Moraes liga para Lula e Bolsonaro; político do PL estava 'abalado'
Além de celebrar o desempenho da Justiça Eleitoral e pedir o fim dos ataques as urnas eletrônicas, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, disse em coletiva, na noite de hoje, que telefonou para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito novo presidente da República, e também para o candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL).
Moraes afirmou que ligou pessoalmente para ambos antes de falar com a imprensa para cumprimentar os dois pela disputa. A ligação é praxe e serve para informar que o TSE já estava preparado para declarar o resultado das urnas.
"O presidente Bolsonaro me atendeu com extrema educação, assim como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva", disse o ministro.
O UOL apurou com uma pessoa que teve conhecimento da ligação para Bolsonaro que o candidato do PL recebeu a chamada de forma educada, mas não conseguiu esconder que estava "abalado" com a derrota nas urnas.
Durante a coletiva, Moraes afirmou que, com o resultado das eleições, espera que cessem os ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.
Espero que a partir desta eleição, finalmente, cessem as agressões ao sistema eleitoral, cessem os discursos fantasiosos, as notícias fraudulentas e diria notícias criminosas contras as urnas. Quem novamente atestou a credibilidade das urnas foi o povo brasileiro, foi o eleitor e eleitora que vieram votar. Vieram votar porque confiam no sistema eleitoral brasileiro e confiam na Justiça eleitoral.
Alexandre de Moraes
O magistrado disse que esta eleição registrou o maior número de votos em candidatos da história e aproveitou para agradecer o empenho da Justiça eleitoral em promover eleições limpas no Brasil.
"Encerramentos esse importantíssimo momento com maior número em votos em candidatos da história brasileira, em percentualmente e em termos absolutos. Estamos com quase 99,8% dos votos apurados com a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou.
Apesar de PRF, menos abstenção. Segundo Moraes, apesar dos incidentes relacionados com as operações deflagradas pela Polícia Rodoviária Federal, o TSE registrou uma diminuição na abstenção, na contramão do registrado em outras eleições durante o segundo turno, período em que normalmente a ausência de eleitores é maior.
"É importante destacarmos que, além do maior número de candidatos da história, nos tivemos uma diminuição da abstenção dos votos no segundo turno. Diminuímos para 20,56. Houve uma diminuição nos votos nulos e brancos. Tivemos 70% do eleitorado escolhendo um presidente da República", finalizou. "E mais: nos 3 Estados onde houve recorrências de denúncias sobre operações da PRF, nestes três Estados houve também uma diminuição da abstenção".
Mais cedo, Moraes havia dito que as ações da PRF seriam apuradas, mas que elas não impediram a votação de eleitores. Na segunda coletiva, o ministro reforçou a fala.
"Onde se colocou que a operação teria atrapalho, diminuiu [a abstenção]. Outras regiões onde não houve operação, aumentou. Não se mostrou nexo de casualidade. Independentemente disso a resposta por escrito [da PRF] será juntada aos autos e será analisado", afirmou.
Ministros acompanharam. Os ministros do Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Luís Barroso, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski marcaram presença na coletiva. Somente os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro ao STF, não compareceram ao TSE para a apuração.
Os presidentes da OAB (Beto Simonetti) e do Senado, Bruno Dantas (TCU), membros do TSE e Augusto Aras também marcaram presença no pronunciamento em Brasília (DF).
Com 99,98% das urnas apuradas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República com 50,90% dos votos (60.337.982), enquanto Jair Bolsonaro (PL) registrou 49,10% (58.203.420).
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