Chavistas pedem que presidente seja sepultado em mausoléu destinado a heróis da pátria
A multidão reunida na praça Bolívar de Caracas em homenagem ao presidente Hugo Chávez, após o anúncio de sua morte na terça-feira (5), gritava em uníssono as palavras de ordem "Ao Panteão, ao Panteão".
O clamor para que os restos mortais do líder que comandou a Venzuela nos últimos 14 anos fossem sepultados no Panteão Nacional encontrou eco em declarações do ministro da Defesa, Diego Molero, e do ex-prefeito da capital Caracas Freddy Berna, segundo publicou nesta quarta-feira (6) o jornal venezuelano "Últimas Noticias".
O Panteão é a antiga igreja da Santíssima Trindade de Caracas, transformada em 1874 em um monumento para abrigar os restos mortais dos herois da independência do país e de grandes personalidades nacionais. O local abriga os restos mortais de Simón Bolívar, herói nacional que lutou pela independência do país.
"Tenho recebido milhares de mensagens pedindo que os restos mortais de Chávez estejam no Panteão Nacional. Sobram qualidades [a Chávez]. Por que não sepultar este grande homem no Panteão Nacional", afirmou o ministro da Defesa.
"A altura política do comandante Chávez e sua dedicação à pátria lhe deram seu posto ao lado do libertador Simón Bolívar no Panteão", disse o ex-prefeito Bernal, na rede social Twitter.
O "Últimas Noticias" diz que segundo a Constituição da Venezuela a decisão sobre quem será sepultado no Panteão cabe ao Congresso Nacional. A indicação dos nomes pode ser feita pelo presidente, por dois terços dos governadores de Estado, ou ainda por dois terços dos reitores das universidades nacionais.
A Constituição da Venezuela diz que podem ser sepultados no local os "venezuelanos e venezuelanas ilustres que tenham prestado serviços eminentes a República, depois de transcorridos 25 anos de seu falecimento".
Funeral
O governo venezuelano, que decretou luto oficial de sete dias no país, realizou na manhã desta quarta-feira (6) o translado com o corpo de Chávez do Hospital Militar de Caracas até a sede da Academia Militar da Venezuela, onde será velado durante três dias. O governo não divulgou o local do enterro.
As homenagens a Chávez começaram durante a manhã com 21 tiros de canhão disparados em todas as unidades militares da Venezuela.
"[O caixão] será escoltado por quatro [militares] em cavalos. Cerca de 15 metros adiante, um outro cavalo será conduzido por um oficial a pé das Forças Armadas. O animal [sem ninguém montado nele] representará o chefe que não está mais conosco", detalhou o ministro da Defesa, Diego Molero Bellavia.
Ele disse ainda que canhões serão disparados a cada hora em todo o país até o dia do enterro de Hugo Chávez.
O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, explicou, em pronunciamento transmitido pela TV, que a academia foi o local escolhido para a despedida por ser "o berço da revolução bolivariana" e "o lugar onde nasceu o presidente Chávez", como o próprio chefe de Estado manifestara.
Jaua indicou que a transferência será "acompanhada por todo o povo" e passará, entre outros locais, pela avenida dos Próceres, no oeste da cidade, cenário de diversos desfiles militares.
Morte
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira (5), vítima de um câncer na região pélvica, com o qual convivia há um ano e meio.
Desde que sua enfermidade foi diagnosticada, em junho de 2011, Chávez passava longos períodos em Cuba, onde tratava a doença.
O anúncio oficial da morte de Chávez foi feito por volta das 17h25 no horário local (18h55 no horário de Brasília) desta terça-feira (5) pelo vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro. No mesmo pronunciamento, Maduro confirmou que Chávez morreu às 16h25 (17h55h no horário de Brasília).
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