São Paulo repete resultado de 2020, com apenas centésimos de diferença
O resultado do segundo turno em São Paulo foi quase idêntico ao das eleições de 2020, com uma diferença de apenas 0,03 ponto percentual. Neste domingo, Nunes foi reeleito com 59,35% dos votos; Boulos teve 40,65%.
O que aconteceu
Quatro anos atrás, Bruno Covas (PSDB), que tinha Nunes como vice, obteve 59,38%; Boulos, 40,62%. Entre 2020 e 2024, o número de votos totais dos candidatos variou, porque a quantidade de eleitores mudou e a de abstenções e votos brancos e nulos também. Mas, em votos válidos, o cenário ficou praticamente inalterado.
É a primeira vez que São Paulo registra percentuais tão parecidos em eleições seguidas. Em todos os pleitos com segundo turno na capital paulista, os resultados foram bastante diferentes.
Apesar do placar quase idêntico, o contexto eleitoral mudou: este ano, Boulos teve mais dinheiro para a campanha. O candidato do PSOL obteve R$ 81 milhões em receitas eleitorais, a maior parte repassada pelo PT (R$ 55 milhões). A declaração de gastos ainda não foi finalizada. Se usar todo o orçamento, o gasto da campanha de Boulos terá sido quase 10 vezes maior do que na eleição de 2020.
Além disso, este ano, a candidatura de Boulos contou com o apoio do presidente. Em 2020, era Jair Bolsonaro (PL) que estava no comando do país. O então presidente não apoiou Bruno Covas, que declarava ter postura contrária a Bolsonaro. O candidato foi apoiado pelo então governador João Doria (PSDB).
Entre as duas eleições municipais, Boulos também foi eleito o deputado federal mais votado do país. O resultado para o legislativo não impulsionou a candidatura para prefeito.
Já Nunes, que era desconhecido por 60% dos eleitores até o início do ano passado, reforçou gastos públicos. Houve aumento exponencial de obras emergenciais — muitas com indícios de conluio, como mostrou investigação do UOL. O prefeito também instituiu a tarifa zero nos ônibus municipais aos domingo.
O prefeito recebeu apoio de Bolsonaro, que indicou o vice da chapa: Mello Araújo, o coronel aposentado da PM. No primeiro turno, o apoio de Bolsonaro foi oscilante, com aliados do ex-presidente defendendo a candidatura de Pablo Marçal (PRTB), também à direita.
Veja o placar do segundo turno nas eleições anteriores:
- 2016 - não houve segundo turno
- 2012 - Fernando Haddad (PT): 55,57%; José Serra (PSDB): 44,43%
- 2008 - Gilberto Kassab (DEM): 60,72%; Marta Suplicy (PT): 39,28%
- 2004 - José Serra (PSDB): 54,86%; Marta Suplicy (PT): 45,14%
- 2000 - Marta Suplicy (PT): 58,51%; Paulo Maluf (PPB): 41,49%
- 1996 - Celso Pitta (PPB): 57,37%; Luiza Erundina (PT): 34,74%
- 1992 - Paulo Maluf (PDS): 52,19%; Eduardo Suplicy (PT): 37,67%
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