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Eu não sabia, diz Obama sobre escândalo envolvendo Receita e Tea Party

Obama, anunciou a renúncia do chefe da Receita (IRS, na sigla em inglês) na quarta-feira (15) - Michel Reynolds/EFE
Obama, anunciou a renúncia do chefe da Receita (IRS, na sigla em inglês) na quarta-feira (15) Imagem: Michel Reynolds/EFE

16/05/2013 16h16

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (16) que não sabia sobre o escândalo envolvendo a Receita do país, acusada de dificultar pedidos de isenção fiscal de grupos republicanos e ligados ao Tea Party, que faz oposição a Obama. O caso provocou a demissão do chefe do Fisco na quarta-feira (15)

"Certamente que eu não sabia de nada. Considero inaceitável até mesmo a insinuação de que houve partidarização (nas decisões da Receita sobre isenções fiscais)", afirmou o presidente americano, na Casa Branca. "No minuto em que eu soube disso, nosso foco foi em resolver o problema."

"Assad precisa sair. Vamos continuar pressionando o regime e trabalhando com a oposição do país para permitir uma Síria democrática sem Assad", disse Obama. Segundo ele, somente "livre da tirania de Assad" a Síria pode voltar a ser uma "fonte de estabilidade, e não de extremismo". 

Obama então falou em primeira pessoa para reforçar sua afirmação de que desconhecia o procedimento. 

"Eu sou uma pessoa pública. Se uma administração começar a usar leis que permitam isso no futuro, estamos todos condenados. Não importa se você é democrata ou republicano, o que nós esperamos é completa neutralidade", afirmou.

Segundo Obama, o governo se certificará de "identificar quaisquer assuntos estruturais ou administrativos para impedir" episódios semelhantes no futuro.  

Palavras-chave

O escândalo explodiu quando veio à tona que oficiais que avaliam os pedidos de status de isento de organizações se concentraram em grupos que incluíssem palavras como "Tea Party", ou "Patriots", ligados aos republicanos e opositores ferrenhos de Obama.

O congressista republicano Darrell Issa disse à rede "CNN" que Obama deu um "primeiro bom passo" e prometeu uma rígida investigação por parte do Congresso. "O presidente encontrará parceiros com muita boa vontade no Capitólio (Congresso)", garantiu.

"Acho que, nesse caso, vamos acreditar em sua palavra, no sentido de que ele quer ser aberto e transparente para consertar o sistema e estabelecer novos controles", completou Issa.

Já o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, ressaltou que a polêmica está longe de terminar. "Estamos decididos a obter respostas para garantir que esse tipo de intimidação não volte a acontecer no IRS ou em qualquer outra agência", frisou.

Na quarta-feira (15), o procurador-geral Eric Holder compareceu a uma audiência na Câmara de Representantes, onde foi submetido a uma sabatina dos congressistas republicanos. Em seu testemunho, Holder prometeu uma investigação nacional sobre as denúncias.

"Os fatos nos levarão para onde tiverem de nos levar", disse Holder, garantindo que a investigação irá além da cidade de Cincinnati, no estado de Ohio, local das denúncias de violação fiscal.