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Reinaldo: Marçal tenta dar dimensão conceitual a pistolagem barata

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) tenta se utilizar de uma dimensão conceitual para explicar o que se trata de crime eleitoral, afirmou o colunista do UOL Reinaldo Azevedo neste domingo (6).

Marçal costuma se referir à criação de ondas, à economia da atenção e ao uso do poder das redes sociais como elementos da conquista de eleitores. Às vésperas da votação, o candidato publicou um laudo forjado contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL) e postou o documento falso no X, suspenso por decisão judicial.

Eu acho realmente curioso que eles tentam dar uma espécie de dimensão conceitual e teórica à pistolagem, a pistolagem mais barata. Na verdade, nós estamos falando de crime.
Reinaldo Azevedo

Para Reinaldo Azevedo, ficou claro desde o começo que Marçal não respeitaria as regras da campanha eleitoral, e a Justiça Eleitoral de São Paulo foi lenta em reconhecer as ilegalidades.

Houve, sem dúvida nenhuma, com todas as vênias, lenha da justiça e da ciência de São Paulo, em relação ao senhor. Pablo Marçal. As redes dele, desde sempre, desde o começo, deveriam ter sido retiradas do ar para valer [...] até o fim da eleição, porque estava claro que ele não iria respeitar as regras, inclusive no que diz respeito aos cortes remunerados. Isso persistiu quando ficou claro que era ilegal.

Existe o tempo da Justiça, mas, no tempo das redes sociais, o tempo da Justiça precisa ser o mesmo. Eu não acho que a candidatura dele já deveria ter sido cassada, isso certamente levaria um tempo. Mas a Justiça foi muito mole, por exemplo, em relação aos comportamentos dele nas redes sociais.

O colunista aponta, no entanto, que a reação foi rápida quando ele atingiu uma competência do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal Federal).

O Pablo Marçal foi indo, ele viu que nada acontecia, tudo batia com a sua teoria picareta das ondas ou o que não me tenha. Dizia assim: 'Ah, eu vou adiante, eu vou embora, ninguém vai mexer comigo'. Ele só se esqueceu, cometeu o erro de publicar essas baixarias contra o Guilherme Boulos, essas mentiras, ele resolveu publicar também no X, sendo que o X está fora do ar e havia o monitoramento --a pedido da PGR [Procuradoria Geral da República], é bom que se diga--, o chamado monitoramento do uso extremado do X .

A hora que ele fez isso, como a Polícia Federal está fazendo esse monitoramento, a Polícia Federal encaminhou ao Alexandre [de Moraes]. E aí muita gente pode falar, mas o que Alexandre tem a ver com a Justiça Eleitoral? Hoje, nada. Mas com o uso indevido do X, sim. Então, no âmbito desse processo que diz respeito ao X, ele deu 24 horas —deve se esgotar daqui a pouco— para que o senhor Pablo Marçal se explique.

A chance de ele ser cassado por crime eleitoral é gigantesca. É bom que fique claro. Ele está cometendo crimes e, portanto, ele tem que responder por isso. Reinaldo Azevedo

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Opinião

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