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Acusação de Bolsonaro pode acabar sendo ilícito eleitoral, diz especialista

Colaboração para o UOL

27/10/2022 09h14Atualizada em 27/10/2022 11h45

A denúncia do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre suposta fraude em inserções eleitorais de rádio pode configurar um crime eleitoral, de acordo com Fabro Steibel, especialista do Instituto de Tecnologia e Sociedade. Em participação no UOL News desta quinta-feira (27), ele explicou como isso poderia se configurar um ato ilícito.

"Talvez mais do que fake news, se configure como crime eleitoral. Alexandre de Moraes está investigando se há uma campanha —ou seja, um conjunto de atos para um objetivo— e se o objetivo é atacar a lisura do processo eleitoral, contra o estado democrático de direito, pode configurar crime eleitoral", opinou.

"O que Moraes está analisando é isso: se é um conjunto de atos com objetivo de criar algo ilícito", acrescentou.

Especialista no uso de tecnologia em publicidade, Fabro explicou que o serviço utilizado por Bolsonaro para monitorar as rádios é sério. Mas ele não entende que isso seja uma prova concreta de fraude.

"Todo mundo que trabalha com publicidade pode contratar esse serviço para ver se um anúncio que pagou foi veiculado ou não. Às vezes um relatório diz 'não encontrei os anúncios'. Isso é uma pseudo-auditoria, um indício. A metodologia é seria, mas o que a política quer fazer é falar que tem um complô", comentou Fabro.

Especialista: 'Efeito Janones é positivo para campanha de Lula'

Fabro também analisou a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apontou que o deputado federal Janones, ativo defensor do petista nas redes sociais, tem conseguido equilibrar a disputa virtual.

"Os números mostram que a capacidade de mobilizar as redes sociais de Lula está perto do Bolsonaro. O efeito Janones é positivo para a campanha de Lula. Só tem que tomar cuidado com método. O que não pode acontecer é esquerda usar o mesmo mecanismo fake com bots. Não tem evidências disso, mas olhando outros países, há uma tendência. E tem que ficar atento a esse comportamento que é inadequado", alertou ele.

Josias: '3º turno' começa antes do término do 2º

O colunista do UOL Josias de Souza também criticou a denúncia de Bolsonaro e explicou que se trata de uma "fantasia" criada para "buscar confusão".

"O que se verifica é que o 3º turno começou antes do término do 2º. Esse período deveria ser utilizado por Bolsonaro para buscar votos de indecisos. Mas o presidente está buscando confusão. Como as Forças Armadas não encontraram duendes dentro das urnas e o capitólio do Roberto Jefferson acabou lá em Bangu 8, o Bolsonaro está fabricando um novo escândalo, um radiolão, que é uma fábula radiofônica. Uma fantasia", concluiu Josias.

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