Boulos minimiza desistência de Lula em ato em SP e diz ter 'apoio integral'
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) minimizou a desistência do presidente Lula (PT) nos atos de campanha que estavam marcados para o próximo sábado (28).
O que aconteceu
Boulos faria duas caminhadas com Lula no próximo sábado na região sul e leste da cidade. A justificativa oficial do presidente é uma viagem no domingo para participar da posse presidencial no México na terça-feira (1º de outubro). Conforme o UOL mostro o cancelamento da agenda com o psolista também tem o objetivo de evitar ciúmes de outros candidatos de esquerda pelo país.
"O apoio do presidente Lula é integral, ele está no nosso programa de TV", disse Boulos. O candidato afirmou que foi o único a receber a presença de Lula em eventos durante o período oficial de campanha. A declaração do psolista ocorreu nesta quarta-feira (25) após evento em que apresentou suas propostas de campanha para idosos ao lado da ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL).
Além de São Paulo, Lula só participou da convenção eleitoral em Fortaleza e São Bernardo do Campo. Membros do partido dizem que a presença de Lula poderia ser determinante em outras cidades, como Porto Alegre e Teresina, onde o partido deve ir ao segundo turno, segundo pesquisas eleitorais.
O presidente é esperado agora pela campanha de Boulos para a véspera do primeiro turno, em 5 de outubro. Ele e o psolista devem fazer uma caminhada no centro da capital paulista.
Boulos tenta colar sua imagem à do presidente para atrair voto do eleitor mais pobre. O candidato psolista tem 20% das intenções de voto do grupo que ganha até dois salários mínimos, enquanto Ricardo Nunes (MDB) lidera nesse eleitorado, com 31%, segundo o último Datafolha, divulgado em 19 de setembro.
O deputado lidera as intenções de voto entre quem votou em Lula em 2022. Segundo o último Datafolha, 48% dos lulistas disseram que vão votar em Boulos. Aliados do psolista avaliam que o índice é baixo e há margem para crescimento. Nunes tem 18% desse eleitorado.
Também estava previsto que Lula visitasse o ABC paulista, seu reduto eleitoral, neste final de semana. O plano era que ele fosse mais uma vez a São Bernardo do Campo, onde participou da convenção de Luiz Fernando (PT), e a Diadema, pela reeleição de José Filippi (PT). Essas agendas também foram canceladas.
O presidente Lula está conosco na campanha, vai continuar, foi a única campanha, aliás, que ele veio ao longo de todo esse processo eleitoral, já fez dois comícios conosco, ainda vai fazer mais no primeiro turno e no segundo turno.
Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo
'Agressão é resultado de ter dois candidatos bolsonaristas'
O psolista também falou da agressão que ocorreu no debate do Flow News e classificou a situação como "lamentável". "Isso é resultado de ter dois candidatos bolsonaristas na cidade de São Paulo, dois candidatos que estão mais preocupados em fazer guerra ideológica", disse Boulos.
A campanha de Nunes já havia criticado a declaração do psolista classificando a de "abjeta" e "execrável". "Manifestações como essa são inaceitáveis e só fortalecem a injustiça e a impunidade, favorecendo a ampliação de uma cultura de violência", diz nota da equipe do emedebista.
Ele rejeitou o fato de existir impacto positivo para sua campanha com a agressão de um adversário. No discurso para uma plateia, predominantemente, de idosos, o psolista criticou a gestão Nunes.
Boulos também adotou o discurso que Tabata Amaral (PSB) tem usado para os eleitores que têm "medo da mudança". "O que eles querem é gerar um sentimento de medo", disse o candidato do PSOL. "Como se a mudança fosse um risco. O risco é São Paulo ficar como está, largada, abandonada por um prefeito que não tem coragem."
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