Esplanada dos Ministérios é isolada para impedir chegada de caminhoneiros
A PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) isolou os caminhos para a Esplanada dos Ministérios a fim de impedir a chegada de caminhoneiros na região para proteger órgãos públicos e evitar possíveis manifestações.
Assim, a rodovia L4 e os acessos à Praça dos Três Poderes e ao Congresso estão restritos. Os bloqueios de vias do DF já foram liberados, mas a BR-040 entre Brasília, Goiás e Minas Gerais está com "interdição total" no sentido para o DF e o Rio de Janeiro, segundo a concessionária Via 040, que opera o trecho.
Desde ontem à noite, caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fecharam trechos de rodovias em ao menos 16 estados para contestar o resultado das eleições, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pedidos por um golpe de Estado pelo Exército para deixar Bolsonaro no poder fazem parte do movimento e causaram o bloqueio dos caminhoneiros na área da Esplanada.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) diz que acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para conseguir liberar estradas bloqueadas e disse que adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo nas rodovias afetadas.
Vídeos compartilhados nas redes sociais e informações oficiais das concessionárias das estradas apontam a ação dos manifestantes logo após a vitória do presidente eleito Lula. Alguns motoristas usaram seus próprios caminhões de carga para bloquear as vias. Em outros lugares, pneus também foram queimados.
Segundo um balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) às 16h15 (horário de Brasília), há 136 bloqueios registrados nas estradas federais.
As interdições ocorrem nos seguintes estados, de acordo com a PRF:
- Acre;
- Alagoas;
- Amazonas;
- Goiás;
- Maranhão;
- Mato Grosso;
- Mato Grosso do Sul;
- Minas Gerais;
- Pará;
- Paraná;
- Rio de Janeiro;
- Rio Grande do Norte;
- Rondônia;
- Roraima;
- Santa Catarina;
- São Paulo.
Pedido de golpe
Em uma das gravações à qual o UOL teve acesso, um dos supostos líderes da manifestação diz, em tom de ameaça, que todos os caminhoneiros só sairão das ruas quando o Exército tomar o poder.
Eu estou com lideranças do Brasil inteiro. São 256 pessoas. Travou o Brasil. Travou. Não podemos liberar. [São] 72 horas para o Exército tomar conta. Se nós precisar (sic) ficar além das 72 horas... travou, não libera nada. Joinviille, Criciúma, São Paulo, Rio de Janeiro...geral. Deu, acabou. Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e dizer: 'vocês não podem pedir intervenção militar ou qualquer coisa'. Nós só saímos das ruas na hora em que o Exército tomar o paísManifestante, em vídeo
"Nós não vamos aceitar essa roubalheira, não", disse outro manifestante, em uma gravação nas redes sociais.
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