Governo de SC: Veja a íntegra da sabatina UOL/Folha com Décio Lima (PT)
O petista Décio Lima, candidato ao governo de Santa Catarina, disse que é um "improvável que se tornou provável" nas eleições do estado. "Ninguém acreditava na possibilidade, até porque historicamente nunca aconteceu de nós estarmos nesse ambiente de disputa no segundo turno", afirmou durante a sabatina UOL/Folha na manhã de hoje.
Para vencer as eleições, Lima precisa reverter um cenário bolsonarista. Jorginho Mello (PL) liderou com 38,61% dos votos, enquanto Lima teve 17,42%.
A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Leonardo Sakamoto, do UOL, e Cauê Fonseca, da Folha de S.Paulo.
[Fabíola Cidral]: Olá, bom dia. Agora, 10h em ponto. Chegamos aqui a nossa última sabatina UOL e Folha dessas eleições 2022. Seja muito bem-vindo ao nosso programa. A nossa missão aqui ao longo dessas duas semanas foi ouvir alguns candidatos, os que toparam, claro, nas disputas dos 12 estados que ainda não escolheram o seu governador ou a sua governadora. Um momento importantíssimo na nossa democracia, com uma eleição nacional polarizada, algumas em alguns estados também. E a missão do eleitor em saber qual é o melhor para o seu estado, qual é o melhor para o seu país. Hoje, nosso foco é o estado de Santa Catarina. Santa Catarina que tem quase cinco milhões e meio de eleitores aptos a votar distribuídos em seus 295 municípios, e a disputa está entre dois ex-deputados federais que também polarizam a disputa Lula/Bolsonaro no estado. Décio Lima, do PT, e Jorginho Melo, do PL. Os partidos dos candidatos à Presidência. Esse é o único segundo turno pelos estados entre candidatos do PT e do PL, inclusive. O PT chegou pela primeira vez na história em segundo turno na eleição do Estado de Santa Catarina, um estado que tem muito apoio ao presidente Jair Bolsonaro, é possível dizer que talvez o estado mais bolsonarista do Brasil. O primeiro turno, pelo governo de Santa Catarina, teve Jorginho em vantagem com 38,6% dos votos válidos, e Décio Lima ficou em segundo com 17,4% dos votos válidos. E terá que tirar essa desvantagem aí para o segundo turno. A vantagem bolsonarista ficou maior na eleição presidencial em Santa Catarina, 62% dos catarinenses são favoráveis a Bolsonaro, e 29,5 para Lula. Bom, o nosso convidado de hoje é o candidato do PT, que aceitou participar dessa sabatina, infelizmente o candidato do PL não quis participar da sabatina UOL e Folha. Então Décio Lima é o nosso convidado, já está conosco aqui ao vivo. Olá, candidato, muito obrigada por aceitar o nosso convite, seja muito bem-vindo a nossa sabatina que tem Leonardo Sakamoto, pelo UOL, e Cauê Fonseca, pela Folha de S.Paulo.
[Décio Lima]: Olha, pra mim é um prazer, um privilégio, Fabíola, estar com você, com o Sakamoto, com o Cauê, para a gente poder discutir um pouquinho sobre Santa Catarina, sobre o Brasil. E, particularmente, sobre as eleições e a democracia no nosso país, nessa conjuntura tão complexa, que reúnem acontecimentos inusitados para poder trazer com clareza a todos aqueles que nos acompanham no canal UOL a posição política que particularmente represento neste momento na disputa aqui em Santa Catarina.
[Fabíola Cidral]: Bom, conosco nessa sabatina: Cauê Fonseca, que cobre a região sul do país pelo jornal Folha de S.Paulo. Um prazer tê-lo aqui conosco, Cauê. Bom dia, seja bem-vindo.
[Cauê Fonseca]: Obrigado, Fabíola. O prazer é meu. Bom dia, candidato. Bom dia, Leonardo.
[Fabíola Cidral]: E Leonardo Sakamoto, meu parceiro aqui do UOL. Olá, Sakamoto, bom dia.
[Leonardo Sakamoto]: Bom dia, Fabíola. Bom dia, Cauê. Seja bem-vindo, candidato.
[Fabíola Cidral]: Vamos lá, candidato, eu vou falar aqui rapidamente da sua história, um pouquinho da sua biografia, na sequência, a gente solta o cronômetro uma hora para a gente poder conversar e debater. Vamos lá, natural de Itajaí, litoral norte de Santa Catarina, Décio é casado com a ex-deputada estadual Ana Paula Lima. Ele é graduado em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí, já foi advogado sindicalista e superintendente do Porto de Itajaí. Na carreira política, foi vereador de Blumenau e prefeito da cidade também por duas vezes. Em 1996 e 2000. Também já foi deputado estadual, ficou por doze anos como deputado federal. Na Câmara Federal dos Deputados foi líder do PT no Congresso Nacional, atuou também como vice-líder da bancada do PT e presidente da Comissão Constituição e Justiça lá da Câmara Federal. Mais uma vez, bom dia, candidato. Queria iniciar a nossa sabatina falando justamente sobre algo inédito, que é PT chegar ao segundo turno. E falar um pouco também sobre o bolsonarismo no estado de Santa Catarina. Como é que está essa disputa em segundo turno, como é possível vencer o bolsonarismo em Santa Catarina. E mais, como é possível entender o bolsonarismo em Santa Catarina, candidato?
[Décio Lima]: Fabíola, primeiro quero aqui fazer uma pequena correção, até por dever de Justiça, a Ana Paula, que foi quatro mandatos de deputada estadual, perdeu em 2018 uma eleição pra federal por um voto na legenda, e agora se elegeu deputada federal com quase 150 mil votos, ficou na quarta posição dos deputados federais mais votados aqui em Santa Catarina. Eu, Fabíola, na verdade, há uma narrativa equivocada sobre Santa Catarina. Os acontecimentos pertinentes ao bolsonarismo, eles não expressam o sentimento e a formação do povo catarinense. O povo catarinense é marcado por um processo inusitado na construção desse estado, de forma muito diferenciada daquilo que o Brasil se permitiu. Nós somos um povo que recebemos, há 200 anos atrás, uma forte imigração alemã, uma forte imigração italiana, e também açoriana. Antes... aqui... aliás, depois de chegarem aqui os portugueses e africanos. Portanto, nós temos, neste processo, uma construção de pequenas propriedades rurais. O estado é marcado pelos pequenos negócios, as pequenas cidades. Somos 295 cidades. A cidade maior que tem um pouco mais de 500 mil habitantes, que é o caso de Joinville, e com uma expressão extraordinária do cooperativismo, do associativismo, um espírito extremamente comunitário, e que criou pra nós aquilo que chamamos de mutualismo. Então o estado de Santa Catarina tem uma construção de valores próprios, que eu pertenço. São valores humanistas, da solidariedade, do amor, uma formação religiosa intensa. Nós temos duas santas brasileiras, a primeira santa brasileira é daqui, é Madre Paulina, é o estado de Anita Garibaldi, é o estado que leva o nome de uma mulher chamada Catarina. E o estado que não combina com os acontecimentos mais recente ocorridos aqui que vocês acompanharam. Nós tivemos fortes lampejos de autoritarismo, de uma construção infelizmente de valores que contrariam a cultura e a formação do povo catarinense. Vocês sabem, as notícias decorrentes da descoberta de várias células nazistas. Nós tivemos aqui um processo onde todos... toda a pluralidade política—
[Fabíola Cidral]: Então, candidato, desculpa até lhe cortar, pra gente já ganhar impulso aqui. Eu acho que é interessante... Isso que o senhor tá relatando os fatos. A gente sabe disso. Eu queria saber, até pela sua percepção como catarinense. Eu também venho de uma família uma parte catarinense. É curioso ver o conservadorismo no estado de Santa Catarina e do sul do país, mas reforçado com a presença do presidente Bolsonaro e seus atos. Como é que o senhor entende isso? O que tem motivado uma parte dos eleitores, e uma boa parte dos eleitores, apoiarem Bolsonaro da forma como apoiam?
[Décio Lima]: Era justamente isso que iria te responder na conclusão da minha narrativa. Ou seja, o estado de Santa Catarina passou a ter na sua pluralidade política uma aglutinação pra um lado, um lado que hoje grande parte dos partidos, inclusive, que produziram os acontecimentos de 2018, que estiveram nos acontecimentos de 2016, passaram a atuar na construção dos resultados das eleições do bolsonarismo em 2018. Então por isso essa proporção gigante. Agora, inclusive, nessas eleições. Pra vocês terem uma ideia, Fabíola, eu disputei as eleições ao governo de Santa Catarina em 2018 sozinho, isolado. Mesmo tendo aqui outros partidos do nosso campo democrático e popular que se aglutinaram com o conservadorismo da política de Santa Catarina. Esse acontecimento de eu estar no segundo turno foi um esforço que fizemos na construção de uma frente democrática, que aglutinou aquilo que nos permitiu estarmos na disputa do segundo turno. Além disso, nós tivemos um processo hegemônico, praticamente hegemônico, eu fiquei quatro anos sem falar nos meios de comunicação. Sem poder entrar nas rádios. As próprias... os próprios veículos chamados comunitários, as rádios civis populares não me aceitavam com temeridades. Então nós passamos a sofrer uma forte hegemonia, que foi produzida uma narrativa não só em fake news, mas também daqueles que tinham a responsabilidade da comunicação de opinião. Então nós somos uma resistência.
[Leonardo Sakamoto]: Candidato, eu queria, desculpa interromper o senhor, mas só também pra já ir engatando no que o senhor tá falando. Santa Catarina viveu um crescimento econômico bom nos últimos anos, e, ao mesmo tempo, a taxa de desemprego de Santa Catarina, na maior parte do momento, quando o Brasil estava batendo 13%, Santa Catarina estava pela metade. O senhor acredita que uma parte desse apoio a Jair Bolsonaro tá diretamente relacionada à questão econômica no estado, independentemente das razões pra ela? E já aproveitando e engatando, o senhor acha que uma parte... Santa Catarina tá entre os primeiros lugares em número de assédio eleitoral nessa eleição, ou seja, de tentativas de compra de voto. O senhor acredita que isso tá diretamente relacionado com o fato de que, como você tem uma boa situação econômica, os empregadores estão usando isso, essa forma criminosa pra tentar manter as coisas do jeito que estão?
[Décio Lima]: Bom, a situação econômica é decorrente de um processo impactante que nós tivemos no governo do presidente Lula e presidenta Dilma. Na infraestrutura. A duplicação, por exemplo, de rodovias como a BR-101 Sul, ponte Anita Garibaldi, a rodovia 282, vários modais de logísticas para as cadeias produtivas de Santa Catarina, infraestrutura nos portos de Itajaí, São Francisco, Imbituba levaram a economia de Santa Catarina a um crescimento de 15 bilhões de reais, o que nos permitiu ser a sexta economia hoje do Brasil. Então nós tivemos um impacto de crescimento econômico nesse período. Agora, Sakamoto, o problema de Santa Catarina não é o emprego, é a renda. O problema de Santa Catarina é a renda. Nós tivemos uma deteriorização da renda do nosso povo, e por isso a qualidade de vida despencou. Nós temos aqui várias situações muito graves, como você narrou, do assédio porque há visivelmente nessa relação trabalho assalariado e capital um descontentamento generalizado da classe trabalhadora.
Ela está empregada? Está, mas com uma renda que não lhe permite cidadania. Esse é o grande problema hoje aqui, que Santa Catarina está enfrentando com relação aos aspectos da vida do nosso povo. Outro aspecto que nós temos que considerar--
[Leonardo Sakamoto]: Essa baixa renda do trabalhador, então, na sua avaliação, é uma das razões pelas quais faz com que empregadores explorem a boa vontade deles?
[Décio Lima]: Não tenho dúvidas disso. Aquilo que, no clássico, se chama de "uma luta de classes" que está colocada. Há um descontentamento generalizado, e esse descontentamento, ele traz uma reflexão para a vida política naturalmente, e, por isso, intensificaram o processo de assédio, que é um crime, e que a intensidade, como vocês viram, aqui em Santa Catarina, é gigante. Agora, é importante também dizer, Sakamoto, que aqui também estão os processos de exclusão. Nós temos hoje 900 mil catarinenses, uma população de 7200 que estão na vulnerabilidade alimentar. Nós estamos com retrato de Santa Catarina que nós nunca convivemos. A minha geração não viu isso, que são as pessoas em situação de rua, moradores que hoje, pessoas que estão em situação de moradia de rua. A capital Florianópolis é tomada nas suas praças ao entardecer. Os grandes centros estão verdadeiras aglutinações, que nós nunca vimos. Porque Santa Catarina, nesse contexto da vida solidária, ela sempre teve uma preocupação mínima de ter um estado social acolhedor. As próprias prefeituras, as entidades religiosas. Nós sempre produzimos programas e acontecimentos que não permitiam esse retrato que nós estamos vivendo atualmente aqui em Santa Catarina.
[Cauê Fonseca]: Candidato, eu circulei sobretudo na região de Chapecó, no segundo turno da eleição, e se a gente olhar o mapa eleitoral de Santa Catarina, a gente se surpreende com atuações expressivas do PT na região ali. Só que se a gente vai na cidade e começa a olhar janelas, carros, mesmo nas cidades em que o senhor teve a melhor votação aqui, se não me engano é Saltinho, foi muito difícil encontrar um adesivo seu, um bandeira do PT, alguma coisa nesse sentido. Eu defini até na matéria que a gente fez na Folha, como uma campanha praticamente clandestina. O que faltou para o seu eleitor? assim, se a gente olhar Chapecó, por exemplo, a sua votação é quase tão expressiva quanto à do Jorginho. Só que a gente não vê. Se eu não conhecesse o seu rosto, sairia de lá sem conhecer. O que está faltando para o PT sair do armário em Santa Catarina e para a rua e mostrar que existe de fato?
[Décio Lima]: Olha, Cauê, essa sua percepção não é a minha. Há uma diferença. Eu sou o candidato mais pobre nessa campanha. Eu sou o improvável, que me tornei provável nessas eleições. Ninguém acreditava na possibilidade, até porque historicamente nunca aconteceu de nós estarmos nesse ambiente de disputa no segundo turno. Então a nossa campanha é uma campanha marcada pelos valores que nós pertencemos, pela causa, participei de todos os debates, interagi em tudo o que pude, mas com uma diferença muito grande do ponto de vista do tamanho da campanha. Agora, é importante dizer, Cauê, nesse aspecto, que Santa Catarina já nos deu, honrosamente, vários espaços de vitórias. A minha, de prefeito, em Blumenau; do Fritz, em Chapecó. Nós já governamos Joinville com o Carlito, nós já governamos Criciúma, governamos a capital, com Sérgio Grande e Afrânio Boppré, governamos Tubarão, governamos Araranguá, Gaspar, Indaial, Itajaí? Nós governamos vários espaços em Santa Catarina, o que prova que o estado não é de conceito, como se possa imaginar, nos valores que estão na pauta Bolsonarista. Nós não somos o estado que defende a arma. Nós somos o estado que defende o livro para os nossos filhos. Nós somos um estado que tem compromisso com a democracia, e é isso que eu estou representando, nesse momento, para poder ser essa expressão de voz para iniciar, aqui, nessas eleições, também, a construção da volta dos valores como hegemônicos em Santa Catarina, que são os valores próprios do povo catarinense.
[Fabíola Cidral]: Agora, candidato? Quer perguntar alguma coisa sobre isso, Cauê? Pode falar.
[Cauê Fonseca]: Só para concluir esse assunto também. Uma coisa que eu percebi também, por essa circulada em Santa Catarina, é que quanto mais para o interior a gente vai, mais a gente observa o medo real das pessoas em relação a coisas como o comunismo, por exemplo. Eu vi pessoas dizendo assim: "Eu conheci o médico cubano da minha cidade e eu sei como era lá, não quero isso para mim". Ficou uma percepção de que esses conceitos ficaram muito, muito arraigados na cabeça do eleitor do interior de Santa Catarina. Como penetrar assim? Como é que sua campanha conversou com isso? Agora a gente está no final dela.
[Décio Lima]: Cauê, esse tem sido meu desafio permanente, desmistificar isso que não foi produzido, volto a dizer, talvez seja a diferença de Santa Catarina para os outros estados, não só por fake news. Isso são narrativas constantes. Cheguei ontem para dar uma entrevista, anteontem, num veículo de expressão estadualizada de televisão, e antes tive que ouvir absurdos inimagináveis, de dizer: olha, o Brasil vai voltar... o Brasil vai ser uma Venezuela, o Brasil vai ser comunista, o Lula... sabe? Isso está na narrativa. Aqueles que hoje interagem com a radiodifusão de Santa Catarina são os que produzem esse tipo de opinião, inclusive de figuras nacionais que estão todos os dias, permanentemente produzindo esses temas. Esse é o grande desafio que nós temos aqui. É o desafio de mostrar que nós não somos isso, né? Eu tenho dito toda hora, eu sou um catarinense igual a vocês, eu sou uma produção de uma família igual a sua, de pessoas que resistiram a vida para poderem se alimentar, para poderem ter cidadania. Eu sou uma pessoa de formação religiosa, eu sou uma pessoa do amor, e isso é permanentemente, para desmistificar esta questão que nos tratam de forma preconceituosa. E eu acredito, Cauê, que consegui nesse momento alcançar esta percepção do povo catarinense. Eu estou confiante de que como disse, o improvável possa ser o provável, tem tudo para ser o provável no próximo domingo nas eleições. Porque nós—
[Fabíola Cidral]: A diferença na pesquisa é grande, né, candidato. Algumas colocam o seu opositor com mais de 60% dos votos, na intenção de voto. A última pesquisa Ipec colocou o senhor com 26%, contra 59% do Jorginho Mello. Você está confiante numa virada mesmo?
[Décio Lima]: Estou. Sabe por quê, Fabíola? Porque essas pesquisas também diziam isso no primeiro turno, me davam 6%. Eu estou porque eu já vivi isso a vida toda. Quando eu ganhei as eleições em Blumenau, em 1996, eu tinha 5%, e terminei com 52% uma semana antes, dava 5% todas as pesquisas. E cheguei com 52% no final das eleições, ganhando no primeiro turno. Então as pesquisas, vocês sabem, eu respeito elas, mas elas revelam o ambiente. Agora em Santa Catarina tem algo diferente. Ou seja, tem o voto silencioso, né? Há também no espaço dos acontecimentos do primeiro turno muito processo que foi muito atritoso entre eles, desrespeitoso. Os candidatos criaram entre si uma autofagia, não conseguiam sair dos debates... eu conseguia cumprimentar todo mundo, porque a minha postura sempre é do ponto de vista das ideias, e respeitando aquele divergente como ser humano, que eu tenho que respeitar. Eu terminava os debates, os mais de dezenove debates que nós realizamos nas televisões, nos rádios, com toda a tranquilidade de cumprimentar e abraçar os meus concorrentes. E eles não, eles não conseguiam mais nem se cumprimentar, brigavam no intervalo, e isso traz um voto silencioso de apoio natural pelos acontecimentos também do primeiro turno em Santa Catarina. Então, eu estou acreditando que as pesquisas também irão serem surpreendidas no dia 30, no dia da eleição, no próximo domingo.
[Leonardo Sakamoto]: Candidato, falando um pouco, o senhor levantou a lebre a respeito do clima da eleição, e muita gente foi surpreendido por uma propaganda que o senhor veiculou na sua campanha, recentemente, que traz um áudio do empresário Luciano Hang, dono da Havan, pedindo para o então secretário da Fazenda de Santa Catarina, o Paulo Eli, a demissão de professores diante da possibilidade de impostos para as lojas dele. Não, então demita, demita. Eu queria saber por que vocês resolveram colocar esse áudio, qual foi a conclusão que levou a colocar esse áudio na propaganda mostrando esse pedido de demissão de professores pelo Luciano Hang, se isso tem a ver com a campanha de Santa Catarina, mas também tem a ver com a campanha nacional, e qual foi o impacto disso?
[Décio Lima]: Olha, Sakamoto, eu quero dizer aqui para vocês, que também exerce uma atividade, que ela é muito delicada do ponto de vista da opinião, principalmente, pelas agressões que eu sei que às vezes o jornalismo brasileiro sofre injustamente. Eu quero dizer que ser candidato aqui em Santa Catarina, aonde eu estou, não é fácil. Vocês hão de convir que é uma luta de Davi contra Golias. É um processo diferenciado dos acontecimentos em qualquer circunstância desse segundo turno, principalmente que nós estamos vivendo, mas eu já vivi em 2018, nos estados brasileiros. Porque aqui há uma expressão muito forte com um ódio. Embora são pessoas que trabalham num contingente muito insignificante do que é a maioria do povo catarinense, como eu tenho dito. Mas eles são muito agressivos, são muito fortes. A questão desses áudios, e a questão dos assédios, nós temos denunciado frequentemente. É porque esse áudio, ele revela o que é um estado que infelizmente tem sido tutelado por interesses que não são interesses difusos do povo catarinense. Você imaginar um empresário dizendo para demitir professores enquanto nós temos problemas de evasão escolar, enquanto nós temos um problema grave com a valorização dos professores em Santa Catarina, uma educação precarizada, historicamente. Nós temos aqui 64% dos nossos professores, eles não são concursados. Isso é um retrato que se diferencia do Brasil. Então esses processos que dão uma direção de que há crimes, nós não vamos tolerar, porque isso é minimamente a defesa do estado de direito e da democracia. Nós não vamos nos resignar. Não vamos abaixar a cabeça. Mesmo sabendo que a nossa luta aqui é uma luta muito dura, que ultrapassa os limites da relação humanista minimamente que nós deveríamos ter as garantias no debate natural da disputa eleitoral. Então, eu quero te dizer que denúncias como esta, nós temos que fazê-la permanentemente, porque isso é defender a democracia e o estado de direito.
[Fabíola Cidral]: Nessa linha, até da atuação dos empresários, candidato, teve a história do Beto Carrero, né, que foi muito forte, e que tem a ver um pouco com esse assédio eleitoral que tá acontecendo/crime eleitoral. Até ontem, entrevistando um advogado, ele dizia que esse ato do Beto Carrero pode ser considerado um crime eleitoral. Pra quem não sabe da história, fizeram ali uma promoção, primeiro pra que as pessoas fossem de verde e amarelo, falando pra irem em homenagem à Copa, mas dá a entender que não, né, depois teve muita reclamação pelo outro lado, e aí eles acabaram fazendo uma propaganda pra que as pessoas que fossem de vermelho, pros petistas, eles até escreveram, que fossem pro parque, iam ganhar 25%, mas teria uma condição: chegar antes das 08h00 e sair depois das 17h00 no domingo, no horário da votação. Depois de mais de 24 horas, mais que isso até, eles divulgaram que era uma piada, que era uma brincadeira, que aquilo não era verdade, depois até que foram acionados. O que o PT fez nesse caso? Como é que o senhor analisa esse caso, quer dizer, um dos maiores parques brasileiros, de diversões fazer uma campanha dessa contra o PT, contra a sua candidatura?
[Décio Lima]: Olha, Fabíola, eu fico muito triste com essa situação. Não tenho dúvida, isso é crime eleitoral, abuso do poder econômico, e nós vamos estar buscando permanentemente a tutela jurisdicional, a justiça, que terá que se pronunciar, garantindo, evidentemente, o legítimo direito de defesa. Agora, eu fico muito triste porque eu conheci o Beto Carrero, eu convivi com o Beto Carrero. Beto Carrero é uma pessoa que fez todos esses acontecimentos da expressão do que é o parque com muita paixão, com muito entusiasmo, uma pessoa democrática, que não está mais entre nós, né? Agora, a sucessão do Beto Carrero, inclusive familiar, tomou esses caminhos. É grave. Eu tô muito triste porque isso depõe contra o Beto Carrero. Eu já tenho ouvido de muitos catarinenses, de pessoas no Brasil inteiro que não querem mais ir no parque em razão disso. Há coisas mais graves ainda. O proprietário hoje do Beto Carrero, que é o seu filho, é doador da campanha do Jorginho. Tá lá, olhem lá na prestação de contas, é doador, né? O caso também do Luciano da Havan também, então é visivelmente a utilização do poder econômico pra coagir, pra tirar, pra fazer com que a democracia brasileira seja maculada com ações dessa natureza. Eu não tô falando de PT ou de partidos, eu tô falando de um valor que nos é universal, que é a liberdade, que é a democracia, que é a liberdade do voto, né? E eles querem tirar isso. Usando o poder econômico, isso é um absurdo. O que nós estamos vivendo hoje, eu, que sou um daqueles meninos que saí da ditadura lutando pela democracia, e vejo, 42 anos depois, acontecimentos dessa natureza, nós não merecemos, isso o Brasil não merece. E nós temos que ter punição para que a gente possa educar acontecimentos dessa natureza. Isso não pode se repetir.
[Fabíola Cidral]: O PT entrou com alguma ação no Tribunal Eleitoral, não? Já foi feita a ação?
[Décio Lima]: Sim, nós aqui em Santa Catarina estamos atentos a todas as denúncias, e estamos entrando com todos os procedimentos legais, como é o caso específico aqui do Beto Carrero.
[Leonardo Sakamoto]: Mas que tipo de punição, candidato? O senhor tá falando de punição trabalhista e criminal também pra empresários?
[Décio Lima]: A punição da lei. Eu quero dizer a você, Sakamoto, que nós já fomos vítimas da crueldade do Judiciário, do uso do Judiciário no processo político. Eu não quero isso pra ninguém. Eu quero que as pessoas respondam lá na Justiça. Quem terá que fazer o julgamento é a tutela jurisdicional nos seus amplos espaços, permitindo a defesa, as provas, para constatar as irregularidades, o acontecimento do crime, as digitais do crime dentro do devido processo legal.
[Cauê Fonseca]: Candidato, acho que isso conversa um pouco também com aquilo eu lhe perguntei um pouco antes, que é a questão de a campanha estar muito invisível, do PT, né? Tem a ver com intimidação também? O senhor acredita que o eleitor vem se sentindo intimidado de mostrar seu voto no estado?
[Décio Lima]: Tem muito isso aqui, Cauê. Tem muita gente que chega, inclusive comigo, e fala no ouvido, né? Onde a gente anda, principalmente quando as pessoas estão muito próximas daqueles que infelizmente são algozes da liberdade, eles vêm silenciosamente e dizem: "Estamos contigo, vamos juntos", né?
Então isso, isso é normal, eu diria, isso é uma normalidade aqui em Santa Catarina.
[Cauê Fonseca]: Candidato, me chama atenção que no único estado que PT e PL se enfrentam frente a frente, que o presidente Lula não tenha vindo ao estado para fazer um comício de segundo turno. Acho que a única visita que estava prevista era para Joinville, e acabou cancelada. Por que não veio? Eu fiquei com a impressão de que, talvez, o senhor tendo ido para o 2º turno, o PT? talvez tenha ido acima das expectativas dele. Estou errado? Por que motivo o senhor não fez questão de que o Lula estivesse aqui para fazer um comício tão grande ou tão bonito quanto aquele feito em Florianópolis, por exemplo?
[Décio Lima]: Olha, Cauê, eu tenho relação permanente com o Presidente Lula. Você sabe que eu queria o presidente Lula na minha casa, e eu tenho uma relação com ele muito próxima, praticamente familiar, no contexto da sua vida. E, naquele momento, o presidente Lula, ele colocou as dificuldades decorrentes das agendas que ele tinha em eventos maiores, que ele não iria dar conta dos estados com uma proporção muito maior. Então foi decisão minha. O Presidente Lula estava para vir, e o horário que me deu era um horário das quatro horas da tarde. Eu também refleti sobre o momento, porque Santa Catarina vocês sabem como é, nós temos uma marca aqui muito forte, uma expressão muito comum: "Quem não trabalha, não vai para o céu; quem chega tarde, está no inferno", e às quatro horas, daquela forma conceitual, de um carro de som, fazendo um tipo de caminhada pelos centros, nós estaríamos também prejudicando o horário de trabalho, poderia ser muito agressivo um acontecimento dessa natureza, e que nós estaríamos dispostos a fazer um evento, como foi o maior evento da história de Santa Catarina, maior que a Novembrada, maior do que o evento que o Ulisses teve aqui das Diretas, maior quando o próprio Lula esteve aqui, em 2002, junto com o palanque do Luís Henrique, que nós estávamos juntos. Foi um evento que consagrou a vinda dele, na Praça Tancredo Neves, em Florianópolis, como vocês puderam acompanhar. Eu até digo, a pequena Santa Catarina ficou gigante perto do Rio Grande e do Paraná nos eventos, naquele momento que ele cumpria agenda em Curitiba e em Porto Alegre. Para você ver que a decisão foi nossa, a decisão foi nossa de entender que ele tem uma agenda, e eu disse: "Olha, presidente, aqui é um estado que o senhor tem palanque. Eu vou dar conta desse palanque. Então é melhor ir ao Rio Grande do Sul - porque no Rio Grande do Sul nós não fomos para o segundo turno -, se tiver que ir, vai ao Paraná, ou faça as agendas grandes que precisam ser feitas em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo". Então foi uma decisão de conceito. E como eu fui para o segundo turno—
[Cauê Fonseca]: Chegou até um receio de manifestação contrária, ou até de alguma coisa mais ríspida?
[Décio Lima]: Não, não, eu confesso que os nossos eventos, vocês estão acompanhando os eventos, a gente tem tido essas preocupações, e era mais no sentido de a forma dele não agredir uma cidade, por exemplo, muito marcada pelo trabalho, uma cidade industrial, que é a cidade de Joinville, porque ele só me deu aquele horário, naquela possibilidade, às quatro horas da tarde. Não tinha oportunidade de fazer comício, não tinha, até pela agenda nacional que ele tinha já pela frente.
[Leonardo Sakamoto]: Candidato, queria pinçar uma coisa que o senhor comentou na sua primeira resposta, e também tem um pouco a ver com a situação desse ambiente em Santa Catarina. O senhor lembrou de um caso, que inclusive apareceu no Jornal Nacional, da Rede Globo, agora, no final de semana, quando a polícia desarticulou células neonazistas em Florianópolis e em Joinville e em São José, né? E, isso na verdade, esse tipo de denúncia, dessas células neonazistas, de grupos neonazistas operando em Santa Catarina, é uma coisa que a gente tem visto nos últimos anos, um crescimento de denúncias com relação a isso. O senhor acha que isso tem uma relação direta com o crescimento da extrema-direita em Santa Catarina? O senhor colocou as bases da formação do Estado, os colonos, cooperativas, a gente entende isso, mas o senhor acha que a extrema-direita, e uma extrema-direita violenta, está crescendo em Santa Catarina, e como enfrentar isso na política?
[Décio Lima]: Sakamoto, na quantidade, não. Não é um problema de quantidade. É um problema de empoderamento. O empoderamento numa convicção que toma uma parte que nós temos no Brasil e temos também em Santa Catarina. Só que aqui em Santa Catarina, há um empoderamento mais tonificado, até pelo resultado das eleições de 2018. Quer dizer, há uma hegemonia de todos os partidos que se posicionaram de um lado, e agora estão com dificuldade inclusive de aparecer na minha campanha no segundo turno. Que estão dando apoio, mas: Olha, não apareço, tô ajudando... Então, essa parcela que nós conhecemos, que tem esses conceitos na sociedade brasileira, aqui em Santa Catarina, eles se empoderaram. E se organizaram, são muito mais orgânicos aqui. Ao ponto de criarem células, como essa que estão sendo desnudadas, que é um absurdo, são valores anti-humanos, que é crime, as células nazistas que inclusive foi pauta no Fantástico do último domingo. Então é um empoderamento. Agora, isso não é quantidade. Não é quantidade. Quer dizer, quando chegam para dialogar com todos os valores—
[Leonardo Sakamoto]: Empoderamento pelo bolsonarismo, o senhor acredita?
[Décio Lima]: Também. Pelo bolsonarismo, pelos meios de comunicação, por uma hegemonia diferenciada do Brasil que se fez aqui com a aquiescência inclusive de democratas hoje que fazem reflexão, arrependimentos e autocrítica. Então isso vem num fluxo de acontecimentos por conta, inclusive, eu diria por erros nossos também históricos. Erros nossos históricos. Nós tivemos erros aqui, por exemplo, eu fui um que defendi a eleição do Luiz Henrique da Silveira, saudosa memória, um grande democrata, mas nós do campo democrático do PT fizemos uma coisa chamada apoio crítico, e esse apoio crítico, ele não deu a governabilidade, por exemplo, que o Luiz Henrique queria, que queria nós no governo. E o que aconteceu? O Luiz Henrique teve que se aliar aos setores mais conservadores da política de Santa Catarina, as oligarquias, para ele poder ter governabilidade. Então, erro nosso. Nós se tivéssemos ali naquele momento histórico, e estado na construção democrática, nós hoje teríamos um outro retrato em Santa Catarina, inclusive com relação ao bolsonarismo.
[Fabíola Cidral]: Agora, em relação, a gente está falando dessa célula nazista, que é muito grave, tem também algo muito grave que o aumento do número de armas em circulação no Brasil como um todo, e chama atenção o estado de Santa Catarina. Santa Catarina é o terceiro estado com maior número de civis com registro de armas de fogo. Ao mesmo tempo, a Alesc, ela avalia um projeto para zerar o imposto para armas e munição. E eu queria entender como frear isso no estado de Santa Catarina? A gente sabe, claro, o senhor é do Partido dos Trabalhadores, não defende o armamento da sociedade civil, como defende o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Como isso traz preocupação? Até o senhor como candidato PT, essa quantidade de armas em Santa Catarina preocupa?
[Décio Lima]: Ah, preocupa, Fabíola. Eu quero te dizer aqui, trazendo Hannah Arendt. Isso é a banalização do mal. Achar que arma é um brinquedo, que é uma coisa bonita na cintura de alguém. Arma é pra matar. Em Santa Catarina, nós temos aqui, inclusive, os clubes de caça e tiro, que é uma cultura da nossa tradição, que nunca tivemos problemas porque eram processos culturais dentro de clubes, com disputas, e que isso agora virou algo inclusive sendo prejudicado por essa cultura do armamento. É grave. É grave porque a arma, ela passa a ser usada na passionalidade do ser humano. Você usa uma arma numa sinaleira, numa briga de trânsito. É esse o risco da vida das pessoas. Você deixa uma arma dentro de casa. Você permite que as crianças possam ter acesso, os jovens, né? E acidentes graves, que a gente tem registro a todo momento. Né? Então é grave esse processo de armamento. Agora, Fabíola, nós não vamos resolver aqui em Santa Catarina esse processo. Nós temos que resolver no Brasil. Temos que parar com isso, né? Há uma narrativa feita por um presidente da república envolvido com indústria armamentista. E fazendo com que isso possa ser um produt normal de consumo da sociedade brasileira. Isso nós temos que parar, isso não deu certo em nenhum lugar do mundo. Então eu acredito que a partir da eleição do presidente Lula, que eu tenho plena convicção, nós vamos ter que interromper este grave acontecimento que banaliza o mal...
[Fabíola Cidral]: O senhor estava falando até aí da possibilidade da vitória de Lula, o senhor acha que, como o senhor falou, né, do palco que tem aí, do palanque que tem aí em Santa Catarina com o senhor disputando o segundo turno, acha que vai ser possível reduzir um pouquinho que seja a diferença no estado? Sendo que Santa Catarina é o estado mais bolsonarista do país. Tem uma expectativa de reduzir essa diferença entre Lula e Bolsonaro aí no seu estado? O senhor conseguiu alguns votos pra Lula?
[Décio Lima]: Não tenha dúvida, Fabíola, e não é pouquinha a diferença que eu vou... Você tá fazendo uma pergunta por alguém que tá, nesse momento, apaixonado pela causa, como sempre fui, otimista. Não faço da luta política... e não começo ela com o tamanho das adversidades, do muro. Estamos aqui empenhados e vamos dar um resultado significativo na vitória do presidente Lula, muito superior ao resultado que nós tivemos no primeiro turno. Eu não tenho mínima dúvida. Não tenho a menor dúvida sobre isso. E também quero te dizer que também tô muito otimista, tô furando as bolhinhas, e nós vamos aí ter uma, acredito, uma surpresa, né? Então eu trabalho, Fabíola, sempre com aquela expressão que aprendi com o Spinoza, esse filósofo holandês, tudo na vida é paixão, isso não vai faltar pra gente dar ao Brasil também aquele... aqueles valores que são o caminho único da esperança nesse momento para o nosso país e para o povo brasileiro.
[Leonardo Sakamoto]: Candidato, engatando no que o senhor tá falando, Santa Catarina teve uma abstenção abaixo da abstenção nacional, de 18,5%, mais ou menos, sendo que no Brasil foi 20,9%. Uma abstenção alta em Santa Catarina, ela prejudica mais Bolsonaro ou Lula?
[Décio Lima]: Olha, Sakamoto, eu não trabalho com abstenção, né? Nós temos que buscar o voto. Eu não faço campanha pra tipo Beto Carrero, pra ninguém ir votar, eu faço o papel contrário, né? Então há uma abstenção, há um contingente ainda expressivo de indecisos, né, e nós estamos fazendo permanentemente esse processo. Inclusive, Cauê, queria que tu viesse aqui pra Santa Catarina pra acompanhar os movimentos do segundo turno em todas as cidades, com bandeiraço, tomando as praças, há uma militância entusiasmada, né? Nós não somos aquele que pagamos gente pra segurar uma bandeira, é o nosso povo que tá aí firme, né, pra gente buscar, inclusive, Sakamoto, o voto do indeciso, que se revelou numa expressão forte no primeiro turno.
[Cauê Fonseca]: Candidato, teve uma mobilização nacional, e ela cresceu, a partir de uma decisão do Supremo, no último dia 18, que é em relação ao passe livre de ônibus em dia de eleição. Me chamou atenção que o estado da Região Sul que teve a menor adesão a isso foi Santa Catarina. Se não estou enganado, foram só três municípios. Um já tinha passe livre sempre aos domingos. O único grande é Florianópolis, de fato. Não faltou uma mobilização da parte da esquerda, da parte daquele que conta com o voto dos mais pobres, de buscar isso junto às Câmaras Municipais e tentar empurrar um pouquinho mais essa porta aí?
[Décio Lima]: É, assim, tem um aspecto, Cauê, como você conhece bem Santa Catarina, que é a utilização do direito de ir e vir aqui é muito diferente de uma São Paulo, de uma Curitiba, de uma Porto Alegre. O transporte coletivo de massa, principalmente de ônibus, metrôs e trens fazem um papel significativo no dia da eleição. Aqui nós temos um perfil de pequenas cidades, de uso? eu acho que é o estado que mais tem automóveis por habitante, e aí ela não é tão expressiva em alguns lugares. A cidade que eu governei, Blumenau, embora tenha um sistema totalmente integrado de transporte coletivo, mas o IPK, o índice de passageiro por quilômetro é muito pequeno. Joinville, que é a nossa maior cidade, também tem utilização muito dos meios automotores individuais, então não é tão impactante.
[Cauê Fonseca]: O senhor mesmo falou que a renda do catarinense achatou. Não é contraditório? As pessoas estão com pouca renda. Uma tarifa de ida e volta, em torno de 5 reais, 4 reais, são 10 reais a menos no orçamento daquela pessoa. Não valeria a pena ter ido atrás desse eleitor?
[Décio Lima]: Sim, nós fizemos esse esforço, Cauê, mas também entendemos que o ir e vir, ele é de pequeno percurso, né? Então, não é algo impactante. Geralmente, aqui há um processo muito paroquial. As paróquias, as urnas estão próximas, perto da igreja. Então essa construção comunitária nossa, ela facilita com tranquilidade, ela não vai pesar no dia das eleições, à exceção de Florianópolis, até pela sua topografia, que ela tem uma região metropolitana, né? E aqui nós estamos muito tranquilos de que o que temos aqui será suficiente para garantir as pessoas na urna, aquelas que dependem do transporte. Além disso, Cauê, há aqui um espírito solidário muito grande. A gente quando sai para votar, sai junto, vai com o vizinho, a gente sai com a família toda. Então, há também esse culturalismo próprio nosso, que nos garante solidariedade nessa questão do transporte.
[Fabíola Cidral]: Bom, falando um pouquinho sobre a questão da educação, aí no estado de Santa Catarina. Eu queria saber de que maneira o senhor pretende melhorar a educação no estado? Há um problema na questão da educação no Brasil como um todo, mas aí em Santa Catarina tem uma queda no desempenho do Ensino Médio, especificamente. E eu queria saber, nesse caso, o Ensino Médio tão importante, tão difícil de dar essa recuperação, quando já era um meio de um ciclo. O que o senhor pretende fazer para melhorar esses índices no Estado de Santa Catarina e qual é sua avaliação, inclusive, da atual situação da educação no estado?
[Décio Lima]: Olha, é grave, Fabíola, tanto a educação quanto a saúde. Nós tivemos uma evasão escolar de 27 mil crianças. Isso no contexto populacional e nos índices nacionais, Santa Catarina está ranqueada. Nós temos um processo onde os profissionais da educação tiveram a deterioração da sua qualidade de emprego, precarizados. Os trabalhadores na educação estão precarizados, 64% sem planos de carreira. Ainda houve agravantes com descontos para pagar dívidas históricas previdenciárias. Há, portanto, uma falta de entusiasmo por este grande patrimônio, o maior patrimônio que nós sempre consideramos na educação, que são os nossos profissionais, os professores, professoras e todos aqueles que interagem com educação. Além disso, nós temos uma escola analógica. Somos cerca de 5.200 escolas sob responsabilidade do Estado. Uma escola que não é atrativa para a juventude, que já está no mundo digital. As crianças estão no mundo digital. Uma escola que, portanto, precisa ser revolucionada e construída com política de Estado, que eu quero dar ao povo de Santa Catarina, na construção que fiz com o nosso programa de governo, com aqueles que protagonizam efetivamente a educação. Há um outro aspecto também a ser considerado: o nosso déficit aqui de creches é gigante. É uma atribuição republicana dos municípios, mas nós vamos enfrentar o pagamento deste absurdo que Santa Catarina vive, não dando condições de espaços para as crianças, e, com isso, dificultando as mulheres para poderem entrar no mercado de trabalho, empreenderem e terem o protagonismo nas suas respectivas vidas.
[Cauê Fonseca]: Candidato, teve uma mobilização nacional aí, e ela cresceu a partir de uma decisão do Supremo agora, do último dia 18, que é em relação ao passe livre de ônibus em dia de eleição. Me chamou atenção que o estado da região sul que teve a menor adesão a isso foi Santa Catarina. Se não estou enganado, foram só três municípios, um já tinha passe livre sempre aos domingos, o único grande é Florianópolis, de fato. Não faltou uma mobilização da parte da esquerda, da parte daquele que conta com o voto dos mais pobres, de buscar isso junto às câmaras municipais, e tentar dividir, empurrar um pouquinho mais essa porta aí?
[Décio Lima]: É. Assim, ó, tem um aspecto, Cauê, como você conhece bem Santa Catarina, que é a utilização de direitos de ir e vir aqui é muito diferente de uma São Paulo, de uma Curitiba, de uma Porto Alegre. O transporte coletivo de massa, principalmente de ônibus, metrôs e trens, eles fazem um papel significativo no dia da eleição. Aqui nós temos um perfil de pequenas cidades, de uso... eu acho que é o estado que mais tem automóveis por habitante, e aí ela não é tão expressiva em alguns lugares. A cidade que eu governei, Blumenau, embora tenha um sistema totalmente integrado de transporte coletivo, mas o IPK, o índice de passageiro por quilômetro, é muito pequeno. Joinville, que é a nossa maior cidade, ela também tem a utilização muito dos veículos automotores individuais, então não é tão impactante.
[Cauê Fonseca]: O senhor mesmo falou que a renda do catarinense achatou. Não é contraditório? Assim, as pessoas estão com pouca renda. Uma passagem de ida e volta com uma tarifa em torno de cinco reais, quatro, é dez reais a menos no orçamento daquela pessoa. Não valeria ter ido atrás desse eleitor, dar esse transporte gratuito?
[Décio Lima]: Sim, nós fizemos esse esforço, Cauê, mas também entendemos que o ir e vir, ele é de pequeno percurso, né? Então não é algo impactante. Geralmente aqui há um processo muito paroquial, as paróquias, as urnas estão próximas, perto da igreja. Então essa construção comunitária nossa, ela facilita, com tranquilidade, ela não vai pesar no dia das eleições. A exceção de Florianópolis, até pela sua topografia, ela tem uma região metropolitana. E aqui nós estamos muito tranquilos de que o que temos aqui será suficiente para garantir as pessoas na urna, aquelas que dependem do transporte. Além disso, Cauê, há aqui um espírito solidário muito grande, né? A gente quando sai para votar, sai junto, vai com o vizinho, a gente sai com a família toda. Então há também esse culturalismo próprio nosso, que nos garante solidariedade nessa questão do transporte.
[Fabíola Cidral]: Bom, falando um pouquinho sobre a questão da educação aí no estado de Santa Catarina. Eu queria saber de que maneira o senhor pretende melhorar a educação no estado. Há ali um problema na questão da educação no Brasil como um todo, mas aí em Santa Catarina tem uma queda no desempenho do ensino médio, especificamente. E eu queria saber nesse caso, o ensino médio tão importante, tão difícil de dar essa recuperação, quando já era um meio aí de um ciclo, o que o senhor pretende fazer para melhorar esses índices no estado de Santa Catarina, e qual é sua avaliação inclusive da atual situação da educação no estado?
[Décio Lima]: Olha, é grave, Fabíola. Tanto a educação quanto a saúde. Nós tivemos uma evasão escolar de 27 mil crianças, isso no contexto populacional e nos índices nacionais, Santa Catarina está ranqueada. Nós temos um processo aonde os profissionais da educação tiveram a deterioração da sua qualidade de emprego, precarizados. Os trabalhadores na educação estão precarizados, 64%, sem planos de carreira. Ainda houve agravantes com descontos para pagar dívidas históricas previdenciárias. Há, portanto, uma falta de entusiasmo por este do grande patrimônio, o maior patrimônio que nós sempre consideramos na educação, que são os nossos profissionais, os professores, professoras, todos aqueles que interagem com educação. Além disso, nós temos uma escola analógica, somos cerca de 5200 escolas sob responsabilidade do Estado. Uma escola que não é atrativa para a juventude, que já está no mundo digital, as crianças estão no mundo digital. Uma escola que, portanto, precisa ser revolucionada e construída com política de estado, que eu quero dar ao povo de Santa Catarina, na construção que fiz com o nosso programa de governo, com aqueles que protagonizam efetivamente a educação. Há um outro aspecto também a ser considerado. O nosso déficit aqui de creches é gigante. É uma atribuição republicana dos municípios, mas nós vamos enfrentar o pagamento deste absurdo que Santa Catarina vive, não dando condições de espaços para as crianças, e com isso dificultando as mulheres para poderem entrar no mercado de trabalho, empreenderem, e terem o protagonismo nas suas respectivas vidas.
[Fabíola Cidral]: Legalização não? A legalização total do aborto, então, o senhor é contra?
[Décio Lima]: Eu defendo a vida. E o aborto tem que ser tratado por um médico.
[Fabíola Cidral]: Contra ou a favor da descriminalização da maconha?
[Décio Lima]: Eu acho que não justifica um procedimento nesse momento. Legalização.
[Fabíola Cidral]: O senhor é a favor da privatização da Petrobras?
[Décio Lima]: De jeito nenhum. A Petrobras é a soberania do nosso povo.
[Fabíola Cidral]: É a favor do aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal?
[Décio Lima]: Não, eu acho que a casa, ela...
[Fabíola Cidral]: Por favor, candidato, sim ou não, só pra gente ter tempo aqui, dinâmica pra fazer, depois a gente justifica se for necessário. Contra ou a favor da cobrança de mensalidade nas universidades públicas?
[Décio Lima]: Contra.
[Fabíola Cidral]: Contra ou a favor do uso de câmeras nos uniformes da polícia no estado?
[Décio Lima]: Eu acho que, se é bom para proteger, sou favorável.
[Fabíola Cidral]: O senhor é a favor da ampliação da posse, do porte de armas por cidadãos comuns?
[Décio Lima]: Podia repetir, Fabíola?
[Fabíola Cidral]: Essa daqui eu já sei que o senhor é contra porque o senhor já falou nas perguntas.
[Décio Lima]: Arma, contra.
[Fabíola Cidral]: É a favor da redução da maioridade penal?
[Décio Lima]: Contra.
[Fabíola Cidral]: Vai manter a mesma alíquota do ICMS ou quer mudar?
[Décio Lima]: Vou tratar isso com aqueles que pagam. Pra fazer justiça tributária.
[Fabíola Cidral]: O senhor é a favor da privatização do Porto de Itajaí?
[Décio Lima]: Eu administrei o Porto de Itajaí e sei que o porto é uma porta pro mundo, e ele tem a ver com a proteção da nossa economia.
[Fabíola Cidral]: Contra ou a favor?
[Décio Lima]: Contra.
[Fabíola Cidral]: Contra a privatização. O senhor é a favor ou contra o alargamento da faixa de areia na praia de Camboriú?
[Décio Lima]: Eu acho que tem que ver os aspectos ambientais, não tenho como te responder isso aqui porque não vi as perícias e os laudos feitos pela...
[Fabíola Cidral]: É a favor... das cotas raciais?
[Décio Lima]: Eu acho que o Brasil ainda precisa disso.
[Fabíola Cidral]: Qual é a sua melhor qualidade e seu pior defeito?
[Décio Lima]: Ah, eu não costume julgar.
[Fabíola Cidral]: Não se julga? Não se analisa, assim?
[Décio Lima]: Não.
[Fabíola Cidral]: Que bom, né? Candidato, qual é a sua maior inspiração política? Qual é um político que te inspira e te move?
[Décio Lima]: Luiz Inácio Lula da Silva.
[Fabíola Cidral]: Caso eleito, qual vai ser seu primeiro ato?
[Décio Lima]: Enfrentar as feridas sociais. Ninguém passando fome, ninguém fora da escola e ninguém morando na rua.
[Fabíola Cidral]: Cauê, cabe mais perguntas aí, com você.
[Cauê Fonseca]: Candidato, queria voltar um episódio pontual que chama muito atenção em Santa Catarina e que acho que conversa um pouquinho com aquele último tema que a gente estava discutindo que é a violência contra a mulher. A Assembleia de Santa Catarina tá dando andamento a uma CPI pra investigar um aborto que foi feito dentro da legalidade de uma menina de 11 anos. O senhor, uma vez eleito governador, primeiro dia do seu mandato e tal, o senhor tem isso acontecendo na Assembleia, já houve uma postura bastante questionada do Ministério Público de Santa Catarina em relação a esse episódio, o que senhor faria em relação a isso? Teria algo a fazer? Teria algo a ponderar?
[Décio Lima]: Olha, o governador tem poder discricionário nos limites da construção republicana. Inclusive acho que a Assembleia Legislativa pode investigar o que for, mas essa é uma decisão orientada pelos valores e recomendações médicas dentro da pauta e dos protocolos da Organização Mundial da Saúde. Eu não vejo razão... Querem criar uma CPI pra criar espetáculo sobre isso? Podem criar. Mas eu não vejo que vão achar qualquer coisa que esteja fora dos protocolos e das responsabilidades daqueles que atuaram.
[Fabíola Cidral]: Candidato, a gente tá falando aqui sobre a sua candidatura no estado, mas, claro, muito foco também na candidatura, na eleição presidencial. Nessas últimas... nesses últimos dias, há todo esse alvoroço provocado pela campanha de Bolsonaro em relação às rádios, as inserções na rádio, um princípio de tumulto aí, já mostrando o que pode vir talvez nesse resultado de domingo. O seu estado é o maior, é o mais bolsonarista, como falamos aqui. O senhor tem receio do presidente Jair Bolsonaro não respeitar o resultado das eleições caso o Lula seja o vencedor neste domingo? De que maneira o estado pode se comportar nesse sentido? Como é que o senhor analisa essa situação?
[Décio Lima]: Olha, eu convivi com o Bolsonaro 12 anos debaixo do mesmo teto, né? Ele é uma pessoa imprevisível, e uma pessoa que às vezes eu me pergunto se ele é um ser humano. Várias vezes. Uma pessoa que não tem limites e não respeita os valores humanistas. Então é possível ele querer fazer espetáculos com relação ao resultado da sua derrota no domingo. Mas não tem força absolutamente pra criar qualquer crise institucional. Nós temos aí os valores, mesmo aqueles que haverão de estar junto com eles, terão a responsabilidade de preservar a democracia, o estado de direito, né? E já viram que os acontecimentos nos Estados Unidos, com o Donald Trump, não tiveram protagonismo exitoso porque as instituições, e graças a Deus o Brasil também tem isso, a força das nossas instituições é muito forte para poder imaginar que ela se fragilize diante de uma passionalidade absurda, de uma pessoa que é marcada na sua existência por atos dessa natureza. Eu não me assusto com isso.
[Cauê Fonseca]: Candidato, não lhe consterna, não lhe impressiona que 70% do seu estado já deu um voto pra essa pessoa que o senhor diz que tem dúvidas se considera às vezes um ser humano?
[Décio Lima]: O que me impressiona é nossa capacidade aqui de resiliência. Né? Que vocês hão de convir. Né? A disputa que eu tô fazendo, talvez ela tivesse uma tranquilidade em qualquer outro estado federado, né? Aqui é uma... é uma disputa que prova a nossa resiliência, que é muito maior do que esse número que você expressa. Nós estamos aqui firmes, né? E resistimos aos piores momentos, né? Esse não é o pior momento. Nós estamos num processo de superação. Então eu trago aqui um sentimento muito forte de esperança, de otimismo com relação aos números que você expressa aqui pra que a gente possa modificá-los.
[Fabíola Cidral]: E apesar de todo esse cenário, o senhor parece bem calmo, né? O seu jeito.
[Décio Lima]: Fabíola. É o meu tipo humano. Eu sou do signo de libra, eu sou do amor, da paz.
[Fabíola Cidral]: Isso é uma qualidade. Ó, numa próxima sabatina o senhor pode responder isso como uma qualidade, qual é sua qualidade? Sou uma pessoa calma, tranquila. Diante de tanta gente estressada, isso é uma baita qualidade nos dias de hoje, candidato.
[Décio Lima]: Vou responder assim: "Olha, eu não gosto de me autobiografiar, mas segundo a Fabíola, esse ícone do jornalismo brasileiro, diz que sou muito tranquilo".
[Fabíola Cidral]: Pelo menos aqui na sabatina, sim, não convivo com o senhor, não sei dizer.
[Décio Lima]: Mas eu sou assim, viu, Fabíola?
[Fabíola Cidral]: Diante de perguntas, às vezes, né, e de situações, acho que não perguntas, mas acho que de situações que o seu estado vive. Candidato Décio Lima, nosso tempo tá encerrado, agradeço imensamente a sua participação aqui na sabatina UOL e Folha, tão importante pra nossa democracia ouvir as lideranças políticas, quem tá querendo disputar um cargo tão importante como governador de um estado brasileiro. Muito obrigada, bom restinho de campanha, bom voto no domingo ao senhor.
[Décio Lima]: Olha, uma honra, tá, Fabíola, Sakamoto, Cauê, uma honra muito grande poder interagir com vocês aqui nesse canal tão importante pra democracia brasileira. Grande abraço, gratidão.
[Fabíola Cidral]: Cauê Fonseca, muito obrigada por participar conosco aqui dessa sabatina. Até.
[Cauê Fonseca]: Obrigado, gente. Bom voto a todos aí.
[Fabíola Cidral]: Tchau, Sakamoto, até qualquer momento.
[Leonardo Sakamoto]: Até daqui a pouco, Fabíola. Um abraço, Cauê, muito obrigado, candidato, boa sorte.
[Fabíola Cidral]: E assim a gente encerra a nossa série de sabatinas aqui UOL e Folha, muito obrigada pela sua audiência, pela sua companhia, eu te convido a ficar conosco. Ao meio-dia, temos UOL News pra você com tudo o que tá acontecendo, os bastidores, os preparativos de Lula e Bolsonaro para esse último encontro entre eles, cara a cara, na TV Globo, no debate eleitoral às 21h30. A gente vai estar com programação especial pra você. Já te convido também a estar conosco no dia da eleição. Você que acompanha toda a eleição aqui pelo UOL, todo o nosso time de colunistas, também os cientistas políticos e os políticos conosco ao vivo numa transmissão ao vivo a partir das 16h, eu e Diego Sarza comandamos essa transmissão e convidamos você a estar conosco também no domingo. Então tá aí a programação. Eu te espero logo mais, ao meio-dia, e uma ótima sexta-feira a você.
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