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Caminhão da Havan se junta a bloqueio bolsonarista no RS e fica preso

Caminhão da Havan tomba após supostamente ter aderido à manifestação dos caminhoneiros - Reprodução
Caminhão da Havan tomba após supostamente ter aderido à manifestação dos caminhoneiros Imagem: Reprodução

Franceli Stefani

Colaboração para UOL de Porto Alegre (RS)

31/10/2022 14h52

Uma carreta da rede de lojas Havan enfrentou problemas ao parar para se juntar aos manifestantes pró-Bolsonaro, na manhã desta segunda-feira (30), em Nova Santa Rita, distante cerca de 30 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A carreta estava totalmente adesivada com as cores da bandeira do Brasil, com a frase "O Brasil que queremos só depende de nós".

De acordo com vídeo gravado por uma manifestante, ela relata que o motorista do veículo da Havan parou para se juntar ao grupo que se concentrava na BR-386, na altura do quilômetro 435, mas acabou atolando. No local, há um desnível na pista.

Quando o condutor da Havan parou, não conseguiu retornar à via. Até as 13 horas, conforme constatado pela equipe do UOL, o veículo seguia no mesmo local.

UOL entrou em contato com a Havan, e irá atualizar a matéria assim que receber resposta.

"O povo brasileiro não aceita receber ordens de um ex-presidiário, condenado, um corrupto, não creio que essas eleições tenham sido limpas. Não queremos nada mais o direito de não virar uma Venezuela, ser comandado pela esquerda", afirma através de vídeo da rede social, um dos manifestantes que estava, pela manhã, na BR-386, em Nova Santa Rita, Gilberto da Silva Ferreira.

Um homem que preferiu não se identificar disse ao UOL que "a população está revoltada com o que aconteceu". Ele salienta que é preciso uma movimentação "principalmente do Exército".

Apoio ao presidente Bolsonaro. O dono da Havan, o empresário Luciano Hang, é um dos apoiadores mais ferrenhos do presidente Jair Messias Bolsonaro. Ao lado do político do PL desde 2018, ele é um dos bilionários que investiram no pleito eleitoral de 2022.

Em Santa Catarina, berço da rede, a frente de uma das lojas foi ocupada por bolsonaristas no início da madrugada.

Bloqueios afetam estradas no RS e no Brasil após as eleições. No Rio Grande do Sul, há registro de queima de galhos na localidade de Vendinha, na BR-386, no município de Montenegro, no Vale do Caí, e caminhões interrompendo o trânsito em Caxias do Sul, na Serra gaúcha.

Houve manifesto também na BR-116, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. São caminhoneiros, empresários, produtores agrícolas e demais apoiadores de Bolsonaro que estão envolvidos na mobilização.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), há em andamento no estado cerca de 20 pontos com bloqueios totais e parciais confirmados.

Os registros começaram a ser percebidos após a confirmação da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições, no domingo (30).

Em todo o Brasil, caminhoneiros bolsonaristas fecharam trechos de rodovias em pelo menos onze estados e no Distrito Federal para contestar o resultado das eleições. Segundo um balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) às 12h30 (horário de Brasília), há 100 bloqueios registrados nas estradas federais, mas sem especificação de quantos estados foram afetados.

A PRF informou que acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para conseguir liberar estradas bloqueadas e que adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo nas rodovias afetadas.