Primeiro-ministro japonês diz que situação em usina nuclear é "muito imprevisível"
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, admitiu nesta sexta-feira que a situação na central nuclear de Fukushima continua sendo "muito imprevisível".
"A situação atual continua sendo muito imprevisível. Estamos atuando para impedir que a situação piore. Precisamos continuar extremamente vigilantes", declarou Kan em uma entrevista coletiva.
Segundo Kan, a condição atual da usina nuclear de Fukushima "ainda não nos permite ter qualquer otimismo'. "Nós faremos o máximo para impedir que a situação se deteriore ainda mais", disse o premiê.
A usina sofreu graves danos com o terremoto de magnitude 9 seguido por um tsunami, ocorrido no último dia 11. O sistema de refrigeração dos reatores acabou sendo desligado, trazendo risco de vazamento de material radioativo.
"Eu sinceramente peço desculpas a (...) fazendeiros e produtores de leite pelos danos severos (causados pela crise nuclear). Nós daremos o máximo para compensar pelos prejuízos e dar-lhes apoio", afirmou Kan.
Novo problema em reator
Segundo a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra a usina, o vaso do reator 3 da central nuclear de Fukushima, que contém as barras de combustível, pode estar danificada.
A agência de segurança nuclear do Japão disse que não há informações que indicam a existência de uma ruptura no reator. Três trabalhadores sofreram queimaduras de radiação decorrentes do contato com a água no reator 3 da usina.
"[A ruptura] Poderia ser de operações de ventilação e poderia haver algum vazamento da água dos canos ou das válvulas, mas não há dados que sugerem uma rachadura", disse uma autoridade da agência nuclear do Japão.
Hidehiko Nishiyama, porta-voz da empresa, disse que não há dados, como nível de pressão, que indiquem um possível dano no núcleo do reator. “Ainda é incerto como o vazamento aconteceu”, disse à imprensa.
A Tepco avalia que as operações deresfriamento do reator podem durar pelo menos mais um mês. "Ainda estamos avaliando os danos na usina e não podemos fixar uma data para retomar o funciomanento do equipamento de refrigeração. Pode levar mais de um mês, quem sabe", disse Nishiyama à AFP.
Áreas próximas da usina de Fukushima
O governo japonês pediu aos moradores de um raio de 20 a 30 quilômetros próximo da usina de Fukushima que permaneçam em casa e com as janelas fechadas. A medida serve como forma de proteção contra a radiação da usina nuclear de Fukushima, após acidente com os reatores
Ainda nesta sexta, a Agência de Segurança Nuclear do Japão disse que não descarta a possibilidade de elevar o nível de gravidade do acidente em Fukushima, atualmente em 5, em uma escala de 0 a 7.
Contaminação
Enquanto o problema em Fukushima não é resolvido, o receio da contaminação de alimentos continua. A venda de leite e de algumas verduras continua proibida nas províncias próximas a Fukushima.
O Ministério da Saúde também reforçou o controle sobre o peixe e marisco pescados na altura da usina.
Devido ao risco de contaminação, até a pesca em Tsukiji, o maior mercado de peixe do mundo, localizado na baía de Tóquio, diminuiunos últimos dias.
Evacuação
O governo japonês sugeriu nesta sexta-feira que os moradores num raio de 20km a 30km da usina de Fukushima deixem suas casas de forma voluntária.
Segundo Yukio Edano, porta-voz do governo, a medida é para facilitar o acesso destas pessoas a produtos de primeira necessidade, e não tem relação com a questão da segurança ou contaminação radioativa.
“A distribuição de produtos está afetada e isso dificulta a sobrevivência por um longo período de tempo”, disse Edano a jornalistas.
Segundo a agência de notícias Kyodo, as empresas de distribuição alegaram que motoristas têm medo de se expor à radiação e por isso resistem a ser enviados ao local.
O governo japonês garantiu total assistência e colocou à disposição transporte e abrigo. No entanto, Edano afirmou que não há intenção de expandir a área de evacuação, que até o momento é de 20km de distância da usina nuclear.
*Com informações da AFP e BBC
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