Toledo: Marçal bate no teto; eleitorado potencial dele chegou no limite

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) bateu no teto em nova pesquisa eleitoral de intenção de voto e seu eleitorado potencial chegou no limite, afirmou o colunista do UOL José Roberto de Toledo durante participação no UOL News 2ª Edição desta quinta-feira (5).

A pesquisa Datafolha divulgada hoje mostrou empate na liderança em São Paulo com Boulos (PSOL) com 23%, Marçal com 22% e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também com 22%. Essa é a primeira pesquisa após o início do horário eleitoral.

Me chamou atenção a recuperação do prefeito Ricardo Nunes. Ele tinha na pesquisa anterior oscilado negativamente tanto na pesquisa espontânea quanto na estimulada, e voltou mais ou menos para o patamar que ele estava antes da ascensão do Pablo Marçal. Houve uma troca de votos, mas não é uma troca apenas entre o Marçal e o Ricardo Nunes. Tem que colocar nesse pote o Datena. Se a gente olhar um pouco para trás ele está derretendo. Ele tinha 14% na estimulada, foi para 7% e continua com 7%, enquanto a Tabata tinha 7%, foi para 8%, foi para 9%. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Indo para o que interessa: o Marçal bateu no teto. Daqui para frente para ele continuar tendo aquela arrancada que ele teve, se a gente olhar a intenção de voto estimulada dele ele saiu de 14% para 21%, para [depois] 22%. Quer dizer, antes ele tava em múltiplos de sete e agora oscilou só um ponto, que é literalmente a margem de erro. Não dá para falar nem que subiu ou caiu. Está parado.

José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Para Toledo, a estagnação de Marçal indica que seu eleitorado chegou no limite e que ele vai precisar mudar de estratégia se quiser crescer.

Isso mostra que o eleitorado potencial dele meio que já chegou no limite. Daqui para frente é outro tipo de campanha. Ele tem que convencer as pessoas pelas suas ideias, pelo o que ele simboliza, pelo o que ele representa, de que vale a pena votar nele. Não basta fazer palhaçada, não basta chamar atenção, pendurar uma melancia no pescoço que era a tática que ele vinha adotando até agora. Ele sabe disso. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Tanto sabe que na sabatina do UOL e para a Folha ele já teve um comportamento completamente diferente. Ele parou de fazer gracinha e tentou responder as perguntas para os jornalistas. O conteúdo é fraco, mas ele não hostilizou, não transformou em um show de horrores como costuma fazer quando aparece uma câmera na frente dele. Ele já percebeu que daqui para frente ele vai ter que mudar de atitude, vai ter que propor alguma coisa, chamar atenção e convencer o eleitor. Estamos mudando de fase na campanha.

José Roberto de Toledo, colunista do UOL

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Segundo Toledo, ter chegado ao teto, no entanto, não quer dizer que Marçal não tenha chances de ir para o segundo turno.

Teto não é o que ele tem de intenção de voto hoje, teto é o que ele apresenta na simulação de segundo turno. Ou seja, ele pode chegar ao segundo turno. Ele tem espaço para isso. Se ele conseguir calibrar o discurso bolsonarista e fazer o Bolsonaro finalizar que vai pular de canoa, ele pode crescer mais. Mas acho tudo isso difícil. Marçal é uma ameaça para o bolsonarismo. É primeira ameaça real de alguém que poderia roubar o bolsonarismo de Bolsonaro. Quem deve estar respirando aliviado com essa pesquisa é o Bolsonaro.

José Roberto de Toledo, colunista do UOL

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