ONG argentina apoiada pelo papa acusa Zara de contratar confecções com trabalho escravo
A ONG argentina La Alameda acusa a grife multinacional espanhola Zara de contratar três fornecedores em Buenos Aires que submetem imigrantes a condições de trabalho análogas à escravidão. Além da empresa espanhola, a ONG também acusa duas grifes argentinas, a Cara e Cruz e a Ayres da mesma prática.
As três confecções foram fechadas pela prefeitura da capital argentina depois que foram constatadas condições degradantes de trabalho, como falta de higiene, insegurança e ausência de licença de funcionamento.
A La Alameda se dedica a combater o trabalho escravo e a defender direitos humanos. A organização sempre teve apoio explícito ex-arcebispo de Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio, atualmente papa Francisco.
No último dia 27, a ONG realizou um escracho --protesto cujo objetivo é expor o alvo-- em frente a uma loja da Zara no centro de Buenos Aires. A entidade também encaminhou pedido a um tribunal federal para que investigue a relação das grifes com as confecções.
Em nota, a Zara afirmou estar indignada com a denúncia e disse desconhecer os problemas apontados pela ONG. A empresa afirmou ainda que adota política de “tolerância zero” frente a situações como essas.
“Fazemos auditorias regulares aos 60 fornecedores que temos na Argentina. Nos últimos dois ano fizemos 300 auditorias e constatamos que eles cumprem com as normas de conduta que nós estabelecemos”,
O portal da sucursal espanhola da rede norte-americana CNN disse que a Cara e Cruz afirmou não ter recebido qualquer notificação oficial sobre os fornecedores.
Denúncia no Brasil e lucro recorde
Em agosto de 2011, por três vezes equipes de fiscalização do governo federal flagraram em São Paulo trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa da Zara. O caso teve repercussão internacional e obrigou a multinacional a trocar de fornecedores no Brasil.
Em 2012, o grupo espanhol Inditex, dono da marca Zara, voltou a registrar um lucro recorde, apesar da recessão na Europa, com uma alta em ritmo anual de 22%, a € 2,361 bilhões, graças a sua expansão, principalmente na Ásia.
O volume de negócios também subiu, 16%, a 15,946 bilhões de euros e seu excedente bruto operacional (Ebitda) avançou 20%, a 3,913 bilhões de euros, no exercício de 2012, encerrado em 31 de janeiro.
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