Deputado líder caminhoneiro: ato é ideológico e não representa a categoria
O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que também é presidente da frente parlamentar mista em defesa dos caminhoneiros autônomos e celetistas, afirmou hoje que o ato de fechar estradas pelo país é ideológico e não representa a categoria. Apuração do UOL identificou que, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, caminhoneiros bolsonaristas fecharam trechos de rodovias em pelo menos cinco estados para contestar o resultado das eleições.
"Esses atos que estão acontecendo desde ontem pelo Brasil não são pautas e essas pessoas não representam os caminhoneiros", começou dizendo em entrevista ao UOL News.
Crispim ainda fez questão de reiterar que as verdadeiras pautas dos caminhoneiros, segundo ele, são as mesmas desde 2018 e contemplam o piso mínimo do frete, a mudança da política de preços da Petrobras, aposentadoria aos 25 anos de serviço e unificação dos documentos fiscais.
O deputado ainda criticou Bolsonaro, dizendo que suas promessas para as eleições em 2018 não foram cumpridas.
"Lá em 2018, o então candidato Bolsonaro fez promessas que se fosse eleito iria resolver ou iria dar uma atenção para a pauta dos caminhoneiros, e na realidade nesses quatro anos ele não resolveu nada e está aí o resultado, de que ele não foi reeleito."
Ele também afirmou que os responsáveis pelas paralisações que acontecem desde ontem nas estradas são "pessoas ideológicas de extrema-direita" e disse que a frente parlamentar dos caminhoneiros enviou um ofício para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) pedindo que o direito de trabalhar dos caminhoneiros seja garantido.
Por fim, Crispim também ressaltou que essa frente parlamentar aceita a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. "A categoria dos caminhoneiros, através da frente parlamentar dos caminhoneiros, a qual eu represento, aceita o resultado das eleições. Ela quer que o Brasil saia desse ostracismo e desse pedido de intervenção militar."
Marina Silva: 'Ato de caminhoneiros é versão do Capitólio à la Bolsonaro'
"No caso dos caminhoneiros, eu entendo isso como uma espécie da Capitólio à lá Bolsonaro. Ele está manipulando pessoas e segmentos estratégicos", disse Marina Silva sobre caminhoneiros que fazem bloqueios em ao menos 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
Ex-ministra em governos petistas, ela também não descartou aceitar novos cargos voltados ao meio ambiente e afirmou acreditar que a composição ministerial de Lula será diversificada.
"O governo precisa ter uma relação em termos de diálogo com o Congresso Nacional, que o porta-voz dos diferentes segmentos da sociedade", disse sobre a relação do petista com o Poder Legislativo a partir de 2023.
Tales: Bolsonaro tem mais uma chance de ser preso por ato de caminhoneiros
O colunista do UOL Tales Faria criticou a manifestação dos caminhoneiros, dizendo que essa ala mais radical do bolsonarismo está começando uma ação de "resistência" ao resultado das eleições, mas pontuou que essa movimentação pode comprometer Bolsonaro.
"Se ele [Bolsonaro] for responsabilizado por mais essa burrada, ele tem mais uma chance de acabar atrás das grades. Ele e os filhos dele que já falaram que para invadir o Supremo basta um jeep e um cabo".
Por outro lado, Tales ponderou que eventuais tentativas de Bolsonaro de descredibilizar o resultado das eleições devem ser barradas pelas instituições, que já sinalizaram uma atuação em defesa da democracia.
"Podem tentar alguma coisa, mas as instituições já mostraram capacidade de resistir a tentativas proto golpistas ou golpistas. Certamente vai ter uma atitude da Justiça e creio que também dos militares, que não aderiram várias tentativas do Bolsonaro de levar a uma aventura e deram um 'chega pra lá'"
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