Bastidores: equipe pede para Nunes não gritar, Marçal recusa água do debate

O temor da assessoria de Marçal é que alguém injetasse veneno na água. A assessoria de Marçal disse que, desde 2022, ele não come nem bebe nada que não tenha sido trazido pela própria equipe.

Campanha do candidato do PRTB também pediu para posicionar um segurança bem próximo a ele. A equipe já havia dito que iria cobrar reforço nas medidas de segurança após a cadeirada de Datena.

Bate boca entre Marçal e Nunes

Marçal e Nunes bateram boca no primeiro bloco. Cada um estava posicionado em um lado do palco, gritando um contra o outro. A apresentadora Amanda Klein ficou com os braços abertos, tentando conter os candidatos.

Assessoria do candidato à reeleição correu para trás das câmeras para pedir para o prefeito parar de gritar. Equipe fez sinais para que o bate boca parasse.

Já a equipe de Marçal estava muito nervosa, disse que preparou o candidato para ser mais propositivo. Mas falou que o candidato costuma seguir seus "sentimentos". Segundo a colunista do UOL Raquel Landim, pesquisas internas feitas pela campanha indicam que Marçal perdeu força entre os eleitores depois de levar uma cadeirada de Datena.

Assim que começou o intervalo, Guilherme Boulos (PSOL) cantou e dançou "ah, que isso, eles estão descontrolados". É um trecho de música do Bonde do Tigrão. O deboche ocorreu após Nunes tentar interromper uma resposta do psolista.

No intervalo, a equipe do prefeito deu bronca nele pelo bate-boca. Alertou que o candidato do MDB poderia ser expulso do debate e também pediu para Nunes não cair na provocação do Marçal. Aliados dele sempre o orientam a focar nos feitos de sua gestão.

No terceiro bloco, equipe do prefeito voltou a pedir para ele não perder o controle. Marçal havia citado que Nunes fora chamado de "bandido" pela esposa. Se referia a uma reportagem da Folha de S.Paulo, de abril deste ano, que revelou que a mulher de Nunes teria dito que era "casada com bandido" e ameaçado "chamar o PCC". O episódio teria ocorrido durante uma discussão em 2014. Nunes negou.

Nunes não se referiu ao ex-coach por Marçal, mas por "Pablo Henrique". Pablo Henrique é o nome que consta nos documentos da Polícia Federal levou à prisão de Marçal, em 2005, por participação em um esquema de fraudes bancárias em Goiás.

'Delírio' de jatinho

Tabata Amaral (PSB) ficou incrédula com a pergunta sobre supostos voos de jatinho para ver o namorado. Marina Helena (Novo) falou, sem apresentar provas, que a adversária viaja em jatinhos pagos de forma oculta para visitar o prefeito de Recife, João Campos (PSB).

O marqueteiro da candidata do PSB, Pedro Simões, deu risada quando Marina Helena falou dos jatinhos. Na réplica, a candidata do Novo chegou a detalhar cidades — disse que Tabata iria de jatinho até Feira de Santana (BA).

Tabata falou que a declaração era um "delírio". Ela afirmou que a última vez que visitou Feira de Santana era criança e foi de ônibus. "Com todo o respeito, aguarde um processo", respondeu a deputada.

Ao final, a candidata do PSB olhou para sua equipe e fez sinal de maluca, com o dedo girando ao lado da cabeça. Marina Helena continuou insistindo. Sua equipe relatou ao UOL que tem mais informações e que vai avaliar se mostra ou não.

No intervalo, Tabata foi conversar com Marina Helena e pediu retratação pública. Em entrevista ao UOL após o debate, a deputada disse que falou para a adversária que não vai processá-la caso ela se retrate publicamente.

Zap do Marçal

Boulos disse que foi o único que não recebeu mensagem de WhatsApp do Marçal. Fez referência a falas de outros candidatos que afirmaram terem sido procurados em privado pelo ex-coach — que se comportaria de forma gentil nas conversas particulares e partiria para o ataque em público.

Quando ouviu a fala do deputado federal, a equipe do Marçal comentou: "nem vai [receber mensagem], gratidão". O candidato do PSOL tinha dito que, se recebesse, iria bloquear.

O ex-coach comemorou a fala de Boulos e sinalizou pra equipe: "faz o corte". O candidato do PRTB é conhecido por fazer cortes das participações do candidato e dos rivais para postar nas redes sociais.

Datena abre a jaqueta

Datena foi ao debate vestindo uma jaqueta preta, em vez de terno e gravata. Foi também o único candidato que não usou nenhum adesivo com o seu número nas urnas.

Em sua fala final, Datena citou ameaças do crime organizado e disse que não tem medo de morrer. "Não adianta mandar recado, crime organizado, por outras pessoas, porque eu não tenho medo de bandido. Eu enfrento bandido de peito aberto. E ofereço minha vida pra proteger você. Não tenho medo de morrer".

Questionado pelo UOL se usava alguma proteção abaixo da jaqueta, Datena abriu a peça até a metade e mostrou o peito. "Sempre lutei contra o crime organizado na TV e nunca usei proteção. Estou de casaco porque está frio". Outros candidatos também reclamaram que o ar condicionado do estúdio estava forte.

*Participaram desta cobertura Ana Paula Bimbati, Anaís Motta, Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Diego Sarza, Fabíola Perez, Herculano Barreto Filho, Luca Machado, Natália Mota, Nathalia Florido, Marcelo Ferraz, Rafael Neves, Thaís Augusto, Saulo Pereira Guimarães e Silchya Rodrigues, do UOL; e Letícia Polydoro, em colaboração para o UOL