Jornais internacionais analisam eleição no Brasil: '2 futuros se enfrentam'
A pouco mais de 48 horas para a divulgação de quem será o vencedor das eleições para presidente no Brasil, a imprensa internacional analisa o que se pode esperar para os próximos dias e para eventuais governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de janeiro.
O segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto será no próximo domingo (30), com institutos de pesquisa apontando Lula à frente na disputa e Bolsonaro fazendo acusações sem provas concretas de que não teve inserções de seus propagandas partidárias em rádios do Nordeste.
Pesquisa Datafolha realizada com entrevistas presenciais, contratada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgada ontem, aponta Lula com 53% das intenções de votos válidos — ou seja, quando são excluídos brancos e nulos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 47%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Anteriormente, havia empate técnico entre os dois, já que no levantamento da semana passada Lula tinha 52% das intenções de votos válidos e Bolsonaro, 48%.
Em uma reportagem em áudio, o The New York Times afirma que o pleito do final de semana é o "mais importante em décadas para o Brasil". O veículo também traçou um perfil de Lula e Bolsonaro e disse que "dois futuros se enfrentam" no país.
No final da tarde de ontem, o jornal britânico The Guardian publicou reportagem citando declarações do atual chefe do Executivo de que ele seria a vítima da "maior fraude já vista". O veículo ainda compara o presidente a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos que incitou apoiadores a invadir o Capitólio para evitar que Joe Biden tomasse posse, em janeiro de 2021.
"Muitos levantam a suspeita de que Bolsonaro planeja seguir roteiro semelhante ao de Trump se ele perder para seu adversário", diz reportagem.
O espanhol El País deu destaque para a perda de espaço que partidos tradicionais tiveram no Brasil, citando como exemplo o PSDB, que no ano passado chegou a ter os ex-governadores João Doria e Eduardo Leite na disputa de prévias para serem candidatos a presidente pelo partido, mas terminaram esse processo sem terem um nome tucano na corrida ao Palácio do Planalto.
"O bolsonarismo aniquilou a centro-direita tradicional do PSDB no Brasil", afirma o título de reportagem do jornal.
O Clarín publicou matéria repercutindo o debate de hoje à noite, que será transmitido pela TV Globo e vai marcar a última vez que Lula e Bolsonaro estarão frente a frente antes do segundo turno. Para o jornal argentino, o debate será uma "duríssima batalha de tudo ou nada".
O francês Le Figaro, por sua vez, chamou a atenção para a importância de Minas Gerais. Desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos venceram entre os eleitores do estado. "Os dois candidatos estão fazendo campanhas intensas nesse colégio eleitoral", disse o veículo.
Nesta quinta-feira (27), o jornal norte-americano The New York Times publicou um vídeo dizendo que a eleição presidencial no Brasil "vai definir o futuro do planeta" e que o vencedor "herdará o controle de mais da metade da floresta amazônica".
No vídeo de seis minutos, o NYT condena a gestão ambiental de Bolsonaro e cita medidas adotadas pelo governo, como o desmonte das agências de fiscalização, além do aumento do desmatamento, o descaso do presidente com as terras indígenas e sua proximidade com o agronegócio.
O Le Monde criou um chat ao vivo para que leitores do jornal pudessem enviar perguntas sobre o pleito presidencial para que o correspondente no Brasil respondesse aos questionamentos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.