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Jornais internacionais analisam eleição no Brasil: '2 futuros se enfrentam'

Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) - Ricardo Stuckert e Divulgação/Palácio do Planalto
Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Ricardo Stuckert e Divulgação/Palácio do Planalto

Do UOL, em São Paulo

28/10/2022 13h45

A pouco mais de 48 horas para a divulgação de quem será o vencedor das eleições para presidente no Brasil, a imprensa internacional analisa o que se pode esperar para os próximos dias e para eventuais governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de janeiro.

O segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto será no próximo domingo (30), com institutos de pesquisa apontando Lula à frente na disputa e Bolsonaro fazendo acusações sem provas concretas de que não teve inserções de seus propagandas partidárias em rádios do Nordeste.

Pesquisa Datafolha realizada com entrevistas presenciais, contratada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgada ontem, aponta Lula com 53% das intenções de votos válidos — ou seja, quando são excluídos brancos e nulos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 47%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Anteriormente, havia empate técnico entre os dois, já que no levantamento da semana passada Lula tinha 52% das intenções de votos válidos e Bolsonaro, 48%.

Em uma reportagem em áudio, o The New York Times afirma que o pleito do final de semana é o "mais importante em décadas para o Brasil". O veículo também traçou um perfil de Lula e Bolsonaro e disse que "dois futuros se enfrentam" no país.

Captura de tela do site do jornal The New York Times - Reprodução - Reprodução
Captura de tela do site do jornal The New York Times
Imagem: Reprodução

No final da tarde de ontem, o jornal britânico The Guardian publicou reportagem citando declarações do atual chefe do Executivo de que ele seria a vítima da "maior fraude já vista". O veículo ainda compara o presidente a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos que incitou apoiadores a invadir o Capitólio para evitar que Joe Biden tomasse posse, em janeiro de 2021.

"Muitos levantam a suspeita de que Bolsonaro planeja seguir roteiro semelhante ao de Trump se ele perder para seu adversário", diz reportagem.

Jornal britânico The Guardian também repercutiu eleição presidencial no Brasil - Reprodução - Reprodução
Jornal britânico The Guardian também repercutiu eleição presidencial no Brasil
Imagem: Reprodução

O espanhol El País deu destaque para a perda de espaço que partidos tradicionais tiveram no Brasil, citando como exemplo o PSDB, que no ano passado chegou a ter os ex-governadores João Doria e Eduardo Leite na disputa de prévias para serem candidatos a presidente pelo partido, mas terminaram esse processo sem terem um nome tucano na corrida ao Palácio do Planalto.

"O bolsonarismo aniquilou a centro-direita tradicional do PSDB no Brasil", afirma o título de reportagem do jornal.

El País abordou perda de espaço de partidos de direita tradicional - Reprodução - Reprodução
El País abordou perda de espaço de partidos de direita tradicional
Imagem: Reprodução

O Clarín publicou matéria repercutindo o debate de hoje à noite, que será transmitido pela TV Globo e vai marcar a última vez que Lula e Bolsonaro estarão frente a frente antes do segundo turno. Para o jornal argentino, o debate será uma "duríssima batalha de tudo ou nada".

O francês Le Figaro, por sua vez, chamou a atenção para a importância de Minas Gerais. Desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos venceram entre os eleitores do estado. "Os dois candidatos estão fazendo campanhas intensas nesse colégio eleitoral", disse o veículo.

Le Figaro destacou a importância de Minas Gerais nas eleições - Reprodução - Reprodução
Le Figaro destacou a importância de Minas Gerais nas eleições
Imagem: Reprodução

Nesta quinta-feira (27), o jornal norte-americano The New York Times publicou um vídeo dizendo que a eleição presidencial no Brasil "vai definir o futuro do planeta" e que o vencedor "herdará o controle de mais da metade da floresta amazônica".

No vídeo de seis minutos, o NYT condena a gestão ambiental de Bolsonaro e cita medidas adotadas pelo governo, como o desmonte das agências de fiscalização, além do aumento do desmatamento, o descaso do presidente com as terras indígenas e sua proximidade com o agronegócio.

O Le Monde criou um chat ao vivo para que leitores do jornal pudessem enviar perguntas sobre o pleito presidencial para que o correspondente no Brasil respondesse aos questionamentos.

Chat do Le Monde sobre as eleições presidenciais no Brasil - Reprodução - Reprodução
Chat do Le Monde sobre as eleições presidenciais no Brasil
Imagem: Reprodução