Após eleições, Barroso defende 'reconciliação' e 'consensos' para o país
O ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu a necessidade de um "esforço de reconciliação" e a construção de "consensos" para o Brasil após o resultado das eleições de hoje.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para um terceiro mandato, derrotando o presidente Jair Bolsonaro (PL), crítico contundente do magistrado.
"Reconciliação não significa que ninguém precisa mudar de ponto de vista. Reconciliação significa que as pessoas possam voltar a se tratar com respeito e consideração. Quem pensa diferente de mim não é meu inimigo, e sim meu parceiro na construção de uma sociedade aberta, plural em que tem lugar para todos", disse o ministro.
Barroso desejou a Lula que seja capaz de criar "consensos" no país, apesar da polarização, que ele diz ser natural em democracias e até saudável, em certa medida. O ministro diz ter expectativa que o petista tenha "sabedoria" para conduzir o país por esse caminho.
"Ter posições diferentes não é um problema e talvez seja até desejável. O que é exigível numa democracia é que as pessoas se tratem com respeito e educação. Essa ideia de que se alguém pensa diferente de mim só pode ser um cretino a serviço de uma causa escusa precisa ser derrotada. As pessoas precisam colocar suas ideias na mesa sem essa compulsão de desqualificar o outro", afirmou.
É um salto civilizatório que precisamos dar no Brasil e eu tenho a expectativa de que o presidente eleito tenha sabedoria de conduzir o país por esse caminho"
Luís Roberto Barroso, ministro do STF
Segundo o ministro, alguns consensos institucionais já estão "em construção", mas alguns temas devem ser encarados pelas autoridades, como o enfrentamento à pobreza, a "prioridade máxima" à educação básica ("isso nos atrasou na história", disse o ministro) e o desenvolvimento sustentável.
Um dos alvos recorrentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao atacar o Supremo e o sistema eleitoral, Barroso disse que vê o papel do STF como de interpretar a Constituição e resolver temas "complexos". Por essa razão, diz que a população sempre estará insatisfeita com as decisões do tribunal.
"Se tem uma questão ambiental, um dos lados fica insatisfeito. Para bem e para o mal, nosso papel será sempre o de desagradar alguma parcela da sociedade", disse. "Nosso papel é aplicar a constituição. Não fazemos parte de um torneio de simpatia. E portanto aqui e ali você tem que desagradar. É inevitável".
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