Reinaldo: Apoio firme a Nunes consolida a liderança de Tarcísio na direita

O colunista Reinaldo Azevedo disse no Olha Aqui! desta segunda (23) que o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se consolidou como uma liderança bolsonarista ao apoiar o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela reeleição e, assim, impedir que o coach Pablo Marçal (candidato pelo PRTB) endossasse os interesses da direita e da extrema direita.

Nós estamos vendo em São Paulo a disputa pela prefeitura de São Paulo e também uma tentativa de reorganizar a direita. O Nunes faz parte disso, pagou um preço, inclusive, pra isso. E, claramente, o que aconteceu, o que está acontecendo, é que o Tarcísio desponta como uma referência desse campo da direita e da extrema direita também, porque ele não é alheio aos valores da extrema direita. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo lembrou que, até antes dessa campanha, Tarcísio era um líder que se expressava de maneira ultraconservadora e reacionária, mas com autorização expressa de Jair Bolsonaro (PL).

A ascensão do Pablo Marçal [candidato pelo PRTB] em São Paulo bagunçou o coreto e o Bolsonaro, num primeiro momento, ele arregou. De fato, o Marçal diz coisas mais próximas do pensamento do Bolsonaro do que o Nunes vinha dizendo (...). E, num dado momento, sim, o Bolsonaro pensou em trair [o Nunes]. Isso é inequívoco. Ele recebeu Marçal, ele entregou medalha pra Marçal, ele se negou a entrar na campanha do Ricardo Nunes. Ele ficou com medo.

Enquanto os outros estrategistas, ou os outros pensadores do grupo disseram: 'Olha aqui, atenção'. O [senador] Ciro Nogueira (PP-PI) foi explícito a respeito: 'O Pablo Marçal não quer ser um de nós, ele quer o lugar do Bolsonaro'. O Bolsonaro também acha isso, basta olhar a situação. Qualquer pessoa minimamente capaz de ler o jogo vai entender que o Pablo Marçal não veio exatamente para dividir, ele veio para liderar — pelo menos na cabeça dele. Só que a reação do Bolsonaro foi uma reação de medo, e de composição. 'Ok, então está bom, aqui em São Paulo a gente faz essa composição'. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Para Reinaldo, Tarcísio soube ler o jogo para se tornar o principal fiador de Nunes.

O Tarcísio enxergou um pouquinho mais longe e disse: 'Não, esse cara não pode entrar e desestruturar uma aliança em São Paulo que, inclusive, que eu ajudei a formar'. Esse ônibus que o Nunes tem, aí tem bastante o dedo de Tarcísio. Foram várias as composições, inclusive, envolvendo o governo de São Paulo. Então, acho que o Tarcísio viu a chance e, por enquanto, está acontecendo isso — é claro que se tem uma disputa e, por qualquer razão, o Nunes não vai pro segundo turno, tudo isso desmorona. Mas, por enquanto, boa parte das pesquisas está indicando que, sim, o Tarcísio leu o jogo direito.

Então ele se credencia agora. Se antes ele tinha uma espécie de autorização expressa do Bolsonaro para ser um líder do campo da direita e da extrema direita, com esse episódio de São Paulo, digamos que ele passa a fazer isso por sua própria conta, pelos seus próprios méritos, vista a coisa do lado de lá. (..) . Então, o Tarcísio vira, sim, o fiador da candidatura Nunes, o principal fiador. E, portanto, ele receber as homenagens do Nunes e das outras lideranças políticas faz todo sentido, porque fosse por Bolsonaro, a essa altura, esse campo estaria endossando Pablo Marçal com tudo o que ele traz de incógnita, de dúvida, de jogo no escuro. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

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