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Eduardo Leite: Tenho expectativa de que seja mais fácil relação com Lula

Colaboração para o UOL

01/11/2022 09h58

Eduardo Leite (PSDB), governador reeleito do Rio Grande do Sul, espera uma relação melhor com o presidente durante o novo mandato de Lula, que começará em 2023. Em participação no UOL News desta terça-feira (1), Leite explicou que Jair Bolsonaro (PL) não costumava conversar com os governadores.

"Tenho expectativa que seja mais fácil com Lula. Lula manifestou, ao longo da campanha, que pretende chamar governadores para conversar. Em nenhum momento Bolsonaro teve reunião com governadores. Acho negativo isso. Nunca houve reunião com governadores por iniciativa dele. Agora temos expectativa de ter uma relação republicana e de alto nível em favor de quem a gente trabalha", explicou Leite.

O governador reeleito foi questionado sobre o futuro do PSDB. Ele afirmou que ainda não está focado nas questões do partido, mas destacou que os tucanos devem agir para fortalecer o que ele chama de "centro democrático".

"Centro não significa ficar em cima do muro. É conciliação em cima de visões distintas. É possível que a gente trabalhe na lógica de buscar outros partidos, que assim como nós, olhem por um centro democrático forte e vibrante, do ponto de vista político - com conciliação da iniciativa privada e relevância que governo tem na promoção social e inclusão da baixa renda", concluiu Leite.

Leite: É prematuro dizer que há uma tentativa de golpe

Eduardo Leite também comentou sobre os protestos que estão acontecendo em rodovias pelo Brasil. Ele lamentou os atos, mas disse que é cedo para concluir que há uma tentativa de golpe.

"É prematuro e precipitado dizer isso, mas no mínimo é algo que gera preocupação, por conta de se quer o bem do Brasil, a estabilidade e a credibilidade de democracia", afirmou o tucano.

Maierovitch: Bolsonaro pode usar bloqueios para requisitar Forças Armadas

O jurista Wálter Maierovitch entende que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode usar os bloqueios nas estradas para tentar intervenção militar. Em participação no UOL News, ele explicou os detalhes legais dessa possível ação.

"O risco é enorme. Essa é a arma que está na mão do Bolsonaro. E já está engatilhada. Assim como na ditadura militar de 64, tivemos a 'Marcha da Família com Deus pela Liberdade', Bolsonaro deve usar essa situação. Veja o que diz um dos artigos da Constituição: estabelece competir ao presidente, como chefe supremo, requisitar as Forças Armadas para garantir lei e ordem. E como se garante? Esperando prazo de 72 horas, que não é um prazo fixo. Esperando a consolidação de um movimento subversivo", explicou Maierovitch.

Maierovitch também destacou que é necessária a aderência dos militares a esse movimento. "O Supremo decidiu que existe possibilidade de intervenção apenas quando as Forças Armadas forem requisitadas. Então a requisição pode ser feita pelo Bolsonaro. E existe lei complementar, 97, que diz como se estrutura essa operação. Um general vai fazer essa coordenação. Então está tudo pronto. Basta ter os olhos para ver. É de uma clareza solar".

Caminhoneiro Chorão: Extrema direita está usando o nome da categoria em ato

Presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse que a extrema política está usando o nome dos caminhoneiros para agir contra a democracia.

"O que me deixa triste é que muitos estão usando o nome da nossa categoria, porque a gente provou em 2018 que essa classe consegue bloquear o país. Tem 271 pontos parados. Em 2018 só tinha 52, porque a gente ia no ponto estratégico. Isso deixa claro que a turma da extrema direita está usando o nome dos caminhoneiros para fazer ato contra democracia", afirmou Chorão no UOL News, nesta terça-feira (1).

Chorão garantiu que a Abrava jamais vai lutar contra a democracia e seguirá focada em pautas econômicas que beneficiem os caminhoneiros.

Questionado quem deve estar por trás dos protestos, Chorão admitiu que não sabe, apontou que é um protesto disperso, mas suspeitou de "gente grande".

"É para criar fato político usando nome dos caminhoneiros. Acredito que existe um locaute, precisava avaliar, mas acredito que tem empresas grandes por trás".

Chorão pediu para o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestar sobre o assunto e acalmar o país. "Minha visão é que o presidente tem que pregar o que ele prega: Deus, pátria e família. Deus prega paz. Ele tem que pacificar, como nos discursos do Arthur Lira e do Rodrigo Pacheco".

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