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Evo Morales expulsa embaixador norte-americano da Bolívia e diz não temer EUA

Do UOL Notícias* Em São Paulo

10/09/2008 19h41

O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou nesta quarta-feira (10) que Philip Goldberg, embaixador norte-americano no País, é "persona non grata" no território boliviano e encarregou o chanceler David Choquehuanca a tarefa de notificar o diplomata a se retirar imediatamente da Bolívia e regressar aos Estados Unidos, em conformidade com a legislação e os princípios diplomáticos.

"Sem temer ninguém, sem medo do império (EUA), daqui para frente o povo boliviano declara o senhor Goldberg pessoa não grata", declarou o Evo no Palácio Quemado. "Não queremos separatistas ou pessoas que conspirem contra a unidade e que violem a democracia", afirmou o presidente boliviano sob aplausos.

Em seu pronunciamento, Evo Morales fez uma denúncia contra Goldberg, alegando que o diplomata norte-americano comandou a missão norte-americana em Pristina, no Kosovo e ali consolidou um foco separatista.

Morales também afirmou que a sua decisão é uma homenagem ao histórico de luta do povo boliviano contra o neoliberalismo e todas as formas de ingerência externa e convocou os movimentos sociais e a população boliviana a defender a unidade do País.

"É obrigação do Governo Nacional e do povo boliviano defender a unidade nacional", disse o presidente. "Só o povo organizado pode recuperar a democracia, posta em xeque pelos separatistas", concluiu.

Onda de protestos
Logo após o líder oposicionista Branco Marinkovic retornar dos Estados Unidos, na última terça-feira (9), levantes de autonomistas promoveram diversos ataques contra representações oficiais do Estado.

Por volta das 12h da terça, os chamados unionistas marcharam pelo centro da cidade de Santa Cruz até o edifício dos Impostos Nacionais, onde furtaram e destruíram boa parte da infra-estrutura do local. Os protestos continuaram no edifício do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA) e nas instalações da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel).

Em várias regiões da Bolívia, como Sucre (capital de Chuquisaca), Trinidad (Beni) e Cobija (Pando), foram registrados ataques contra infra-estruturas estatais. No sul do País, um atentado contra um gasoduto provocou a diminuição de 10% do gás enviado ao Brasil, de acordo com Santos Ramírez, presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

*Com informações das agências internacionais