Maluf, Doria e Marçal: veja os 10 mais ricos a tentar a Prefeitura de SP
Candidato a prefeito de São Paulo este ano, Pablo Marçal (PRTB) é o mais rico a disputar o cargo em 2024. A fortuna de R$ 169 milhões do influenciador rivaliza com outros candidatos milionários que já disputaram a cadeira de prefeito da capital mais rica do país neste século, como Paulo Maluf (PP), João Doria (sem partido) e José Luiz Datena (PSDB).
O que aconteceu
O UOL pesquisou o patrimônio declarado por todos os candidatos a prefeito de São Paulo desde a eleição de 2008. A eleição municipal de 2004, a primeira do século, não entrou na conta porque o site da Justiça Eleitoral com esses dados, o Divulgacand, não disponibiliza os bens dos postulantes daquela campanha. Procurado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não informou o motivo.
O valor total dos bens declarados por cada candidato foi corrigido pela inflação. O UOL utilizou o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE.
João Doria é o mais rico. Quando se candidatou —e venceu— em 2016, Doria informou patrimônio de R$ 179,7 milhões, que corrigido pela inflação chega a R$ 266,9 milhões atualmente. Esse patrimônio é quase R$ 100 milhões superior ao de Marçal, o segundo no ranking.
O patrimônio de Doria era formado principalmente pela propriedade de empresas. A D. Empreendimentos, por exemplo, valia R$ 37,5 milhões na época, enquanto a Doria Administração de Bens valia R$ 34,6 milhões. Ele também tinha um Porsche Cayenne que custava na época R$ 378 mil, obras de arte avaliadas em R$ 30 milhões e três mansões no Jardim América, um dos bairros mais ricos da cidade, na zona oeste. A mais cara delas era avaliada em R$ 12,4 milhões.
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Pablo Marçal aparece em segundo lugar no ranking. Após declarar patrimônio de R$ 193,5 milhões este ano, ele retificou a informação para R$ 169,5 milhões. Seus bens são formados principalmente por aplicações bancárias, como os R$ 49,4 milhões em uma conta no Itaú, e participação em empresas, como R$ 80 milhões na Aviation Participações. Ele não menciona a propriedade de veículos e casas. Informa, apenas, a posse de um terreno em um residencial de luxo no Tamboré, na Grande São Paulo, no valor de R$ 4,9 milhões.
Paulo Maluf é o próximo. Candidato em 2008, o prefeito na década de 1990 declarou patrimônio de R$ 39,1 milhões naquele ano, valor que corrigido chega a R$ 96,4 milhões atualmente. Na época, informou possuir uma fatia de R$ 23,3 milhões da Pasama Participações, uma das controladoras da Eucatex, produtora de chapas de fibra. Tinha também um Porsche ano 79 avaliado na época em R$ 43,7 mil, um prédio residencial nos Jardins de R$ 1,3 milhão e R$ 5,9 milhões em uma conta bancária.
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A eleição deste ano tem outro milionário no ranking. O apresentador José Luiz Datena declarou R$ 38,3 milhões. Além de um imóvel em Goiás avaliado em R$ 6,1 milhões, disse ter um apartamento de R$ 3,2 milhões em Florianópolis e um terreno no Tamboré de R$ 800 mil. Seu principal patrimônio, no entanto, são investimentos em planos de previdência: R$ 25,7 milhões.
Marta Suplicy (PT) era outra milionária na eleição de 2008. Na época, declarou R$ 10,4 milhões, que atualizados pela inflação chegam a R$ 25,5 milhões. Ela informou como principais bens aplicações bancárias de R$ 6,2 milhões e uma casa no Guarujá, no litoral paulista, de R$ 1,4 milhão. Hoje candidata a vice-prefeita, Marta declarou R$ 14,1 milhões este ano, com direito a brinco de diameante e faqueiros.
Gabriel Chalita (sem partido, então no PMDB) declarou patrimônio de R$ 11,5 milhões em 2012. Após correção inflacionária, o valor equivale a R$ 23 milhões em 2024. Seu principais bens eram um fundo de investimento de R$ 4,7 milhões e um apartamento em Higienópolis avaliado em R$ 4,5 milhões na época.
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Ricardo Young (Rede) vem na sequência, com R$ 8,8 milhões declarados em 2016. O patrimônio equivale a R$ 13 milhões em valores atualizados. Ele tinha aplicações no Itaú de R$ 2,1 milhões, ações de 734,6 mil e um imóvel de R$ 1,7 milhão no Jardim Paulista, na zona oeste.
Gilberto Kassab (PSD) tinha R$ 5,1 milhões em 2008, quando se elegeu prefeito pelo DEM. Esse valor equivale a R$ 12,5 milhões em 2024, o oitavo do ranking. Ele tinha R$ 172 mil em aplicações financeiras, R$ 3,8 milhões em quotas de empresas e um apartamento avaliado na época em R$ 744 mil.
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Outra candidatura no ranking disputa a prefeitura em 2024. Marina Helena (Novo) informou R$ 9,7 milhões em patrimônio. Ela tem dinheiro aplicado em fundo de investimento (R$ 585 mil), aplicação em renda fixa (R$ 928 mil), um apartamento de R$ 381 mil e seu principal bem: uma casa de R$ 7,6 milhões em bairro não informado.
José Maria Eymael (DC) era o segundo candidato mais rico em 2012. Na época, declarou R$ 4,6 milhões, que atualizados equivalem a R$ 9,2 milhões este ano. Na época, tinha um Mitsubishi Pajero avaliado em R$ 142 mil, R$ 1,4 milhão em "créditos a receber de empréstimo" e aplicações de R$ 1,9 milhão em renda fixa.
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Outros milionários
Mais candidatos milionários tentaram se eleger prefeito entre 2008 e 2024. Veja quem são:
2024
- Bebeto Haddad (DC): R$ 6,9 milhões
- Ricardo Nunes (MDB): R$ 4,8 milhões
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2020
- Felipe Sabará (Novo): R$ 6,6 milhões
- Marina Helou (Rede): R$ 2,9 milhões
- Celso Russomanno (Republicanos): R$ 2,3 milhões
- Andrea Matarazzo (PSD): R$ 1,9 milhão
- Levy Fidelix (PRTB): R$ 1,2 milhão
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2016
- João Bico (PSDC, hoje DC): R$ 6,5 milhões
- Celso Russomanno (PRB, hoje Republicanos): R$ 3 milhões
- Levy Fidelix (PRTB): R$ 1,1 milhão
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2012
- Celso Russomanno (PRB, hoje Republicanos): R$ 4,7 milhões
- José Serra (PSDB): R$ 2,9 milhões
- Miguel Manso Peres (PPL, incorporado pelo PCdoB): R$ 1 milhão
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2008
- Ciro Moura (PTC, hoje Agir): R$ 4,3 milhões
- Geraldo Alckmin (então no PSDB): R$ 1,8 milhão
- Ivan Valente (PSOL): R$ 1,2 milhão
- Renato Reichmann (PMN, hoje Mobiliza): R$ 1,2 milhão
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5 comentários
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Mario Gandra Perelman
E NO EXTERIOR, QUANTO CADA UM TEM?
Jose Carlos Amaral Flinco
Candidatos a prefeitura, cada um mais rico do que o outro, e o eleitor cada dia mais pobre...
Antônio de Pádua Saldanha da Silva
Um grande equívoco do eleitor é votar em empresário multimilionário para cargo público. Com raríssimas exceções (eventualmente há alguns raros bem intencionados), só querem entrar na política para criar condições vantajosas para seus negócios, para ampliar seu patrimônio, seja por via direta, pelos "subsídios" que receberão, seja criando regras (leis) que lhes favoreçam. Via de regra são inimigos do social, do estado e do interesse público. Melhor votar em político profissional, que tenha o mandato como algo importante para o coletivo e, naturalmente, também para si, pois que precise dele.