2 mulheres se elegem em capitais e superam número de 2020

Apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas nas capitais brasileiras no segundo turno das eleições municipais de 2024. Ainda assim o número é superior a 2020, que teve apenas uma: Cínthia Ribeiro (PSDB), reeleita em Palmas naquele ano.

O que aconteceu

Só 2 mulheres vão comandar capitais a partir de 2025. São Adriane Lopes (PP), em Campo Grande, e Emília Corrêa (PL), em Aracaju. No primeiro turno, 22 mulheres disputaram as prefeituras, mas nenhuma foi eleita em 6 de outubro nas capitais. Apenas sete delas passaram ao segundo turno.

15% disputaram prefeituras nestas eleições. No primeiro turno das eleições municipais, 717 foram eleitas prefeitas. O número representa um aumento de 9% em relação a 2020, quando foram escolhidas 658 mulheres para as prefeituras. Segundo o TSE, 44% foram reeleitas para o segundo mandato.

Petistas não conseguiram ganhar. Em Natal, a deputada Natália Bonavides (PT) perdeu a eleição para o também deputado Paulinho Freire (União), nome do prefeito Álvaro Dias (Republicanos). Já em Porto Alegre, a deputada Maria do Rosário (PT) foi derrotada pelo prefeito reeleito, Sebastião Melo (MDB).

Campo Grande teve disputa totalmente feminina. A prefeita Adriane Lopes (PP) foi reeleita após disputa com a ex-vice-governadora Rose Modesto (União). A atual prefeita assumiu o cargo em 2022, após a renúncia de Marquinhos Trad.

Aracaju escolheu uma mulher. A vereadora Emília Corrêa (PL) derrotou o ex-secretário Luiz Roberto (PDT), nome do Edvaldo Nogueira (PDT), e será a primeira prefeita da capital sergipana.

A disputa pela prefeitura de Porto Velho ficou entre a ex-deputada Mariana Carvalho (União) e o ex-deputado Léo Moraes (Podemos). A candidata quase venceu no primeiro turno e acabou perdendo a disputa neste domingo para Moraes.

Palmas teve segundo turno pela primeira vez. A deputada estadual Janad Valcari (PL), que estava cotada para ganhar em primeiro turno, enfrentou o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) e não conseguiu vencer.

Vice-prefeito ganhou em Curitiba. Eduardo Pimentel (PSD) venceu a disputa pela capital paranaense contra a jornalista Cristina Graeml (PMB). A candidatura dele foi patrocinada pelo atual prefeito, Rafael Greca (PSD), e pelo governador Ratinho Júnior (PSD).

Continua após a publicidade

3 mulheres que disputaram em outras 12 cidades foram eleitas. Elizabeth Schmidt (União) se reelegeu em Ponta Grossa (PR) ao derrotar Mabel Canto (PSDB), como em 2020. Em Olinda (PE), Mirella (PSD) derrotou Vinicius Castello (PT). Já em Uberaba, Elisa Araújo (PSD) venceu a disputa com Tony Carlos (MDB).

Só uma candidata transexual disputou o cargo de prefeita no primeiro turno. A deputada federal Duda Salabert (PDT) tentou a Prefeitura de Belo Horizonte, mas perdeu na primeira etapa.

Câmaras Municipais terão 10.646 vereadoras em 2025. Dessas, 4.923 são do centrão (46%) e 3.633 (34%) de direita. Somente 2.090 representam siglas de esquerda. Em 2020, foram 9.196 vereadoras eleitas (16%).

Pouco, mas avanço

Mulheres representam 15% das candidaturas para as prefeituras. É o maior percentual desde 2000 pelo menos, segundo o levantamento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) .

Distante do que o Brasil representa. O percentual, contudo, ainda está muito longe da proporção de mulheres na população brasileira, de 52%.

Continua após a publicidade

Percentual de candidatas a prefeita:

  • 2000: 8%
  • 2004: 10%
  • 2008: 11%
  • 2012: 13%
  • 2016: 13%
  • 2020: 13%
  • 2024: 15%

Maioria das candidatas a prefeita são brancas. O estudo revela que 62% das mulheres que disputaram prefeituras se declararam brancas. As candidatas têm, em média, 49 anos e 79% possuem ensino superior completo.

As principais ocupações declaradas entre as mulheres na disputa são: prefeita (14%) e empresária (8%). Advogadas representam 8%, e funcionárias públicas, 6%.

Centrão domina. Os dados mostram que aproximadamente 52% das candidatas a prefeita estão concentradas em partidos de centro: MDB (13%), PT (11%), PSD (10%), União (9%) e PL (9%).

Norte e Nordeste têm maior representatividade feminina. O percentual de mulheres na disputa pela prefeitura aumenta para quase 25% em Roraima e no Rio Grande do Norte, enquanto no Rio Grande do Sul fica em 10%. A participação das candidatas na corrida eleitoral é de 18% no Nordeste, 17% no Norte, 15% no Centro-Oeste, e 13% nas regiões Sudeste e Sul.

Continua após a publicidade

O levantamento mostra ainda que 18% das prefeitas concorreram à reeleição. Entre os homens, são 20%.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.