Conteúdo publicado há 25 dias

Padilha: Sem punição, fala de Tarcísio contra Boulos gera 'jurisprudência'

O ministro das Relações Institucionais do governo Lula (PT), Alexandre Padilha, disse que a associação feita pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) entre supostos votos do PCC e Guilherme Boulos (PSOL) precisa ser analisada "com rigor". Caso contrário, questão deixa o risco de uma "jurisprudência" no país.

Padilha criticou Tarcísio durante o UOL News desta segunda-feira (28). Para ele, se o governador tinha conhecimento de qualquer possível indicação de voto, deveria ter comunicado às autoridades primeiro, e não divulgado à imprensa no dia da eleição.

É de uma gravidade absurda e eu torço para que o Judiciário analise a situação com rigor, senão vira terra sem lei no país. Se no Estado mais rico do país o governador se acha no direito de no dia da eleição cometer um crime como esse e nada é feito, isso começa a gerar quase uma 'jurisprudência'.

Se ele está identificando um crime eleitoral acontecendo desse nível, sendo o chefe da Polícia Militar, o chefe da Polícia Civil, o chefe do sistema penitenciário no nosso estado de São Paulo, se ele interceptou algo, tinha que encaminhar direto para o Tribunal Regional Eleitoral, senão é prevaricação.
Alexandre Padilha

Padilha: lideranças da esquerda precisam ser trabalhadas para o futuro

Na entrevista, o ministro também refletiu a respeito do posicionamento da esquerda e do PT após as eleições.

Para Padilha, embora o PT esteja na "zona de rebaixamento" em relação ao total de prefeituras conquistadas, há nomes do partido e do campo progressista para serem trabalhados para o futuro. Como exemplo, ele citou o prefeito do Recife, João Campos (PSB), a deputada federal Natália Bonavides, segundo lugar na disputa por Natal, e a vereadora de São Paulo Luna Zarattini (PT).

As pautas do futuro, para o ministro, passam por entender por que o eleitor não tem visto os candidatos progressistas como interessantes.

Em várias regiões do país, retomar o protagonismo das cidades passa, sim, por uma leitura de como dialogar com os segmentos da juventude. Não tenho dúvida nenhuma que esse é um ponto importante [...] para entender mais por que esses trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo essa faixa que vai de dois salários mínimos a 10 salários mínimos, no momento de votar na eleição municipal não tem visto os nomes do PT como seus representantes para votar.

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Uma parte muito importante é compreender como se organizam esses trabalhadores e trabalhadoras. Esses novos são diferentes dos trabalhadores formais das fábricas, diferentes dos trabalhadores formais do serviço público. Então, tem uma mudança nessas grandes cidades que é um desafio importante.
Alexandre Padilha

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