, fazer o meu papel de educador na condição de governador.
[João Pedro Pitombo]: Queria falar um pouco de política. Na eleição desse ano, o senhor trouxe, o PT trouxe como principal parceiro o MDB, e essa negociação incluiu a cessão de duas secretarias para o partido, juntas essas duas secretarias têm o orçamento anual de cerca de R$ 1 bilhão. Queria saber se o senhor acha razoável que líderes políticos condenados, com condenações por corrupção, um deles ainda em cumprimento de pena, sejam responsáveis pela gestão do tamanho volume de orçamento público.
[Jerônimo Rodrigues]: Pitombo, nós começamos com o partido, não foi com uma pessoa só, nós sentamos e o diálogo foi o partido. Fizemos reuniões com os diversos partidos. E você bem sabe, que você acompanha a política da Bahia, o MDB apoiava o ex-prefeito, e nós estabelecemos essa relação. A vinda do MDB nos trouxe três condições. Uma primeira, nós dialogamos com o programa de governo, o MDB trouxe de contribuição nas diversas frentes. O MDB trouxe, e nos indicou e temos o maior prazer de termos o vice-governador Geraldo Júnior, uma pessoa que deu uma boa animada na campanha, principalmente em Salvador e na metropolitana. Mas também o MDB trouxe candidaturas, federais e a estaduais, que nos ajudou em muito nesse momento de ganharmos aqui na Bahia à frente do segundo colocado o processo do primeiro turno. Então nós saímos na frente, ganhamos. Isso foi por conta da relação de mais um partido que veio se agregar nesse momento importante. Olha, se a posição do ex-ministro que você citou, Geddel, e se tiver outro, eu não sei, é uma questão pessoal, os advogados deles estão cuidando, é uma questão pessoal. Estou tratando aqui de uma relação partidária, que nós dialogamos sob uma prática de concepção de programa de governo do estado da Bahia. Nós já tivemos...
[João Pedro Pitombo]: Secretário, perdão, mas o senhor confia no ex-ministro Geddel para gerir uma parcela do orçamento público?
[Jerônimo Rodrigues]: Pitombo, nós estamos tratando das eleições do dia 30, não estou tratando de governo para frente. E nós dialogamos, repito, nós estamos tratando com o partido, nós não estamos tratando quem está na relação da coligação. Não tem um nome, tem o partido. Da mesma forma que os outros partidos têm lideranças, e nós estamos tratando dessa relação partidária, então é esse o caso. É na política, como você bem disse, eu estou tratando na política, não estou tratando no pessoal. No pessoal, não é esse ambiente, eu estou tratando da política. Nós vamos governar, sim, com esses partidos. Agora, por exemplo, são cinco partidos que vieram conosco, o PSOL veio conosco, o Cidadania, o PSC, hoje a Rede. Então não dá para imaginar que estamos tratando com pessoas. Cada partido está trazendo a sua contribuição. E eu estou muito contente que nós chegamos as eleições com sete partidos, e agora com mais cinco, 12 partidos políticos.
[Kennedy Alencar]: Jerônimo, a gente viu que o Madeiro abordou há pouco a questão da educação, como a pandemia aumentou o déficit educacional. Teve aí uma redução do ICMS, o presidente Jair Bolsonaro pressionou muito uma redução disso em relação ao preço dos combustíveis, há uma estimativa de que isso leva os estados a perder recursos para educação e para a saúde. E no caso da Bahia, a estimativa chega a mais de R$ 4 bilhões, R$ 4,2 bilhões em 2022. Como é que você vai tratar a questão do ICMS dos combustíveis? Você pretende elevar as alíquotas para recuperar a arrecadação e ter mais recursos para saúde e educação, ou pretende manter a alíquota no patamar atual?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, quando o governador Rui Costa foi para o debate com o atual presidente sobre essa questão do ICMS, a resistência da Bahia, nós sabíamos que o presidente tirou de lado a sua responsabilidade, jogou nos estados e municípios. Não é só um prejuízo para os estados, Kennedy, é também para os municípios. E os municípios sofrem mais com isso, porque até o repasse para os municípios na área de educação, de saúde, e de segurança pública, os estados padeceram muito com isso. Nós estamos aguardando o dia 30 para a gente botar isso na mesa do Presidente Lula. E vermos como é que a gente consegue ou reverter, ou readequar, fazer essa equalização para que a educação, a saúde, a segurança pública, essas três áreas, principalmente...
[Kennedy Alencar]: Ou seja, não será uma decisão do senhor, se eleito, aumentar. O senhor vai negociar com o Lula. E se o Bolsonaro se reeleger, como é que fica?
[Jerônimo Rodrigues]: Então, Kennedy, estou colocando uma possibilidade, se tiver essa outra possibilidade que você está dizendo, nós vamos ter que assumir, arcar ou com o prejuízo de reduzir custos, e a gente não conseguir investir por conta das responsabilidades fiscais que o estado tem, ou a gente vai ter que padecer mais quatro anos. Por isso é importante a sua pergunta. Como nós estamos aqui sendo acompanhados por milhões de pessoas, é a oportunidade de a gente dizer, eu não vou abrir mão de perder essa chance de dizer, é por isso que nós temos que ter lado. Aqui o ex-prefeito está dizendo que tanto faz. É por isso que eu estou dizendo, não é tanto faz. Se nós tivermos o Lula presidente, é um desenho. Se não tivermos, é um outro que não nos interessa. E pode ter certeza, eu quero fazer um acréscimo a sua pergunta, Kennedy, que nós recebemos já uma parcela do precatório. E nós estamos também acreditando que na matemática nossa, a gente vai concluir um processo de entrega de mais 600 escolas adequadas, adaptadas ao modelo de educação integral na Bahia. O Rui deu início quando eu estava secretário, a 600, faltam outras 600. Estamos apostando que esse pagamento do precatório chegue sem qualquer prejuízo, para a gente poder concluir esse processo. E nesse caso, os investimentos na educação, eu terei que fazer essa equalização, de poder utilizar para poder fazer uma parceria com os municípios. Se não for dessa forma, Kennedy, se não for dessa forma, Madeiro, nós não vamos mudar o perfil da educação de lugar naquele. Se o estado percorrer um caminho sem a parceria com os municípios no campo da educação, a gente não consegue reverter. Três anos...
[Carlos Madeiro]: Candidato, essa questão da relação com o governo federal, inclusive é uma coisa que a gente está fazendo sabatina nos estados percebe que acontece essa crítica com frequência. Aí eu queria fazer também outra pergunta ao senhor, por exemplo, a gente teve o episódio das chuvas aí na Bahia, o Governo Federal atuou numa frente, o governo do estado acabou atuando numa frente meio que paralela, não houve praticamente essa interligação de esforços para ajudar o povo baiano, mesmo no momento de calamidade. O senhor não faz uma autorreflexão, houve algum ponto que o acha que em algum momento o governo da Bahia e outros governos do Nordeste foram intransigentes? Ou isso é unilateral do presidente?
[Jerônimo Rodrigues]: Tivemos uma enchente em dezembro de 2022.
[Carlos Madeiro]: 21.
[Jerônimo Rodrigues]: 21, desculpe, tá certo. 2021. Tivemos uma situação de calamidade no extremo sul, no litoral, aqui no baixo sul, no médio sudoeste, e o Governo Federal não pisou os pés aqui. Eu não sei de quem é a intransigência, Madeiro, mas nós tínhamos que fazer, tá? Por sinal, o ex-prefeito de Salvador estava na Europa, sequer foi solidário com o povo que estava sofrendo com as enchentes. Tivemos a pandemia. O Governo Federal sequer chamou os governadores para tomar uma decisão conjunta, pelo contrário, dificultou a compra de vacinas, teve um comportamento de não estimular, por exemplo, o uso de máscara, vinha para a Bahia brincar de moto. Aonde está a intransigência? Eu novamente eu pergunto a terceira: eu peço que a gente... Não estou sendo agressivo, não, viu, João? Mas assim, o João, que estuda muito bem a Bahia, que se dedica a isso, eu gostaria de levantar quais são as obras relevantes do Governo Federal aqui na Bahia. Ele esteve aqui, Madeiro, há dois anos atrás, salvo engano, para inaugurar 17 km de um asfalto que começou no governo da Dilma. Fora isso, 17 km! Ele não entregou nada na Bahia, uma obra relevante. Então, a intransigência, eu tenho certeza, não é do Governo do Estado. Nós aqui, o governador Rui Costa concluiu, botou orçamento do Estado para concluir um conjunto de obras. O Governo Federal deve ao Governo da Bahia, aos cofres públicos, quase meio bilhão, porque o Estado executou as obras para depois receber. Então está muito claro que não há um comportamento de intransigência do Governo da Bahia, e nós continuaremos nessa pegada, tentando buscar os investimentos que a Bahia. Não só a Bahia, o Nordeste; não só o Nordeste, o Brasil. Eu não me lembro qual foi a obra de relevância. Até o Canal do Sertão, que ele veio inaugurar um pedaço, não foi ele que começou, o orçamento veio desde Lula, depois da Dilma. Portanto, está muito claro, Madeiro, que a intransigência é por parte do Governo Federal.
[Carlos Madeiro]: Só para completar, então, essa questão, como é que o senhor avalia a questão do Consórcio Nordeste? Se o senhor for eleito, o senhor pretende manter a Bahia com o protagonismo que chegou a ter com a presidência do Rui? É uma, digamos assim, uma proposta que também poderia ser fortalecida com o presidente Lula caso eleito ou é uma coisa mais paralela por conta dessa situação federal que o senhor falou?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, não teve a intenção, quando foi criado, no início ali, o Consórcio Nordeste, eu estava em outra secretaria, a do Desenvolvimento Rural, da Agricultura Familiar, e nós tínhamos ali, Madeiro, uma agenda parceira muito importante de intercâmbio. Nós criamos um ambiente de formação, de boas práticas, de boas experiências. A intenção foi essa. E olhe que nós não contávamos, naquele momento, com o governo federal que pudesse dizer assim, olhe: "O Nordeste tem essa boa experiência, eu vou navegar com vocês aí, vou botar um dinheiro aqui, ali, vou pegar essa experiência, levar para o Norte ou levar para o Sudoeste"; foi essa a intenção. Não teve, naquele momento da criação do Consórcio, não teve a criação de um governo paralelo, e foi assim depois, quando eu vim para a Educação. Você foi, o Kennedy citou aí, a gente intercambiou muito com a experiência do Ceará, do Pernambuco, as boas práticas de educação. Nós também oferecemos o que fizemos de bom. Então eu vou, como governador, vou continuar participando e fortalecendo ao máximo o que puder o papel do Consórcio, e tenho certeza, repito: com o presidente Lula, nós teremos condições de fortalecer essas ações para que o Nordeste possa conviver com bons momentos de ascensão de orçamento para o Nordeste.
[Kennedy Alencar]: Jerônimo, a gente está chegando aqui na reta final da entrevista, faltam dez minutos. Tem o "pinga fogo", espero que você responda, em uma, duas palavrinhas, rapidamente, para a gente ter tempo para mais perguntas aí do Pitombo e do Madeiro. Se você puder ser bem conciso, eu te agradeceria. Uma, duas palavras aí. Ditadura Militar de 1964?
[Jerônimo Rodrigues]: Um marco terrível para a história do desenvolvimento nacional.
[Kennedy Alencar]: Tancredo Neves?
[Jerônimo Rodrigues]: Uma boa referência, em um momento importante em que o Brasil estava ressurgindo para a democracia.
[Kennedy Alencar]: José Sarney?
[Jerônimo Rodrigues]: José Sarney, agora, se aliou a Lula, mas o ex-presidente José Sarney me parece que contribuiu com esse momento, no passado, da ditadura, e depois se reverteu ajudando à abertura, na transição.
[Kennedy Alencar]: Fernando Collor de Mello?
[Jerônimo Rodrigues]: Um fracasso na história nossa. O Brasil pôs muita crença, e depois foi um fiasco. Dá para ser comparado tranquilamente com o atual presidente.
[Kennedy Alencar]: Itamar Franco?
[Jerônimo Rodrigues]: Uma boa expectativa que nós criamos, e, por final, a gente, sabe, não colou naquele momento que nós gostaríamos que pegasse um gás maior no Brasil.
[Kennedy Alencar]: Fernando Henrique Cardoso?
[Jerônimo Rodrigues]: Um estadista. Trouxe o Brasil para um conjunto de atos democráticos, fortaleceu o papel do diálogo, ajudou bastante a democracia brasileira.
[Kennedy Alencar]: Lula?
[Jerônimo Rodrigues]: Uma referência nossa. Um bom, digamos assim, um bom gestor no aspecto de fazer a inclusão que o Brasil precisava: combate à fome, geração de emprego, a universidade do Brasil, aqui, Federal, desculpe, que nós só tínhamos uma universidade em toda a história do Brasil, uma. Com o Lula, a gente passou a ter seis universidades e doze institutos, só como exemplo.
[Kennedy Alencar]: Dilma?
[Jerônimo Rodrigues]: Injustiçada, mas uma mulher que deixou a marca muito forte de capacidade de gestão.
[Kennedy Alencar]: Michel Temer?
[Jerônimo Rodrigues]: A expectativa nossa é que ele não fizesse o jogo que fez com o projeto do Brasil.
[Kennedy Alencar]: Jair Bolsonaro?
[Jerônimo Rodrigues]: Uma vergonha internacional do Brasil. Um horror.
[Kennedy Alencar]: Um livro preferido?
[Jerônimo Rodrigues]: Eu tenho lido e relido o "Torto Arado", o livro de um baiano, Itamar, que reflete sobre a história do povo, a formação do povo, e, hoje, cem anos de Darcy, tem bem a ver com o livro "Torto Arado".
[Kennedy Alencar]: Uma música?
[Jerônimo Rodrigues]: Gosto da música popular brasileira. Se você disser "qual?", eu gosto muito de MPB, forró e MPB.
[Kennedy Alencar]: Um cantor ou uma cantora preferida?
[Jerônimo Rodrigues]: Ouço Belchior, Vanessa. Gosto dos dois.
[Kennedy Alencar]: Um ídolo?
[Jerônimo Rodrigues]: Se for na política, é Lula.
[Kennedy Alencar]: Um sonho?
[Jerônimo Rodrigues]: O sonho é ver o Brasil sem fome, com emprego, com uma juventude bem oportunizada.
[Kennedy Alencar]: Respondeu rapidamente, eu agradeço. Temos mais tempo aí. Pitombo, bola com você, meu caro.
[Jerônimo Rodrigues]: Se soubesse, tinha levado um pouco mais. Estava tão bom o papo.
[Kennedy Alencar]: Mas o pinga-fogo fica bom assim, curtinho.
[Jerônimo Rodrigues]: Está certo. Você paga a gente de supetão. Eu gostei.
[João Pedro Pitombo]: Queria falar um pouco da Bahiagás. A Bahiagás recentemente comprou uma parcela das ações que pertencia à Gaspetro, e o secretário Marcos Cavalcante indicou que no futuro deve revender uma parcela das ações, mas também estuda a possibilidade de vender o controle total da empresa. Inclusive, o governador Rui Costa chegou a publicar um edital com estudos para uma possível privatização da Bahiagás. Queria saber qual a posição sobre o tema, se o senhor deve vender uma parcela das ações, ou se deve vender o controle integral da empresa?
[Jerônimo Rodrigues]: Pitombo, eu defendo a Bahiagás, que a gente possa concluir um processo de oferta, de um produto tão importante para o desenvolvimento do Estado da Bahia. Eu investirei nos próximos quatro anos para que a gente possa fechar esse ciclo. Por exemplo, aqui na Região do Sudoeste, Vitória da Conquista, pleiteia, demanda que a gente chegue até lá com a oferta de um produto que vai ajudar muito na construção de um desenvolvimento, de baixar custo, de captar investimento. Então, eu trabalharei esses próximos quatro anos fortalecendo a Bahiagás para poder ampliar essa oferta de serviços e de produtos nessas regiões importantes. Estou falando do Sudoeste, mas posso ver, no decorrer dos quatro anos, onde é que vamos precisar investir mais.
[João Pedro Pitombo]: Mas vai ser com privatização ou abertura de capital?
[Jerônimo Rodrigues]: Vou fortalecer a empresa para que a gente possa dar conta da demanda. Isso eu vou defender nos próximos quatro anos. Se tiver algum modelo que a gente possa garantir a oferta. O que aconteceu na Bahia com a nossa empresa de energia elétrica? Foi privatizada. E hoje, por exemplo, o Oeste tem dificuldade de fortalecer a sua produção porque a carga de energia que chega lá não consegue obter respostas concretas. Eu fico preocupado com isso. A privatização de um setor como esse, como o caso da Petrobras, sempre gera uma consequência muito danosa ao processo de desenvolvimento. Então vou defender, se for o caso de ela continuar pública, o maior tempo possível, a gente vai fazer, mas eu não fechei um ciclo de que ela possa responder às nossas demandas de desenvolvimento.
[Carlos Madeiro]: Candidato, queria também falar um pouco sobre a questão da fome que assola o Brasil. Acho que é a pauta talvez principal que qualquer gestor deve ter em mente agora, nesse próximo ano. Queria saber o seguinte: o presidente Jair Bolsonaro desmontou várias políticas que atuavam no Nordeste: cisternas, PNAE, que é o Programa de Alimentação Escolar, sem reajuste desde 2017. Você vê que a agricultura familiar perdeu crédito no Pronaf. Tem várias outras ações, apesar de ele colocar a questão do Auxílio Brasil como uma saída. Como é que o senhor pensa em ajudar, por exemplo, o produtor rural, a questão do homem do campo? A gente tem na Bahia o maior sertão do Brasil, o maior semiárido. É um desafio que o senhor pretende, por exemplo, também ter algum tipo mais de postura, e aí independe do presidente eleito?
[Jerônimo Rodrigues]: Olha, Madeiro, PAA, que é um programa de aquisição de alimentos, que a gente vai ter que fortalecer para enfrentar o tema do combate à fome. As cisternas, como condição primeiro de reserva de água. E nós aqui na Bahia, a gente criou um programa Água para Todos. Porque a cisterna, ela tem um papel importante no armazenamento de água, mas chega o momento que se você passar um ano, um ano e meio, dois anos sem chuva, você cria uma dependência novamente de carro-pipa, para levar água onde não tem. Mas pelo menos tem o lugar de reserva. Então a cisterna tem que ser consorciada e casada com a oferta permanente de água. E aqui na Bahia, nós estamos conseguindo com barragens e com, digamos assim, transporte de adução de água para a região, que a gente possa garantir água suficiente. A gente não vai conseguir, eu tenho dito que o Lula vai... está trazendo um tema que é o tema da esperança. Eu farei um governo nos meus próximos quatro anos de inclusão. A fome é o primeiro tema que eu quero tratar no meu governo, e você bem sabe, é um tema macroeconômico, diz respeito a um conjunto de ações, mas na parte do Estado, nós continuaremos investindo em obras, papel público do Estado, a geração de empregos. O programa, por exemplo, de restaurantes populares, onde a gente puder fazer, nós faremos. Uma grande rede de parceria com igrejas, vocês do meio de comunicação, empresários, eu vou fazer um grande mutirão, aliado... O Lula nos disse na semana do dia doze que vai chamar uma reunião ainda na transição para poder apresentar uma proposta de combate à fome, que nós temos que fazer um grande mutirão, Madeiro, porque às vezes a gente entende que a fome é só para quem está passando por ela. E não é um problema só deles, é um problema social que envolve e exige todos de nós, prefeitos, vereador, empresários, vocês dos meios de comunicação. Eu vou, eu vou me doar nesse tema de um mutirão para que junto com o Lula a gente possa enfrentar o tema do combate à fome na Bahia e no Brasil.
[Kennedy Alencar]: Jerônimo, rapidamente, você é a favor do piso salarial da enfermagem, que prevê R$ 4.750 por mês, 75% disso para os técnicos de enfermagem, e 50% para os auxiliares? Pretende implementar? Dá para implementar na Bahia? Rapidamente.
[Jerônimo Rodrigues]: A gente já cumpre isso aqui. E tudo o que é lei, não tenho nem que opinar, o que é lei nós temos que cumprir. Se é lei, vamos trabalhar para cumprir. Se dentro das condições fiscais do Estado, nós podemos averiguar o que a gente pode acrescentar para melhoria das condições, uma profissão tão importante. Agora, não dá, a gente aqui na Bahia, a gente cumpre o piso, portanto, ser a favor não diz respeito. Aí é cumprir o que está na lei.
[Kennedy Alencar]: Um minuto para você fazer suas considerações finais, Jerônimo, por favor.
[Jerônimo Rodrigues]: Primeiro agradecer a sabatina, parabenizar a qualidade, a gente fica aqui aguardando que esse debate sirva para que os eleitores no segundo turno tomem ainda como consequência disso esclarecimentos de propostas. Vocês têm um perfil muito assim qualificado nas questões, mas eu quero me dirigir aqui ao povo do Brasil, dizendo que a Bahia vai continuar no caminho cuidando de gente, e me dirigir ao povo da Bahia para fortalecer o pedido de voto. Nós estamos trabalhando para ampliar a quantidade de votos do Lula na Bahia, a meta nossa é de chegarmos a cinco milhões, mesmo sabendo que a votação no segundo turno, ela reduz, sabemos que não temos mais os deputados federais e estaduais, isso é uma consequência que pode, dizer assim, pesar na quantidade de votos, mas dizer que a Bahia tem lado, é Lula presidente, o Brasil tem jeito, é Lula presidente, não abrimos mão dessa condição de garantir que a gente possa cuidar do Brasil e da Bahia. Domingo é mais fácil, domingo é 13 para Jerônimo, e 13 para Lula, é bem mais fácil.
[Kennedy Alencar]: Jerônimo Rodrigues, agradeço muito sua entrevista, obrigado por conversar com a gente do UOL e da Folha de S.Paulo. Um grande abraço pra você.
[Jerônimo Rodrigues]: Forte abraço, Kennedy. Um abraço, Pitombo. E valeu, Madeiro. Forte abraço pra vocês.
[João Pedro Pitombo]: Um grande abraço, secretário.
[Kennedy Alencar]: Pitombo, obrigado, rapaz, até uma próxima. Abraço.
[João Pedro Pitombo]: Abraço, Kennedy. Eu que agradeço.
[Kennedy Alencar]: Madeiro, grande prazer, um abraço. Até a próxima.
[Carlos Madeiro]: Abraço, Kennedy, estamos juntos. Abraços. Até mais.
[Kennedy Alencar]: Valeu. Chega ao final a sabatina do UOL e da Folha de S.Paulo com o Jerônimo Rodrigues, que é o candidato do PT ao governo da Bahia. Eu agradeço muito a sua audiência, um abraço, e até a próxima.
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