Prefeitura de SP: Veja a íntegra da sabatina UOL/Folha com Ricardo Nunes
O prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), participou nesta segunda-feira (15) de sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo.
Veja a íntegra da entrevista, conduzida por Fabíola Cidral, com participações das jornalistas Raquel Landim, do UOL, e Carolina Linhares, da Folha de S. Paulo.
[Fabíola Cidral]: Seja muito bem-vinda, seja muito bem-vindo à mais uma sabatina UOL e Folha. Como você já sabe, a gente tem recebido os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, as pessoas que querem comandar essa cidade pelos próximos quatro anos. Mas quem tem o poder de escolha é você, que está aí. E a gente te ajuda nessa missão, a escolher quem você quer comandando a cidade São Paulo e mais do que isso: qual é a São Paulo que você quer? Qual a São Paulo que você sonha? É isso que a gente tenta buscar aqui na conversa com os pré-candidatos. Já recebemos, aqui, Pablo Marçal; o pré-candidato Guilherme Boulos. E hoje é dia de receber aqui o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, que tenta a reeleição.
O prefeito tem 56 anos e assumiu a prefeitura de São Paulo, após a morte justamentde Bruno Covas, quando ele foi vice de Bruno Covas nas eleições municipais passadas. Bruno Covas que acabou morrendo vítima de câncer e Nunes assumiu a prefeitura, em maio de 2022. Nunes é empresário no ramo de controle de pragas, foi presidente da Associação Empresarial da região sul e fundou o jornal regional Hora da Ação, que cobria bairros da mesma região. Filiado ao MDB, desde os 18 anos de idade, foi eleito vereador, em 2012 e 2016 e, na Câmara, foi coautor do projeto de lei que pretendia implementar o Escola Sem Partido e atuou em CPIs importantes como a da sonegação tributária, dívida ativa, teatro municipal e evasão fiscal. Hoje, tem 56 anos, tenta reeleição pelo partido em que está desde jovem e com o apoio de 11 partidos até aqui, incluindo o PL de Bolsonaro, o União Brasil, do vereador Milton Leite e o Republicanos do governador Tarcísio de Freitas. Na última pesquisa DataFolha, Ricardo Nunes aparece um ponto percentual à frente de Guilherme Boulos. Estão empatados tecnicamente, com 24% e 23%. Na avaliação de governo, Nunes atingiu 31% de ótimo ou bom, que é o melhor percentual da sua gestão até hoje. 43% consideram a gestão regular e 22% dizem que é ruim ou péssima. Ele já está aqui no nosso estúdio para essa sabatina. Olá, prefeito, bom dia. Seja muito bem-vindo à Sabatina UOL/Folha.
[Ricardo Nunes]: Obrigado. Bom dia. Bom dia, Fabíola, Raquel. No comecinho, fica nervoso, mas daqui a pouco vai soltando. Carolina Linhares...
[Fabíola Cidral]: Não precisa ficar nervoso, não, prefeito. Vamos falar sobre São Paulo, sobre política, que é um assunto que o senhor domina. Comigo nesta sabatina, minhas parceiras aqui: Raquel Landim, do UOL. Bom dia, Raquel.
[Raquel Landim]: Bom dia, Fabi.
[Fabíola Cidral]: E também Carolina Linhares, do jornal Folha de S.Paulo. Bom dia.
[Carolina Linhares]: Bom dia.
[Fabíola Cidral]: A gente inicia esta segunda-feira com algo muito importante na política mundial, que foi o atentado à Donald Trump. Algo que sacudiu o noticiário mundial nesse final de semana e que trouxe repercussões políticas, inclusive para as próximas eleições que vêm a diante. Queria saber como é que o senhor analisa esse atentado sofrido por Donald Trump e o impacto disso aqui no Brasil, já que todo setor bolsonarista, vamos colocar assim, está falando e fazendo uma comparação com o que aconteceu com Bolsonaro, em 2018. O senhor acredita que isso pode ter algum impacto na eleição municipal?
[Ricardo Nunes]: Eu acho que na eleição municipal, não, de uma forma direta, mas de uma forma direta indireta, sim, Fabíola. Inclusive, o próprio Vaticano colocou na página deles um posicionamento muito importante de repúdio a qualquer tipo de agressão. A gente precisa ter ações como essa como um exemplo daquilo que é necessário não fazer não, né. Não é aceitável, não é razoável qualquer tipo de comportamento que gere uma agressão como essa, né. Você vê: por centímetros poderia ter levado o presidente Trump à morte. Então, destacar isso. Eu acho que de todo o contexto, a fala que eu vi mais sensata do ponto de vista de poder transmitir uma boa mensagem é a colocação do Vaticano pedindo paz, pedindo compreensão contra qualquer tipo de agressão, seja contra qualquer político, qualquer pessoa, né. Mas muito triste. Eu acho que é um exemplo daquilo que a gente precisa combater, continuar combatendo, não é aceitável nenhum tipo de agressão
[Fabíola Cidral]: Mas essa comparação com o Bolsonaro, inclusive, né. Eles saíram utilizando isso. Você vê as imagens. Eles colocam a imagem do Trump e embaixo a imagem do Bolsonaro, quando ele sofreu a facada. O senhor acha correto esse tipo de comparação? Acha que tem alguma questão? Eles falam "ah, porque a esquerda está fazendo isso, é a extrema esquerda atuando, atua lá e atua aqui. O senhor acredita que tem algum tipo de comparação?
[Ricardo Nunes]: Eu acho que traz para o cenário nacional uma comparação de algo que aconteceu lá no Estados Unidos. Não vejo como algo fora do contexto algo que aconteceu nos Estados Unidos se remete a algo que aconteceu aqui no Brasil, que foi lamentável aquela facada. Eu também vi postagem de pessoas de esquerda dizendo, inclusive o rapaz da rachadinha, dizendo que aquilo teria sido algo forjado tanto aqui no Brasil como lá. Olha o nível que a gente vai escalando dessa coisa do ódio. Como é que pode o rapaz da rachadinha ir pra rede social e fazer uma comparação dessa? Fazendo contraponto à colocação que você trouxe aqui muito bem apresentada.
[Fabíola Cidral]: Deputado André Janones, o senhor está falando.
[Raquel Landim]: O deputado André Janones.
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Quero receber[Ricardo Nunes]: É, da rachadinha é ele, né?
[Carolina Linhares]: Tem vários da rachadinha, né.
[Ricardo Nunes]: O mais, digamos o mais recente, que teve lá a passada de pano pelo Boulos, né. Então, pra corrigir, o caso mais recente de rachadinha, que teve aquele passa pano do Boulos.
[Raquel Landim]: Mas prefeito, deixa eu pegar a primeira manifestação que o senhor fez nas nas redes sociais sobre esse caso. O senhor disse o seguinte: "O atentado contra o presidente Trump, esse sim, é um atentado contra a democracia. Prova que o radicalismo não tem então ideologia. O que o senhor quis dizer com "esse sim é um atentado contra a democracia"? O que aconteceu aqui no Brasil no 8 de janeiro não foi um atentado contra a democracia?
[Ricardo Nunes]: O 8 de janeiro, a gente podia comparar também, Raquel, com o 23 de setembro. O que aconteceu em 23 de setembro? 23 de setembro se a gente entrar no Google agora e colocar: "Boulos invade ministério", vai sair na capa a foto do Boulos em cima da mesa numa invasão num prédio público do Ministério da Fazenda. Tá lá, colocou no Google, "Boulos invade ministério", é aquela invasão. Então, não tem diferença com relação a questão das invasões do prédio público. Eu me posicionei, logo que aconteceu o dia 8 de janeiro, veementemente contrário a interpretação do patrimônio público com relação a questão de que a gente não pode admitir que as pessoas transgridam naquilo que é razoável, né. Até onde vai o direito de um? Onde começa o direito do outro. Agora, essa questão do dia 23 de setembro é algo para a gente poder refletir. Para quem está nos assistindo poder fazer uma reflexão.
[Raquel Landim]: O senhor acha que são episódios comparáveis? No 8 de janei.ro, a gente teve a depredação do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional?
[Carolina Linhares]: Com um objetivo.
[Raquel Landim]: ?do Palácio do Planalto, como a Carol estava dizendo, com um objetivo. Entrou-se lá, quebrou-se?
[Carolina Linhares]: Não é uma depredação simples e pura, né, ali.
[Raquel Landim]: Quebrou-se os símbolos da democracia brasileira.
[Ricardo Nunes]: Olha, a introdução daqui da minha participação, que a Fabiola colocou, ela coloca muito bem. Eu me filei no MDB no dia que eu tirei meu título de eleitor. Eu sou um defensor extremista da democracia. Se tem algo de extremo em mim, tem duas coisas: de eu vir do extremo da cidade, da periferia, e de ser extremista em favor da democracia. Então, eu fico muito confortável de colocar meus posicionamentos. Eu não consigo imaginar que pessoas, 18 anos de prisão. Por que aquela situação do Ministério da Fazenda, né, coloca no Google "Boulos invade o Ministério", ele em cima depredando e invadindo. A gente tem que ser contra, e ter uma posição muito firme, contra qualquer tipo... Agora, 2021, o MTST invadiu a Bolsa de Valores. Então, eu acho que qualquer ação que as pessoas pratiquem, que seja de desordem, que seja algo contra a democracia, a gente deve repudiar e eu tenho feito isso de forma muito clara e muito contundente. Agora, realmente, eu não vejo no dia 8 de janeiro uma situação de que pessoas armadas, aposentados, pessoas que estavam ali fazendo um ato totalmente errado, mas não dá para se comparar uma coisa com a outra, do meu ponto de vista, com uma visão ponderada, que é o que a gente precisa ter na política, uma visão ponderada, sem extremos de raciocínio e de pensamento nenhum para um lado nem para o outro.
[Fabíola Cidral]: Então, prefeito, quando o senhor coloca, em relação ao atentado, Donald Trump, e o senhor fala: "Isso sim é um atentado à democracia", o senhor fez realmente uma relação ao 8 de janeiro? É isso que dá para entender aqui pela sua fala?
[Ricardo Nunes]: Não, não, não, não, não.
[Fabíola Cidral]: Isso sim é um atentado à democracia, porque o que o senhor falou agora, o 8 de janeiro, o senhor não vê como um atentado à democracia?
[Ricardo Nunes]: Vamos colocar o contexto.
[Fabíola Cidral]: A pergunta é fácil: o 8 de janeiro foi um atentado contra a democracia?
[Ricardo Nunes]: O 8 de janeiro foi um atentado contra os patrimônios públicos, o que eu repudio.
[Fabíola Cidral]: Não foi um atentado contra a democracia? O senhor não acredita numa tentativa de golpe no 8 de janeiro?
[Ricardo Nunes]: Daquelas pessoas que estavam ali, eu não acredito.
[Fabíola Cidral]: De qualquer pessoa?
[Ricardo Nunes]: Não acredito.
[Fabíola Cidral]: O senhor não acredita que nós sofremos uma tentativa de golpe?
[Ricardo Nunes]: Eu não posso falar pelas pessoas, Fabíola. Eu estou falando daquele caso concreto, que eu repudio veementemente aquele tipo, e eu postei nas minhas redes sociais no mesmo dia. Eu repudio, veementemente, qualquer tipo de invasão, depredação de patrimônio, ações contra a democracia.
[Raquel Landim]: Mas foi uma tentativa de golpe, prefeito, na sua avaliação, o 8 de janeiro?
[Ricardo Nunes]: Daquelas pessoas fazerem aquela depredação? Então foi tentativa de golpe, o Boulos ter invadido lá no dia 23 de setembro de 2015 o Ministério da Fazenda.
[Carolina Linhares]: Prefeito, hoje a gente sabe, as investigações...
[Ricardo Nunes]: Depredar e invadir a Fiesp. A gente precisa só?
[Carolina Linhares]: Mas as investigações mostram que existia ali um inconformismo com a vitória do presidente Lula, e existia, inconformismo sim. Agora existiu ali, da parte dos apoiadores, e hoje a gente sabe, da parte de pessoas próximas do ex-presidente Bolsonaro, uma tentativa de fazer com que o presidente Lula não tomasse posse ou de de que houvesse algum tipo de distúrbio que justificasse alguma intervenção das Forças Armadas. Hoje as investigações mostram isso. O senhor não concorda com o que foi dito e mostrado até agora? O senhor acha que não houve isso da parte dos bolsonaristas? O senhor acha que ali foi apenas uma depredação? O senhor não concorda com essas investigações que mostram que havia algo além disso?
[Ricardo Nunes]: Carol, eu concordo com toda investigação, porque eu tenho colocado bastante, de forma enfática, até como prefeito da maior cidade do Brasil, e cabe ao prefeito da maior cidade do Brasil ter ponderação e responsabilidade nas suas falas, o que eu não tenho visto em algum dos pré-candidatos, uma coisa muito agressiva, a gente precisa distensionar isso. Deixa eu te falar uma coisa, esse ano completa 30 anos daquele fato que aconteceu da escola base. 30 anos completa agora. Aquilo foi um exemplo para todos nós. Para todos nós da política, da imprensa. E por que eu estou citando esse exemplo? Investigação é algo que vai ser desenvolvida, e aí vai ter lá na frente uma absolvição ou uma condenação. A gente precisa ter muita cautela com relação à questão de julgar ou de fazer um pré-julgamento antes do momento adequado, antes das investigações. Eu estou falando assim: aquelas pessoas que a gente viu ali, pessoas grande maioria humildes, ambulantes, aposentados, eu não consigo imaginar que alguém, sem um pau, sem um lado, cometeram um erro gravíssimo, gravíssimo, e tem que pagar por isso, mas eu acho que está muito distante da gente poder dizer que aquelas pessoas tinham uma intenção de dar um golpe de Estado, é isso que eu queria dizer daquelas pessoas.
[Raquel Landim]: Prefeito, vamos levar para a eleição municipal. O senhor trabalhou bastante para ter o apoio de Jair Bolsonaro, mas Jair Bolsonaro é muito rejeitado aqui na capital. O senhor é bolsonarista?
[Ricardo Nunes]: Eu sou ricardista, eu sou um apaixonado pela cidade, eu me filiei no MDB. Como foi bom que a Fabíola abriu com essa fala. Eu me filiei no Partido do Movimento Democrático Brasileiro no dia que eu tirei o meu título de eleitor, com 18 anos. Meus amigos estavam indo para festas, eu estava ali já engajado na política, com um jornal chamado Hora de Ação. Eu fui vereador por dois mandatos, vocês acompanharam a minha atuação lá na Câmara Mundial de São Paulo. Muito ativo, participante, combatendo a corrupção, levando bons projetos, dialogando com todos, Raquel. Você pode falar com qualquer vereador de qualquer partido, eu recebo todos, e lá, quando o vereador dialogava com todos, eu sou do diálogo, respeitando sempre os posicionamentos contrários. Então eu acho que a gente vai demonstrar hoje nessa eleição, que eu acho que vai ser o ápice, a história de vida das pessoas, como é que eles são, o comportamento, o comportamento de respeito com as pessoas, os posicionamentos.
[Fabíola Cidral]: Mas é que é curioso isso, que ela perguntou?
[Ricardo Nunes]: E o que vale a avaliação, a avaliação é a avaliação do governo, Raquel.
[Fabíola Cidral]: É que prefeito, essa história de ser bolsonarista é curioso, porque, por exemplo, o Pablo Marçal não tem o apoio formal de Bolsonaro, só que ele meio que se declara bolsonarista, com o apoio dos bolsonaristas. E o senhor tem o apoio formal do Bolsonaro, ele indicou o vice. Então eu acho que essa é uma questão, o senhor levanta a bandeira, é bolsonarista de carteirinha, tem a carteirinha, é só bolsonarista ou não, é isso?
[Ricardo Nunes]: Eu sou ricardista, trabalhei muito para ter o apoio do presidente Bolsonaro, estou grato e feliz por ter o apoio do presidente Bolsonaro. Você não vai achar em nenhum momento da minha história, das minhas publicações, das minhas entrevistas a vocês fazendo crítica ao presidente Bolsonaro, pelo contrário, muitas vezes eu coloquei a gratidão por aquilo que o presidente Bolsonaro fez para a cidade, que foi a gente, numa negociação, acabar com a dívida de 25 bilhões de reais. Já o Pablo, a gente vê uma série de vídeos dele e o passado criticando. Então, o que é importante nessa história toda, eu acho, Fabíola? A gente nunca vai concordar 100% dos nossos posicionamentos, até isso é o bonito da democracia, você vai pensar de um jeito ou de outro.
[Fabíola Cidral]: Dos nossos posicionamentos, sim, dos outros, não.
[Ricardo Nunes] Dos outros, não. Agora, o que a gente precisa ter, eu acho, na minha avaliação, é um critério, é que todas as posições, elas não sejam mudadas de acordo com aquele melhor momento. Eu vou ter, e vocês vão poder perceber isso, sempre o meu posicionamento igual o tempo todo.
[Carolina Linhares]: Prefeito, eu achei aqui um momento em que o senhor criticou o Jair Bolsonaro, queria trazer. Quando o Bruno Covas morreu, o Jair Bolsonaro era o presidente da República, o Jair Bolsonaro demorou mais de sete horas para manifestar o seu pesar pela morte do prefeito da principal cidade do país. Em seguida, meses depois, ele se referiu ao Bruno Covas como "o outro que morreu". Na ocasião, o senhor disse que a fala dele era agressiva, desnecessária, desleal, com quem não pode se defender e com quem agiu corretamente na pandemia. O senhor defendeu o Bruno Covas em relação à pandemia e criticou, consequentemente, a ação do Bolsonaro na pandemia. Não é uma desfeita muito grande com o prefeito Bruno Covas o senhor se unir justamente com o Jair Bolsonaro?
[Ricardo Nunes]: Olha, Carolina, o prefeito Bruno Covas, que é a pessoa assim que eu tenho como o maior líder político pela sua história de vida, pela relação que a gente desenvolveu como o amigo, por ele ter me escolhido como vice, por nós termos trabalhado juntos. Até, eu falei aqui, nunca fiz nenhuma crítica de posicionamentos do presidente Bolsonaro. Com relação a isso, um comentário pessoal, obviamente. Eu não tenho que concordar tudo com o presidente Bolsonaro e não concordo, como o presidente Bolsonaro, não precisa concordar tudo comigo e não concorda. A gente não tem 100% dos pensamentos iguais, a gente não tem nem com as pessoas mais próximas, cada um tem um pensamento. Agora, nós estamos vivendo um momento político onde é de fundamental importância que a gente vença essa extrema esquerda. De alguém que eu acabei de falar aqui. Que invade patrimônio público, que faz uma agressão assim absurda aos seus adversários, que fez a legalização da rachadinha, ele como relator lá do processo disciplinar do deputado Janones, ele fez com que a rachadinha se tornasse legal, uma coisa absolutamente ilógica, quer dizer, um risco para a cidade ter alguém agressivo, invasor, depredador, que valida a rachadinha e fala isso como se fosse normal.
[Carolina Linhares]: Prefeito, e se o senhor vencer o Guilherme Boulos, chegando lá, tendo vencido o Guilherme Boulos com a coligação que o senhor tem, com o apoio do Jair Bolsonaro, o Tarcísio sabe bem disso, o bolsonarismo cobra a fatura. Se o senhor vencer com o apoio do Bolsonaro, qual é a parte da gestão, da sua nova gestão, que o senhor vai entregar para o bolsonarismo? É a saúde? É a educação? É a cultura? O bolsonarismo vai governar o que em São Paulo, se o senhor vencer?
[Ricardo Nunes] Carol, o presidente Bolsonaro não me pediu absolutamente nada com relação ao espaço de governo. Eu te dou a minha palavra, a minha palavra com relação a isso. As vezes que eu conversei...
[Carolina Linhares]: Não pedir não significa não cobrar depois.
[Ricardo Nunes] Não, mas não existe. O que acontece? Eu vou montar o governo, logicamente, se vier contribuições dos partidos, que isso é natural do processo da política, a gente tem que ter transparência, não adianta a gente querer ficar com inverdade, tem que ser transparente. Na montagem do novo governo, que também não deve nem mudar tanto, porque está dando certo, a gente vai receber sugestões. O presidente Bolsonaro fez uma indicação do vice, que é o coronel Mello. Tantos outros fizeram indicações. Numa forma democrática, porque no nosso processo não foi alguém que falou, vai ser esse e acabou, não. Uma forma democrática, a gente foi fazendo o processo, os partidos foram participando e dando a sua conclusão, que culminou numa decisão unânime de apoio ao nome do coronel Mello. Num processo democrático. Não houve, por exemplo, imposição com relação a isso, até porque eu não aceitaria. E o presidente Bolsonaro sabe disso. Agora, foi uma boa contribuição o nome do coronel Mello, para ser o meu vice, né.
[Raquel Landim]: Prefeito, eu queria voltar na pergunta da Carol. O senhor estava respondendo que o senhor discordava do presidente Jair Bolsonaro em relação ao Bruno Covas, mas que era preciso derrotar Guilherme Boulos. Para derrotar Guilherme Boulos, então o senhor teve que passar por cima da memória de Bruno Covas?
[Ricardo Nunes]: De jeito nenhum.
[Raquel Landim]: O que o senhor quis dizer, então?
[Ricardo Nunes] Raquel, tem algumas coisas que eu acho que a gente precisa ter um pouco de cuidado, se você me permite. Falar da memória do Bruno é algo que me toca bastante. Eu já tive, vocês sabem muito bem o quanto eu sou respeitoso com todos da imprensa. Teve uma situação, por exemplo, do Datena, que uma vez eu liguei para ele. Falei: "Datena, respeita a memória do Bruno. Você quer me atacar, tudo bem, mas de uma forma respeitosa. Mas não é justo. Ele não está aqui para se defender, não está aqui para falar". Então acho que a gente precisa tentar separar um pouco a questão das nossas questões políticas com a questão da memória de uma pessoa que eu amo tanto. Outro dia eu recebi a mãe do Bruno, ontem eu estava com o Tomás Covas. Então tem uma relação de sentimento, de coisa com relação à memória do Bruno. Se vocês puderem concordar comigo, a gente?
[Raquel Landim]: Deixa eu perguntar, então, para o senhor de casos concretos das investigações. O senhor minimizou o indiciamento de Jair Bolsonaro no caso das joias pela Polícia Federal. Diz que teve outros casos que não acabaram em nada, como, por exemplo, o da Baleia Jubarte. Queria perguntar do caso da Abin paralela. Neste caso, Jair Bolsonaro é investigado por montar ali dentro Abin, ele e outros, um esquema para investigar adversários políticos, para investigar jornalistas, para investigar até o presidente da Câmara. Se isso ficar comprovado, prefeito, o senhor concorda com isso? O senhor ainda vai querer o apoio dele?
[Ricardo Nunes]: Eu não concordo, obviamente. Obviamente não concordo. Agora, aquilo que eu falei aqui no começo. Estamos completando 30 anos do caso da 'escola base' [de calúnia contra donos de uma escola] Precisa esperar. Nós estamos no Estado Democrático de Direito, que é o nosso maior patrimônio, o regime que a gente vive. E esse regime, ele prevê, inclusive, a presunção de inocência. É necessário, Raquel, a gente ter cautela com essas questões. O que eu comentei lá? Teve o caso da baleia, aí sai tudo na imprensa, aí vai depor, não tinha nada a ver a importunação. Depois, sai o caso de que havia roubado os móveis do Palácio do Planalto. Aí depois, sai na imprensa que sumiram os móveis. Aí depois, 'ah, não subiram os móveis'. Aí depois o caso de que foi na embaixada, de que o presidente estaria cometendo uma ilegalidade. Aí sai em toda a imprensa. As pessoas, se você beliscar assim, dói, têm sentimento. Imagine ser bombardeado para depois acabar descobrindo que não houve nenhuma ilegalidade. Então, em todos os casos, até respeitando o nosso estado democrático de direito, tem um processo legal, vai se defender, vai colocar, acho que a gente vai ter o tempo correto de fazer essa análise. Tem situações, o presidente Lula foi condenado em primeira, segunda instância por órgão colegiado. Hoje é o presidente. Então, acho que essas questões, é algo que me preocupa bastante, sabe, Raquel, de a gente poder ter o tempo mais correto para poder fazer um posicionamento.
[Fabíola Cidral]: Voltando para São Paulo, o senhor falou sobre o Bruno Covas, sobre o PSDB e falou agora sobre Datena. O PSDB lançar a pré-candidatura do Datena é uma traição? O senhor se sente traído?
[Ricardo Nunes]: Eu não diria traição, mas eu acho que é uma injustiça. Injustiça. E por que eu acho que seria uma injustiça? Logicamente, meu ponto de vista, respeitando os demais pontos de vista. O Bruno não poderia disputar a reeleição. Eu fui um vice escolhido pelo Bruno.
A tendência já seria natural de que eu fosse o candidato agora, apoiado pelo Bruno Covas. O governo, que o Bruno e eu constituímos, não mudou praticamente nada. Teve pequenas alterações, que é natural. Se o Bruno estivesse aqui, também teria. Todos os prefeitos fazem alterações durante o processo.
Você pega o secretário de governo, pega o secretário da saúde do PSDB, o secretário da justiça do PSDB, o secretário do trabalho do PSDB, o secretário da educação do PSDB. Como que o PSDB fará uma crítica ao governo que ele tem predominância?
Então, eu só acho que é preciso ter, Fabíola, sempre coerência. Quando você foge da coerência, não se justifica e você faz?
[Fabíola Cidral]: ?Mas o que aconteceu no meio do caminho? Quando o senhor fala que o PSDB está em peso no seu governo, como o senhor mesmo falou. O que aconteceu aí? Por que não houve uma negociação com o PSDB? O senhor tenta ainda ter o Datena dentro do apoio político? O senhor ainda pretende ter o apoio do PSDB ou não?
[Ricardo Nunes]: Pretendo ter o apoio do PSDB.
[Fabíola Cidral]: Isso está sendo negociado, ainda tem chance?
[Ricardo Nunes]: Sempre tem chance. Sempre, até os últimos momentos existem chances. Se o Datena se confirmar candidato, obviamente que não. Mas se por acaso o Datena não for candidato, eu acho que existe uma grande chance. A base, a militância do PSDB, estão praticamente todas com a gente. A base não mudou. A gente precisa lembrar só que o PSDB teve uma eleição do diretório e houve uma intervenção. Então, todos os diretórios constituídos, a militância, eles continuam com a gente. Eles fizeram um encontro da militância do PSDB, teve a fala do Tomas Covas, teve a fala de grandes lideranças, do Tiago Lobo, enfim, de muitas pessoas, de líderes do PSDB que são lá desde a sua fundação.
A mãe do Bruno [es]eve comigo outro dia e falou assim: "se eles fizeram esse negócio, eu vou me desfiliar". Eu falei: "Renata, fica filiada, porque na frente pode ser que mude isso. Mas a mãe dele falou: "Não, se mudar, eu volto a me filiar", e ela se desfiliou. Então, tudo tem o seu tempo. E agora as coisas, as pessoas estão vendo o que está acontecendo, estão vendo qual é o processo natural, o meu comportamento, como eu fiz questão de manter aquilo que o Bruno e eu montamos, logicamente liderado pelo Bruno todo o processo.
[Raquel Landim]: Prefeito, nesse seu arco de alianças ainda, Milton Leite. O Milton Leite disse em entrevistas que a relação com o senhor está péssima. Os aliados dele, os dirigentes do partido em Brasília ficam conversando com o Pablo Marçal. Agora ele declarou que não descarta até apoio a Guilherme Boulos, porque tem ministros do União Brasil dentro do governo. O senhor ainda quer o apoio dele, quer a União Brasil na sua aliança?
[Ricardo Nunes]: Eu quero, obviamente.
[Raquel Landim]: Por que?
[Ricardo Nunes]: A minha relação com a Câmara Municipal de São Paulo é muito boa. Com o Milton Leite, a nossa relação institucional é ótima. No último dia de sessão, antes de entrar em recesso, por exemplo, eles ficaram votando das dez da manhã até uma e meia do dia seguinte. Nós votamos dez projetos do Executivo. Todas as ações que eu precisei para colocar a cidade no desenvolvimento, ser essa cidade de geração de emprego e renda, colocar a cidade em outro patamar financeiro, eu tive o apoio da Câmara Municipal, liderada pelo presidente Milton Leite. Agora, evidentemente, é uma decisão dele.
Eu não tive, por parte do Milton Leite, nenhuma ligação ou pedido de reunião para tratar de algum problema que ele tenha apresentado. Eu fiquei sabendo pela imprensa. O que eu preciso fazer agora? Ele estava viajando, acho que já voltou, sentar com ele e conversar.
Olho no olho, o que está acontecendo? O que a gente precisa resolver? Então, eu.
[Fabíola Cidral]:... O Pablo falou que está quase fechado com a União Brasil.
[Ricardo Nunes]: Falou da alma, que estavam querendo levar a alma dele.
[Fabíola Cidral]: Já tem essa possibilidade de a União Brasil sair e fechar com o Pablo Marçal?
[Ricardo Nunes]: Não, eu estou dizendo que eu escutei o Pablo Marçal.
[Raquel Landim]: O Pablo Marçal disse que a União Brasil está querendo comprar a alma dele. A União Brasil pediu o que para o senhor?
[Ricardo Nunes]: Para mim, não pediu nada. Isso que eu estou te falando. Eu não tive conversa com o presidente Milton Leite depois que saíram as matérias. Eu fiquei surpreso de ver uma conversa pela imprensa.
[Carolina Linhares]: Agora é importante lembrar que o Milton Leite também está envolvido naquela investigação sobre o envolvimento do OPCC com as empresas de ônibus. Os sigilos dele foram quebrados. Quer dizer, não é um aliado muito pesado para o senhor carregar aí na campanha? Porque tem uma série de suspeitas contra ele, né?
[Ricardo Nunes]: Olha, naquela questão dos ônibus, o que a Prefeitura fez, Carol? Nós pedimos à Justiça para atuarmos como testemunha de acusação e a Justiça acatou. Foi eu que pedi há dois anos atrás para a procuradora e o controlador do município e até o Ministério Público pedirem investigação em celeridade.
Está acontecendo. Vamos ver o que vai sair com relação a essa investigação. Do presidente Milton Leite, o que eu já falei na imprensa, é que ele mesmo colocou as contas dele à disposição. Então, como a gente falou desde o começo, eu tenho uma preocupação danada com essa coisa de julgar as pessoas que estão ali em investigação, em algum processo, porque depois você acaba maculando ali a imagem da pessoa.
Eu acho que se ele coloca as contas em disposição, tem uma vida, acho que seis ou sete mandatos. Como o presidente da Câmara votou todos os projetos que o Executivo necessitou, acho que vai ter lá o tempo para frente. O apoio do Milton Leite é super importante, é uma liderança importante,segundo vereador mais votado né
[Fabíola Cidral]: Falando sobre projetos de cidades e projetos de cidade e promessas não cumpridas. Muitas perguntas que chegaram aqui sobre o CEu né, CEU é uma bandeira de Marta Suplicy, que era sua secretária e agora está vice de Boulos. E o senhor prometeu 12 CELs, não entregou nenhum, porque?
[Ricardo Nunes]: Nós temos 58 CEUs. Dos 58, o Bruno entregou 12 CEUs. Os demais, eu estou fazendo a reforma de todos. E com relação ao nosso programa de metas de construir 12...
[Fabíola Cidral]: Ele prometeu 12, não entregou 12.
[Ricardo Nunes]: O Bruno?
[Fabíola Cidral]: É.
[Ricardo Nunes]: Não, entregou.
[Fabíola Cidral]: E o senhor prometeu 12
[Ricardo Nunes]: Então, agora eu vou chegar no ponto. Nós tivemos basicamente um ano desse processo parado no Tribunal de Contas. Então, a burocracia às vezes impede que você consiga ter essa celeridade. O importante é que eu já estou com mais do que isso em obras com recurso reservado.
A gente vai ter inclusive mais do que 12. Não vai dar tempo de inaugurar por conta de que houve essa demora. Então, estou falando aqui, vocês podem checar, vocês acompanham. Como tem sido o meu calvário com relação a colocar as coisas na rua.
Apesar de que a gente tem outras ações importantes para comemorar na educação. Imaginem, Fabíola, uma cidade de 12 milhões de habitantes, que tem vaga de creche para todas as crianças no Brasil
[Raquel Landim]: Isso já vinha, prefeito. Isso já vinha, por exemplo. Queria pegar o dado?
[Ricardo Nunes]: O que que vinha?
[Raquel Landim]: As vagas de creche. Já vinham de outras gestões. Queria pegar o dado, por exemplo, de bibliotecas na cidade De São Paulo.
[Ricardo Nunes]: Não tira isso de mim, não. Nós zeramos a fila de vagas de creche. O Bruno anunciou em 2020 zerar. Nós demos continuidade. Hoje tem 3 milhões e 200 mil crianças no Brasil que não têm vaga de creche. Nenhuma delas mora em São Paulo.
[Raquel Landim]: Mas vamos pegar, por exemplo, a internet. 99% das escolas de São Paulo tem internet, mas só 4% tem na velocidade adequada. Bibliotecas. 24% tem bibliotecas. A média nacional está em 50%. 54%, se não me engano.
[Raquel Landim]: Falta muito para fazer, prefeito.
Sempre vai faltar muito para fazer. E a gente está fazendo. A gente avançou bastante. Nós distribuímos 506 mil tablets para os alunos da rede municipal de educação. 506 mil. Quando a gente distribuiu os 506 mil, o que que nós descobrimos? Que tinham 120 mil alunos que estavam em escolas que não tinham acesso à internet.
Porque a gente deu os tablets, inclusive com chip de acesso à internet. Com conteúdo pedagógico para ele poder usar na sala de aula e extra-sala. O que que eu fiz? Chamei todas as empresas de telefonia. Vivo, claro. Oi. Tinha na mesa. Falei, olha, eu estou com esse mapa. Eu preciso que você me ajude.
São 286 antenas a serem instaladas para a gente ter cobertura de 100%. Era necessário uma votação de uma lei das antenas, porque surgiu a ERB. Chamei o presidente Milton Leite. Fizemos uma reunião. Falei, a gente vota isso aqui. Eu dou um desconto para vocês instalarem essas antenas.
E a gente precisa ter aqui um acordo. Assinamos o acordo para que eles em oito meses instalassem. Hoje nós temos cobertura na cidade toda. A cidade mais rica do Brasil tinha áreas de sombra que não tinha acesso à internet. Então a gente conseguiu avançar bastante. Hoje a gente tem cobertura em toda a cidade.
Equipamentos, os tablets para os nossos alunos. A cidade de São Paulo tem ganhado prêmios e mais prêmios com relação à questão do Smart Cities. Nós estamos fazendo as ações, por exemplo, na área de tecnologia do sistema semafórico inteligente.
[Fabíola Cidral]: Mas o desempenho da rede municipal caiu. Segundo os próprios dados do IDEP, o desempenho dos alunos caiu na sua gestão. O desempenho, eles foram piores. A educação piorou. Esses são os dados.
A gente não tem tantos dados em relação à educação. Esse dado mostra que a educação piorou na sua gestão.
[Ricardo Nunes]: Por isso que a gente está fazendo um grande investimento. Valorizando a questão dos profissionais, dos professores com recuperação salarial. Fazendo com que a gente hoje tenha vaga de crédito para todas as crianças. Colocando tecnologia, os tablets. Fazendo grande investimento na área da educação.
Melhorando a questão, inclusive, de alimentação. Pela primeira vez a gente está colocando no requerido das férias o fornecimento de cestas básicas. Estou distribuindo 430 mil cestas básicas para as crianças da rede municipal de ensino. E, inclusive, tem o requerido nas férias que eu tenho polos onde as crianças podem para lá se alimentar e fazer atividades.
Existe um aumento de investimento. Existe uma valorização dos profissionais. É uma rede grande, 1,8 milhão de alunos. 4.100 unidades escolares. E que, com certeza, por exemplo, essa questão da creche. Uma criança que passa pela creche, ela vai ter 25% a mais de capacidade de assimilar aprendizado lá na frente, por conta da questão da formação do seu cérebro. É isso que a gente está investindo.
[Carolina Linhares]: Mas para a gente falar de outros temas, prefeito. Os adversários do senhor, o senhor falou de metas. O senhor falou que é a cidade mais rica do país. Os adversários do senhor apontam que o senhor é um prefeito que tem muito dinheiro e faz pouco. E a revisão do plano de metas mostra um pouco isso. Porque, apesar do recorde em investimentos, do recorde de caixa, o senhor revisou algumas metas. O senhor vai deixar de entregar 4 terminais que estavam prometidos, 2 BRTs na Avenida Aricanduva, na Radial Leste e 11 piscinões. Por que a prefeitura tem tanto dinheiro e faz pouco?
[Ricardo Nunes]: Não faz pouco, faz muito. Esse ano serão 16 bilhões de investimentos. Ano passado foram 14 bilhões de investimentos. Ano retrasado, 8,5 bilhões. Carol, 8,5 bilhões, 14 bi, 16 bi. Para a gente saber se é muito ou se é pouco, vamos fazer um comparativo. Qual foi o maior investimento que São Paulo já teve fora esses anos? 2020, 4,1 bi. Nós quadruplicamos a capacidade de investimento.
[Carolina Linhares]: Mas para onde está indo esse dinheiro que a população não está vendo?
[Ricardo Nunes]: O maior problema de recape da história da cidade, as ações de combate à enchente. São Paulo hoje, mesmo com a questão de mudança climática, tem um resultado muito melhor. Ainda tem muita coisa para fazer, mas a gente avançou muito na questão de enchentes.
[Raquel Landim]: Mas enchente, por exemplo, a crítica que se faz é que houve a concretagem dos córregos, mas as obras de drenagem não foram feitas. São 4 obras de drenagem, se não me engano.
[Ricardo Nunes]: Nós fizemos, Raquel, 7,6 bilhões [de reais] de investimento em obras de drenagem, contenção de encostas, canalização de córregos, microdrenagem. 7,6 bilhões. Se você somar os últimos 18 anos, não dá o que a gente investiu em drenagem, microdrenagem, em canalização de córregos, contenção de encostas.
[Carolina Linhares]: Mas por que o senhor desistiu dos piscinões? Desculpa a pergunta.
[Ricardo Nunes]: Não desisti. Tanto é que a gente, nesse período de chuva aqui em São Paulo, o período de chuva maior, entre janeiro e março, não tivemos nenhum óbito. Isso é algo que me alegra. Um prefeito que cuidou para que as pessoas pudessem ter segurança. A gente não teve óbito. Diferente do que acontecia antigamente.
Eu queria falar, por exemplo, são tantas e tantas obras, pegar um caso para as pessoas poderem entender. Viela da Morte, Sapopemba. Um morro onde as pessoas construíram as casas, chovia, desbarrancava, por isso chama Viela da Morte. A gente fez toda aquela contenção. E isso foi feito em várias áreas da cidade.
Várias áreas da cidade. 7,6 bilhões nessas obras. Hoje a cidade tem uma situação de que ainda existe ponto de alagamento, mas o retorno é mais rápido. Eu tinha um local que demorava uma hora, duas horas para a cidade voltar. Hoje são minutos. Teve tantos outros locais no mapa de alagamento da cidade que hoje não tem mais alagamentos. Vários locais de enchente que hoje não tem mais. E a gente está continuando a fazer. Piscinões. Por exemplo, Perus. Estou fazendo lá 130 milhões de investimentos em três piscinões em Perus que, em 2019, o Bruno teve que ir para lá porque uma pessoa foi carregada e morreu lá na enchente.
A gente está fazendo o alteamento das pontes. Os piscinões, vai resolver, não vai ter mais alagamento em Perus. Capão Redondo. 170 milhões de investimentos no piscinão do Capão Redondo. A gente vai resolver aquele problema. E chovia, os carros eram arrastados e iam para dentro do rio. Já morreu gente.
[Carolina Linhares]: Mas por que o senhor resolveu relicitar tudo isso? Não vai demorar mais agora?
[Ricardo Nunes]: A questão da relicitação, você pega, por exemplo, a Avenida Santo Amaro. Pegar um caso. Foi assinado em 2016, assinou aquele contrato e não andou, ficou parado. Toda vez que a gente pega uma licitação, a gente faz uma análise técnica. Se aquela licitação compensa, corrigir o valor e tocar ela, se ela fica mais barata.
Se a gente vê que se licitar de novo vai ficar mais barata, a gente licita de novo. E a questão dos piscinões muito foi disso. Tinha erro. Você pega o piscinão aqui, perto do Tribunal de Contas. Estava previsto para colocar o piscinão no estacionamento do Tribunal de Contas. Aí vieram com um valor absurdo. Não compensava. Melhor licitar de novo. Então, a gente sempre opta por uma análise técnica com relação à questão do interesse público, do valor e da questão técnica.
[Raquel Landim]: Você está falando de bilhões em investimentos. Nós vamos falar do cuidado com o dinheiro público. De 2021 a 2023, o senhor contratou 4,9 bilhões de reais em contratos emergenciais. Contratos emergenciais são aqueles feitos sem licitação. Juntos, Kassab, Dória e Bruno Covas gastaram R$ 950 milhões.
Um levantamento feito pelo Uol mostrou que de 307 contratos, 223 têm indícios de combinação de preços. Indícios de combinação de preços, a empresa não se qualificou, poucas empresas se apresentaram.
Combinação de preços, se confirmado, é crime. Como é que o senhor explica isso?
[Ricardo Nunes]: Crime por parte de quem? Da empresa.
[Carolina Linhares]: Mas a gestão não tem que fiscalizar isso?
[Ricardo Nunes]: Lógico, e está fiscalizando. Por isso que a grande contribuição que o Uol deu na sua matéria...
[Raquel Landim] A Prefeitura tem que fiscalizar essa contratação, e ela fez muitos contratos emergenciais sem licitação. O que afrouxa as regras e permite dar mais chance para esse tipo de contratação.
[Ricardo Nunes]: Não afrouxa a regra. As regras são bem postas e estipuladas em lei com relação a questão das emergências. Quanto custa uma vida? Dá para a gente falar? Não dá para falar quanto custa uma vida. Eu acabei de comentar aqui...
[Raquel Landim]: Mas não são todos os contratos emergenciais que a gente está falando sobre vidas, prefeito.
[Ricardo Nunes]: São 90%. São 90%.
[Carolina Linhares]: Mas por que as outras gestões não faziam emergencial então? Então as outras gestões não ligavam para a vida? É isso que o senhor está dizendo?
[Ricardo Nunes]: Não, eu não estou dizendo que as outras gestões não ligavam para a vida. Eu estou dizendo o seguinte, que a gente vive um momento de mudança climática e a gente conseguiu ajustar o caixa da Prefeitura. O Bruno começou um trabalho, dei continuidade à cidade de São Paulo e hoje tem capacidade de investimento. A Fitch, que é a agência internacional que classifica os países, estados e municípios da sua saúde financeira, nos deu a classificação de triple A: alto grau de investimento, baixo de endividamento. A gente ajustou o caixa da Prefeitura com uma série de ações. Não sei se vou ter tempo de falar aqui, seria bacana se eu pudesse falar. Agora, como é que funciona a obra de emergência? Não é o prefeito, não é o secretário que determina. São os engenheiros da Prefeitura de São Paulo, a Defesa Civil, que ao serem chamados vão até lá e fazem um laudo dizendo: 'aqui tem um risco, tem uma casa aqui que ela vai cair e pode morrer gente'.
Vai esperar acontecer? Para eu ser criminalizado por omissão? Não, não. 'Ah, tem uma situação aqui que uma parte da rua despencou e não tem como passar carro.' Então tem que fazer, não dá para esperar ali uma obra ser licitada.
A gente sabe o quanto demora. A gente acabou de falar aqui de BRT, Radial Leste, já assinei o contrato. Ficou um ano parado no Tribunal de Contas.
[Carolina Linhares]: Mas não tem uma solução permanente? O senhor vai ficar fazendo obra emergencial cada emergência que aparecer. A cidade não tem que ter um plano para lidar com esse tipo de emergência climática?
[Ricardo Nunes]: Lógico, por isso que a gente está fazendo. Você quer ver um exemplo concreto, prático? Os viadutos, 1,6 bilhões, obra preventiva para a gente poder recuperar a questão estrutural e funcional dos viadutos. Lembra 2019, 2020, o T5 ali na marginal que colapsou? A gente está fazendo hoje um trabalho preventivo.
[Raquel Landim]: Mas eu estou entendendo a necessidade que o senhor está explicando, mas deixa eu insistir nesse ponto. De 307 contratos, 223 têm indícios de conluio. O que a prefeitura está fazendo para evitar que tenha corrupção dentro da sua gestão?
[Ricardo Nunes]: Essa questão eu pedi na hora, no mesmo momento que a controladoria abriu o procedimento de investigação. E se houver o conluio entre as empresas, porque é bom a gente separar, né Raquel. O que a matéria do UOL, uma boa matéria feita, dizendo o seguinte, que as empresas talvez teriam combinado preço.
Então vai ser apurado e se for comprovado, a prefeitura vai ingressar com a ação contra as empresas. Isso não é da prefeitura de São Paulo. O que tem da prefeitura de São Paulo é atender a comunidade, atender a população, principalmente da periferia. Principalmente, eram vários e vários córregos com barracos caindo dentro do córrego.
A gente fez a contenção, a gente diminuiu. Eu estou te dando um dado muito importante, nas chuvas desse ano, mesmo com a mudança climática, que quer dizer o seguinte, volume maior de água, tempo menor, espaço menor, risco maior. A gente não teve nenhum óbito. Eu fico muito feliz de ser um prefeito que consegui chegar num ponto onde as obras que eu fiz, eu salvei vidas.
[Carolina Linhares]: Agora, prefeito, falando de outras vidas aí, as que estão na Cracolândia, né. A Cracolândia foi cercada recentemente numa ação do senhor com o governador Tarcísio e o fluxo tem aumentado. O senhor vai ser mais um prefeito que passou pela prefeitura sem resolver o problema da Cracolândia?
[Ricardo Nunes]: Ô Carolina Linhares, você é uma das melhores jornalistas que eu conheço. Eu já te falei isso, né. Você, a Raquel e a Fabiola. Não é real, não estou te contradizendo, estou te passando uma informação que eu tenho. Não é real que aumentou o fluxo, pelo contrário. Em 2015 e 2016 tinham 4 mil usuários.
Hoje tem menos de mil. Eu publico todos os dias pra vocês.
[Carolina Linhares]: Comparado com o ano passado pra esse ano, realmente de 2016 pra cá diminuiu.
[Ricardo Nunes]: Diminuiu bastante, do ano passado pra cá também. Eu publico todos os dias e eu disponibilizo pra vocês o link da contagem.
[Raquel Landim]: Prefeito, mas quem está lá no centro sabe. O problema da Cracolândia não foi resolvido.
[Ricardo Nunes]: Não, não foi.
[Raquel Landim]: Por que que o senhor é mais um prefeito, sua gestão está acabando, que não conseguiu resolver o problema da Cracolândia?
[Ricardo Nunes]: Minha gestão não está acabando, está recomeçando, Raquel. A gente?
[Raquel Landim]: Mas foram quase 4 anos entre o senhor e o Bruno Covas. Qual que é o ponto? Por que o senhor é mais um prefeito que não conseguiu resolver o problema da Cracolândia?
[Ricardo Nunes]: Eu vou falar. A Cracolândia é um problema de 30 anos, concorda? Tudo bem? 30 anos? 30 anos. Problema sério, ok? As pessoas são usuárias de crack. Nós temos hoje um trabalho junto com o governo do Tarcísio, temos mais de 2.500 pessoas em tratamento. Nos CAPs, CIADs, comunidades terapêuticas, nos centros de tratamento prolongado.
Hoje tem em torno de mil. Qual que é a questão hoje? E é importante ter essa transparência com as pessoas. Uma pesquisa da Unifesp, não é nem da prefeitura de São Paulo, é da Unifesp. O que que diz? Dessas pessoas que estão lá, 39% estão há mais de 10 anos. E 57% há mais de 5 anos.
Quem está há 5, 7, 10, 15, 20, 25 anos usando crack, tem uma dificuldade de aceitar o tratamento. O que a gente está fazendo? Todos os dias, todos os dias, a nossa equipe da Ciência Social, da Saúde está indo até lá, convencendo para que eles possam ir para o tratamento, o hub que está aberto de tratamento para essas pessoas terem uma porta de entrada.
Existe um trabalho diário de convencimento para eles irem para o tratamento. Paralelo a isso, duas coisas. Qual que é? Polícia em cima de traficante. São centenas, centenas de traficantes presos diariamente. E a outra questão é a reurbanização.
Reurbanizar o espaço. Você viu a Praça Princesa Isabel? Era aquele transtorno. Hoje é uma praça que você vai lá, tem família, criança brincando. Então é uma coisa que eu e o Tarcísio colocamos como meta. Nós vamos todos os dias, ontem foi assim, hoje, amanhã, insistir e trabalhar para resolver aquele problema.
Mas ele não é uma coisa de varinha mágica.
[Fabíola Cidral]: O ex-prefeito Doria chegou a prometer acabar com a Cracolândia. O senhor tem essa ousadia de falar, vou acabar com a Cracolândia numa eventual segunda gestão ou não?
[Ricardo Nunes]: Não. A minha, não diria ousadia, mas a minha responsabilidade, a minha determinação, inclusive porque eu vou lá. Eu entro lá. Antigamente nem entrava. Você lembra que antigamente era assim? Ah, virou o fluxo. Não tem mais virar fluxo
[Fabíola Cidral]: Mas o senhor acha que é impossível acabar com a Cracolândia?
[Ricardo Nunes]: Não, não é impossível.
[Fabíola Cidral]: Mas não se compromete porque acha que é muito difícil.
[Ricardo Nunes]: Porque, eu estou te falando, depende da gente conscientizar as pessoas de irem para tratamento. Esse dado da Unifesp, Fabiola, ele é muito impactante. E quando a gente coloca com transparência para as pessoas os problemas, elas entendem. Falaram, olha, quem está usando crack há 10 anos, você não convence facilmente. Agora, se todos quiserem vagas, eu e o Tarcísio vamos providenciar, tem vaga para todo mundo para tratamento.
[Fabíola Cidral]: Agora, falando de Cracolândia, eu queria falar sobre as pessoas em situação de rua. Os números, eles divergem um pouco. A prefeitura trabalha com mais de 30 mil pessoas em situação de rua. Recentemente teve o levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais, que tem um observatório de políticas para pessoas em situação de rua, e eles falam que quase 65 mil pessoas vivem nas ruas de São Paulo. Hoje é um número. Eu moro no centro de São Paulo, eu trabalho no centro de São Paulo. Eu fico pensando no senhor como prefeito da cidade. Qual é o sentimento que o senhor tem ao andar pelo centro de São Paulo e ver as pessoas largadas nas ruas de São Paulo?
[Ricardo Nunes]: O meu sentimento é quando eu inauguro as Vilas Reencontro, que eu já inaugurei 10, e que eu vou lá e dou a chave para a pessoa e eu choro junto com ela. Porque eu estou junto com ela, dando uma condição, uma dignidade.
[Fabíola Cidral]: O seu sentimento é ao entregar a chave, mas ao ver as pessoas nas ruas, ao senhor ir e voltar da prefeitura todos os dias?
[Ricardo Nunes]: Para mim, Fabíola, é muito caro esse tema das pessoas mais pobres. Para quem veio da periferia tem isso muito mais enraizado, toca muito mais. Só fazendo uma correção, a gente fez o censo em 2021 e eu divulguei para vocês em janeiro de 2022.
E o censo é um material técnico, científico, que realmente tem a contagem das pessoas. 31.880 pessoas em situação de rua. Com o censo, o que eu fiz? Comecei a desenvolver as políticas públicas. Porque a questão das pessoas em situação de rua, isso é uma questão mundial no pós-pandemia.
Todas as grandes cidades do mundo tiveram esse problema de aumento das pessoas em situação de rua. E a gente está fazendo a nossa parte. Eu peguei o censo e falei, o que eu preciso fazer agora? Ah, locais para pessoa com criança, famílias, para idoso, para trans, para...
Enfim, peguei o perfil e comecei a trabalhar. Só de hotel, eu aluguei 4 mil vagas de hotel. 4 mil, hotel com café da manhã, almoço, café da... 4 mil está lá à disposição para vocês conhecerem e verem. Aliás, vários jornalistas já me acompanharam nessas visitas nos hotéis. As Vilas Reencontro, que é uma coisa que eu idealizei, que é uma coisa bacana, que a gente desenvolveu, a Secretaria de Assistência Social. Nós entregamos as vilas, são casinhas de 18 metros quadrados, para as famílias. E ali eles têm o quê? Treinamento, curso profissionalizante...
[Fabíola Cidral]: Por que as pessoas continuam nas ruas?
[Ricardo Nunes]: A gente recebe muita gente constantemente. E tem pessoas que não aceitam sair. É um número que a gente está trabalhando, porque muitos deles?
[Fabíola Cidral] Então há uma ineficiência em conseguir acolher essas pessoas ou convencê-las a sair?
[Ricardo Nunes]: Não existe uma ineficiência. Existe um trabalho gradativo. Quantas vagas tinha, Fabiola, lá em 2016? 15 mil vagas. Hoje eu tenho 26 mil vagas. Nós temos o maior sistema de acolhimento para as pessoas que estão de rua da América Latina. Eu fui visitar o sistema de acolhimento de Lisboa, eu fui visitar de Nova Iorque...
[Fabíola Cidral]: Se tem 26 mil vagas e tem 31 mil pessoas, então falta vaga?
[Ricardo Nunes]: Vaga tem. As pessoas às vezes não querem estar indo. A gente está o tempo inteiro ampliando o número de vagas. Eu peguei, por exemplo, seis prédios da antiga Fundação Casa, que estavam desativados. Fizemos a reforma, tiramos toda aquela coisa de grade, fizemos um ambiente acolhedor e inaugurei as seis.
As vilas reencontro, 4 mil vagas de hotéis. Os CAIS, as repúblicas, que é um outro modelo. Os abrigos, o auxílio reencontro. Olha que interessante, eu mandei para a Câmara o projeto que instituía uma série de ações no pós-pandemia.
A criação da vila reencontro, o auxílio reencontro, a questão do armazém solidário, a questão do cozinha escola. Enfim, quem votou contra? O PSOL. Que coisa, né?
[Fabíola Cidral]: Vamos para o Raul Juste Lores, nosso colunista de cidades. Tem pergunta para o senhor.
[Raul Juste Lores]:
Candidato, o Vale do Anhangabaú continua com todos os seus quiosques fechados. Era a ideia principal de ocupá-lo durante a semana. Mas parece que a concessionária só se importa em fechar o vale para alugar para shows. Quando vai começar a fiscalização desses bens concedidos?
[Ricardo Nunes]: Raul, obrigado pela sua resposta. O Vale do Anhangabaú é uma daquelas ações que a gente tem bastante orgulho da nossa gestão, que um dos pré-candidatos é contra. Que é você poder trabalhar as concessões, trabalhar as PPPs.
[Ricardo Nunes]: Olha o resultado positivo que a gente teve, por exemplo, do Parque Ibirapuera, do Anhembi, da questão dos terminais de ônibus. Muitas ações importantes nessa área de concessão de PPP, que o Vale do Anhangabaú é uma delas, que foi feito no início da gestão em 2021. Ainda era o Bruno Covas, eu era o vice. O processo começou no ano anterior e concluiu ali em 2021. E ficou um período parado por conta da pandemia. A gente está tendo uma série de ativações. Todo dia tem atividades lá, todos os dias. Se a gente for lá hoje, à tarde, à noite, vai ter lá atividade das pessoas cantando, fazendo...
[Fabíola Cidral]: E os quiosques que o Raul perguntou?
[Ricardo Nunes]: É isso que eu ia responder. Dançando, fazendo as ações. Os quiosques, aí é uma coisa que... Precisa ver se a empresa que tem a concessão, ela tem um interesse comercial de fazer aquela ação. Porque existe um problema ali da questão de banheiro. Eles iam construir um banheiro ali no meio do Vale.
[Fabíola Cidral]: Mas é uma área da prefeitura, né? A prefeitura não cobra isso? Olha quanto tempo está parado.
[Ricardo Nunes]: Cobra, tem cobrado. Isso que eu estou te falando. A questão dos quiosques é um problema da questão dos banheiros para você utilizar. Tem uma questão que não podia fazer a utilização por conta de colocar gás. Então existem algumas questões técnicas. Porque seria interessante para a concessão, porque ela ia explorar comercialmente.
Mas é necessário atender critérios técnicos. Eu gosto muito de escutar o Raul, né? Por exemplo, a questão que ele sempre fala do Parque Dom Pedro. Eu me baseei para fazer uma PMI. A gente vai fazer uma grande concessão do Parque Dom Pedro. Ele vai ficar lindo demais. Está disponível na internet para vocês verem, porque o Raul me trouxe essa questão.
[Raquel Landim]: Prefeito, eu queria falar da questão da mulher. A prefeitura de São Paulo informou ao ministro Alexandre de Moraes que realizou quatro abortos tardios, após 22 semanas, no ano de 2024. Dados mostram que no estado de São Paulo todo, 38 mulheres são estupradas por dia. Isso inclui o interior, que é menos violento. É claro que, graças a Deus, nem todo estupro resulta em gravidez, nem toda mulher tem dificuldade para fazer o aborto até 22 semanas. Mas o que eu queria saber é se o senhor investigou as denúncias de que estava sendo negado a essas mulheres a possibilidade de aborto após 22 semanas.
[Ricardo Nunes]: Lógico. O que teve, Raquel, foi uma adequação. Eu até já comentei sobre isso. Técnico dos médicos, do diretor médico, do secretário que é médico, com relação à adequação dos procedimentos. Naquele hospital, a gente havia feito no ano passado 13 cirurgias de endometriose. A gente sabe o tanto que é complicado para as mulheres a necessidade de fazer uma cirurgia dessa e não ter. Então, eles acharam melhor readequar para atender essa questão em outros equipamentos e ali fazer a endometriose. Se a gente saiu de 13, esse ano já passou para mais de 200 cirurgias de endometriose.
Então, mais de 200 mulheres que puderam ser beneficiadas com o local adequado. Porque são eles que tem a capacidade de poder falar assim, olha, eu vou fazer aqui, eu vou fazer ali para dar uma melhor condição, para poder ganhar em volume de atendimento. Então, isso é uma coisa que está superada. O que o ministro Alexandre pedir, a gente vai estar respondendo o tempo inteiro, sem problema.
[Raquel Landim]: Mas onde essas mulheres estavam sendo atendidas então? Se não era naquele hospital da denúncia?
[Ricardo Nunes]: Em outros hospitais. Foi distribuído para atendimento em outros hospitais. A gente tinha, desde a fundação da cidade de São Paulo, 1554 até 2020, quantos hospitais? 20. Quantos tem hoje? 30 hospitais. O Bruno e eu, nós fizemos 10 hospitais. 50% do número de hospitais que demorou quase 500 anos para fazer.
Então, a gente ampliou o número de hospitais. A gente ampliou muito todas as ações de políticas públicas da saúde da mulher.
[Fabíola Cidral]: O senhor é a favor desse PL que criminaliza o aborto após 22 semanas, que coloca o aborto como um crime de homicídio?
[Ricardo Nunes]: Não, eu sou contra o aborto, até pelo meu princípio cristão, sou contra, respeitando aquilo que está instituído em lei. No caso da mulher vítima de estupro, no caso de risco da mulher que está grávida e a morte.
[Fabíola Cidral]: Mas e equiparar o aborto a um crime de homicídio?
[Ricardo Nunes]: Não, eu acho que é um exagero.
[Fabíola Cidral]: Falando de mulher, por que ele escolheu uma vice mulher? Por que escolheu um coronel? Como é que o senhor vê essa questão de diversidade na sua gestão? Hoje na sua gestão tem mulheres, mas não muitas, não é a metade?
[Ricardo Nunes]: Não?
[Fabíola Cidral] Não.
[Ricardo Nunes]: É 53%.
[Fabíola Cidral]: Não é 53% no alto escalão, de secretaria não é. Só se o senhor contar outras secretarias menores, subsecretarias e tudo mais. Mas não é. E também de negros, como é que o senhor pretende ampliar a diversidade numa eventual segunda gestão e por que não uma vice mulher?
[Ricardo Nunes]: A questão da decisão da vice é uma decisão conjunta. Tinha várias mulheres que estavam sendo colocadas ali. E no final das contas, numa decisão de vários partidos, das lideranças, acabou optando pelo coronel.
[Fabíola Cidral]: É exigência do Bolsonaro, de ser o coronel?
[Ricardo Nunes]: Não, não foi exigência. O Bolsonaro nunca fez nenhuma imposição com relação a isso. Ele colocou o nome como ele tem o direito de colocar, como outros partidos colocaram outros nomes.
[Fabíola Cidral]: O senhor não fez questão de ser uma mulher, não exigiu isso?
[Ricardo Nunes]: Não, não fiz essa exigência. Agora, 53% é o número de mulheres na alta gestão do meu governo. Você falou de negras. Olha quantas mulheres...
[Fabíola Cidral] Secretárias, o senhor só tem oito mulheres. De 27 secretarias.
[Ricardo Nunes]: Mas no alto escalão, Fabíola...
[Fabíola Cidral]: Não é 50%. Tem que falar a verdade.
[Ricardo Nunes]: Tem que falar a verdade.
[Fabíola Cidral] : Porque uma coisa é você ser secretário municipal. Outra coisa é você ser chefe de gabinete, você ser...
[Carolina Linhares]: Eu queria falar do seu vice. O senhor mencionou o vice. Ele deu uma entrevista em 2017. Isso está sendo muito relembrado por todos os adversários do senhor. E é interessante a aspa dele quando ele compara a polícia nos Jardins e a polícia na periferia.
Ele diz que é uma outra realidade e são pessoas diferentes. Se o policial abordar a pessoa na periferia da forma que ele aborda nos jardins, ele vai ter dificuldade, ele não vai ser respeitado. E se ele agir nos Jardins como na periferia, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa dos Jardins.
Essa vai ser a tônica da gestão com o Ricardo Mello Araújo vice? Quer dizer, a prefeitura vai ser uma para os Jardins e vai ser outra para a periferia?
[Ricardo Nunes]: A prefeitura vai continuar fazendo o que ela está fazendo, que é dar uma atenção muito maior para a questão periférica. Pela primeira vez na história, Carol, eu coloquei no PPA, que é o nosso programa plurianual, um artigo que diz o seguinte, que parte dos investimentos devem ser direcionados para as regiões de maior vulnerabilidade.
Isso é inédito. Muita gente fala de recursos para a periferia, eu coloquei na lei. Se você pegar das obras hoje, tem 1.800 obras acontecendo hoje na cidade. São 1.425 acima de 500 mil reais, acima de meio milhão de reais.
[Carolina Linhares]: Mas o senhor concorda com essa frase dele?
[Ricardo Nunes]: Eu já fiz mais de 5 mil obras, praticamente 5 mil obras entregues. Olha o que a gente está fazendo nessa cidade. A maioria é na periferia de São Paulo. O coronel Mello, ele não tem nenhum processo, ele dirigiu a Rota durante dois anos sem nenhum processo. Todos arquivados, é de uma vida limpa e ilibada.
Foi para a Ceagesp, acabou com a corrupção, com a exploração sexual infantil, com o crime organizado. Hoje está respondendo só um processo de um senador, do Giordano lá, que diz que ele falou que ele era corrupto. O que aconteceu?
Olha como o vice, é importante conhecer o nosso vice. Esse Jordano nem era senador, ainda foi lá atrás do Mello, que ia por uma empresa para prestar o contrato de lixo.
Aí o Mello colocou ele para correr, entendeu? Então ele está respondendo o processo porque colocou um cara que queria... E a gente sabe a história do tal do Giordano. É esse cara que eu quero, que quando chega alguém com gracinha, põe para fora para correr. A gente precisa ter isso.
O que eu falei com o coronel Mello? Para poder entender, ele falou assim, 'olha, eu fui mal interpretado, eu sou um cara muito simples', se você ver a roupa que ele anda, outro dia ele foi comigo no evento, muito simples. É um cara que vive da aposentadoria verdadeiramente, humilde, muito humilde. Ele, a mulher e os dois filhos. É uma boa pessoa, é um cara correto, é um cara honesto. E ali ele fez uma fala que foi mal colocada.
[Raquel Landim]: Prefeito, eu queria falar de um episódio que foi muito explorado na campanha passada. O senhor era o vice e nem tinha tanta oportunidade de falar disso. Na campanha passada foi muito explorado que a sua mulher registrou um boletim de ocorrência no período em que vocês estavam separados, dizendo que o senhor tinha agredido ela verbalmente e feito ameaças. O senhor agrediu verbalmente e fez ameaças à sua esposa?
[Ricardo Nunes]: Raquel, primeiro eu queria te colocar com muito respeito a minha indignação por esse tipo de colocação. Mas com muito respeito mesmo. Você sabe o tanto que eu sou respeitoso. Eu acho que vocês?
[Fabíola Cidral] É que não foi uma colocação, foi uma pergunta.
[Raquel Landim]: É, foi uma pergunta. Não é uma colocação minha
[Ricardo Nunes]: Não, não a você. Eu estou falando do contexto.
[Raquel Landim]: Estou abrindo oportunidade do senhor para falar disso.
[Ricardo Nunes] Até porque a Fabíola entrevistou o Bruno Covas nesse período, foi questionado e o Bruno explicou.
[Raquel Landim]: Nós temos o boletim de ocorrência, foi uma reportagem que foi feita e estou dando oportunidade para o senhor para falar do assunto.
[Ricardo Nunes]: Não, é isso que eu estou falando. Eu acho que é uma irresponsabilidade trazer uma coisa dessa. A Regina já falou que ela não fez. Ela contratou um advogado. Eu até separei o material para te entregar. Posso pegar?
[Fabíola Cidral]: Depois a gente pega, não tem problema, prefeito. Depois a gente pega.
[Ricardo Nunes]: A Regina contratou um advogado. O advogado entrou com uma petição falando que queria então esse boletim de ocorrência assinado. Veio a resposta da delegacia que não existe esse boletim de ocorrência.
[Carolina Linhares]: Esse boletim de ocorrência existe, prefeito. Nós temos ele aqui. Eu posso ler para o senhor ele na íntegra, se o senhor quiser.
[Ricardo Nunes]: Carol, eu vou te dar um documento onde a delegada diz que não existe esse documento lá. Existe uma portaria da Polícia Civil de que se você for lá fazer um boletim de ocorrência, numa situação dessa, você assina o boletim. Ele não tem lá. Colocaram no sistema. Eu estou te falando. Isso é algo que machuca. É um desrespeito à minha mulher. São 27 anos. 27 anos. Não cometa uma injustiça dessa.
[Raquel Landim]: Não, não. Deixa a gente esclarecer. Então deixa a gente esclarecer. Você está dizendo que esse boletim de ocorrência é forjado?
[Ricardo Nunes]: Eu estou dizendo que a minha esposa, que eu tenho? nós estamos juntos há 27 anos. 27 anos. Eu tenho três filhos. Eu tenho um neto. Sabe? Usar um negócio desse é algo? é repudiante uma coisa dessa.
[Raquel Landim]: Mas esclarece, prefeito.
[Ricardo Nunes]: Eu estou esclarecendo.
[Raquel Landim]: Foi forjado o boletim de ocorrência?
[Ricardo Nunes]: O Bruno Covas, em 2020, já esclareceu para a Fabíola lá no ar. Eu já falei isso várias vezes. Eu estou te dando um documento. Eu estou te dando um documento.
[Raquel Landim]: É nosso papel perguntar.
[Ricardo Nunes]: Mas o papel também é a gente não fazer o uso da exposição por algo que machuca as pessoas.
[Raquel Landim]: A pergunta é: o boletim de ocorrência é forjado?
[Ricardo Nunes]: É óbvio que é forjado. Eu vou te entregar um documento onde a minha esposa, Regina, contratou um advogado. Ele peticionou na delegacia para poder pegar o documento e fazer o exame grafotécnico. Grafotécnico. Qual foi a resposta? Eu vou te entregar aqui. A resposta foi: não existe esse boletim de ocorrência aqui. Ele físico.
[Carolina Linhares]: Prefeito, em 2020, no dia 15 de outubro, a?
[Raquel Landim]: Prefeito, aqui é uma entrevista. Deixa eu só pontuar. Aqui é uma entrevista. Só um minutinho, Carol.
[Carolina Linhares]: A Regina falou para a Folha de São Paulo, em uma nota assinada de próprio punho, 15 de outubro de 2020. "Sobre o boletim, eu estava num momento difícil, muito sensível, e acabei dizendo coisas que não são reais". Ela não disse que ela não fez o boletim. Ela confirma que ela fez o boletim. Em 2020, uma nota assinada de próprio punho para a Folha de São Paulo, 15 de outubro. Ela nunca disse que ela não fez esse boletim. Por que o senhor está dizendo isso agora?
[Ricardo Nunes]: Eu não estou dizendo, é ela que está dizendo. Como é lamentável vocês fazerem uma coisa dessa. Isso é um desrespeito [ininteligível] de vocês mesmo. Isso é um desrespeito com ela mesmo.
[Carolina Linhares]: A gente só está querendo esclarecer, prefeito.
[Ricardo Nunes]: Mas eu estou esclarecendo. Eu vou te dar um documento assinado de algo que a oposição usou contra mim de uma forma covarde. 27 anos. 27 anos, vocês conhecem ela. Ela anda comigo nas agendas, vocês veem o trabalho social que ela desenvolve. A Regina veio do Jardim Ubirajara [bairro da zona sul de São Paulo], do Parque Santo Antônio, da periferia que nem eu. O pai dela era cobrador de ônibus. A dona Rita, a mãe dela, trabalhava numa escola como inspetora de alunos de uma escola.
[Raquel Landim]: Prefeito, vou fazer uma pontuação importante aqui.
[Ricardo Nunes]: Gente, vamos respeitar um pouco a história das pessoas. Não utilizar isso.
[Raquel Landim]: Vamos fazer uma pontuação importante aqui. Prefeito, vamos fazer uma pontuação importante aqui. Aqui não existem candidatos, ninguém está utilizando isso.
[Ricardo Nunes]: Mas já foi esclarecido.
[Raquel Landim]: Aqui somos entrevistadores e estamos fazendo perguntas sobre dúvidas pertinentes que a população tem e dando o direito para o senhor falar. Fabiola, segue.
[Fabíola Cidral]: Eu acho que só é importante isso. Aqui é uma questão que vai aparecer novamente, senhor já tem que se preparar para isso.
[Ricardo Nunes] Mas é injusto, né, Fabiola?
[Fabíola Cidral]: Não é injusto, é uma pergunta.
[Ricardo Nunes]: É uma coisa que?
[Fabíola Cidral]: Eu imagino que deve ser muito desconfortável. Como deve ser muito desconfortável uma mulher ser violentada. É muito desconfortável. É insuportável uma mulher ser violentada.
[Ricardo Nunes]: Lógico, lógico.
[Fabíola Cidral]: Então é uma questão que tem que ser perguntada principalmente por nós, mulheres. É o nosso papel.
[Ricardo Nunes]: Da minha parte, nunca. Muito pelo contrário, sempre tive o maior respeito com todas.
[Fabíola Cidral]: A violência contra a mulher é um dos assuntos mais graves do nosso país. Ela acontece todos os dias.
[Ricardo Nunes]: Concordo. Por isso que eu reforcei todas as ações?
[Fabíola Cidral]: Pode ser da periferia, pode ser na elite, pode ser na política, pode ser no jornalismo. Ela acontece. Ela precisa ser perguntada.
[Ricardo Nunes]: Precisa.
[Fabíola Cidral]: E os gestores públicos precisam saber responder isso. E até adotar políticas públicas para que essa redução contra a violência diminua. É muito importante. É isso.
[Ricardo Nunes]: É o que eu tenho feito. Eu reforcei o programa Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana. A gente fez a lei do Não se cale [Lei criada em 2023, que estabeleceu protocolos de combate à violência contra a mulher]...
[Fabíola Cidral] Não, é só para esclarecer, prefeito, que não é uma coisa pessoal. É uma coisa que tem que ser perguntada. Bom, mas vamos lá. A gente até ultrapassou o tempo aqui, mas eu acho que é um assunto importante. E a gente conseguiu conversar sobre isso. Vamos para o pinga-fogo, o pingue-pongue da nossa reta final, da nossa entrevista.
[Ricardo Nunes]: Vocês trazerem isso é [ininteligível]
[Fabíola Cidral]: Vamos lá. Essa do aborto, o senhor já falou. O senhor é contra a descriminalização do aborto, né?
[Ricardo Nunes]: [Acena positivamente com a cabeça]
[Fabíola Cidral]: O senhor é a favor ou contra a descriminalização da maconha?
[Ricardo Nunes]: Contra.
[Ricardo Nunes]: Vai cumprir o mandato de quatro anos?
[Ricardo Nunes]: Integralmente.
[Fabíola Cidral]: É a favor da internação compulsória para dependentes químicos?
[Ricardo Nunes]: A favor.
[Fabíola Cidral]: Cobrança de mensalidade em universidades públicas? Contra ou a favor?
[Ricardo Nunes]: A favor. Cobrança de mensalidade?
[Fabíola Cidral]: Em universidades públicas.
[Ricardo Nunes]: Não, contra a cobrança. Tem uma discussão com relação a pessoa que é rico, que tem dinheiro para pagar, que ajudaria. No caso dos ricos, que poderiam pagar sim.
[Fabíola Cidral]: É a favor de educação sexual nas escolas?
[Ricardo Nunes]: Contra. A rede municipal de educação tem crianças de 0 a 14 anos. Para a rede municipal é importante você ter? no ensino médio, essa discussão é de fundamental importância. Eu estou respondendo do que é prefeitura, tá?
[Fabíola Cidral]: É a favor de multar para quem doa comida para pessoas em situação de rua?
[Ricardo Nunes]: Contra, pelo amor de Deus. Eu estou fazendo o maior programa de segurança alimentar da história da cidade.
[Fabíola Cidral]: É a favor de câmeras no uniforme da guarda civil metropolitana?
[Ricardo Nunes]: Eu sou a favor de câmeras. Eu estou fazendo um Smart Sampa [programa de monitoramento em locais públicos], são 20 mil câmeras para a cidade.
[Fabíola Cidral]: Mas no uniforme da GCM?
[Ricardo Nunes]: Não tem necessidade. Do jeito que fiz, não tem necessidade..
[Fabíola Cidral]: Então é contra. É a favor da posse e porte de armas para cidadãos comuns?
[Ricardo Nunes]: O que está previsto em lei, sim.
[Fabíola Cidral]: A favor da privatização da Sabesp?
[Ricardo Nunes]: A favor.
[Fabíola Cidral]: Ampliar a tarifa [zero] do transporte público? O senhor tem aos domingos. Pretende ampliar isso para todos os dias?
[Ricardo Nunes]: É um sonho.
[Fabíola Cidral]: É a favor da terceirização na área da educação?
[Ricardo Nunes]: Sim. A gente zerou a fila de creche por conta desse trabalho importante.
[Fabíola Cidral]: Três metas que vão constar no seu plano de metas.
[Ricardo Nunes]: Três metas. Desenvolvimento econômico, fundamental. A gente conseguiu elevar, estamos batendo o recorde de emprego na cidade. O desenvolvimento econômico é fundamental. Ampliação do ensino de período integral. Foi um dos temas mais discutidos nesse nosso processo do Fala Aí. Vieram mais de 20 mil pessoas discutir o plano de governo.
Essa ampliação é fundamental. E algo que eu preciso dar continuidade que eu já estou fazendo. Que é a urbanização de favelas.
[Fabíola Cidral]:Redução de velocidade nas marginais de 90 a 70 km por hora. Contra ou a favor?
[Ricardo Nunes]: Contra.
[Fabíola Cidral]: Qual é o maior político brasileiro?
[Ricardo Nunes]: Bruno Covas.
[Fabíola Cidral]: Uma qualidade e um defeito seu?
[Ricardo Nunes]: Eu sou um homem de fé e leal. Defeito? Acho que teimoso.
[Fabíola Cidral]: Prefeito, muito obrigada por estar aqui na nossa sabatina.
[Ricardo Nunes]: Eu que agradeço.
[Fabíola Cidral]: Bom trabalho, boa campanha. E a gente se encontra no debate que vai acontecer aqui mais uma vez co o UOL e a Folha.
[Ricardo Nunes]: Obrigado. Um abraço a todos.
[Raquel Landim]: Muito obrigada pela entrevista, Prefeito.
[Fabíola Cidral]: Muito obrigada pela presença, Raquel e Carol. Lembrando que amanhã nesse mesmo horário teremos aqui Datena. O pré-candidato do PSDB confirmou já a presença. Estará aqui às 10 horas da manhã também para essa sabatina.
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