Brasileiro preso no Paquistão diz que invadiu mesquita por "ordem de Deus"
O bacharel em Direito brasileiro Rodrigo Moreto Cubek, de 30 anos, disse nesta quarta-feira (25) que pretendia divulgar a mensagem de uma santa ao invadir uma mesquita paquistanesa. A justificativa dele é que faz tudo isso por fé em Nossa Senhora. “Levei a imagem sob a ordem de Deus”, disse. “Também não me arrependo”. Cubek foi preso em Islamabad, no Paquistão, depois de mostrar, no último dia 13, a imagem da Virgem Maria e gritar durante as orações na Mesquita de Faisal, uma das principais do país.
Segundo Cubek, esta não foi a primeira vez que ele entrou em mesquitas portando a imagem da santa. “Em 2008 fui a Teerã, no Irã, e fiz a mesma coisa e não aconteceu nada", disse ao UOL Notícias. Ele contou que a viagem foi planejada para divulgar a mensagem de Nossa Senhora em seu santuário em Medjugorje, na Bósnia.
Cubek diz que imagens representando Deus ou santos são consideradas blasfêmias no Islã. “Sabia e não tenho intenção de ofender. Tanto que antes de ir para Islamabad estive em Peshawar e Quetta, as cidades mais perigosas do Paquistão, e não aconteceu nada disso”, disse.
"Não tenho problemas mentais"
Cubek disse estar surpreso com a repercussão do caso no Brasil. “Não tinha noção do que estava acontecendo aqui. Fiquei quase 30 dias incomunicável. Depois que fui solto, só tive acesso a internet em Dubai, na viagem de volta, mas foi muito rápido", disse.
O que mais impressionou o brasileiro foram versões sobre o que aconteceu no Paquistão. “Disseram que eu não tinha visto de entrada ou que ele estava vencido. O que não é verdade. Também que tenho problemas mentais, que tomo remédios controlados e sou louco”, disse.
O brasileito foi liberado no dia 19 de maio após pagar fiança de US$ 1.180 (aproximadamente R$ 1.920), e teve que custear as próprias despesas para voltar para Curitiba. Cubek foi acusado de causar perturbação em local público e estimular a animosidade. O ato do brasileiro é considerado blasfêmia pela Justiça paquistanesa e ofensa grave, alvo de punições severas pelas leis locais.
O processo para libertar Cubek foi negociado pelo embaixador brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores informou ter mantido o assunto sob sigilo por questão de segurança. Cubek chegou ontem ao Brasil.
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