EUA admitem que drones mataram quatro cidadãos norte-americanos
A administração do governo Barack Obama reconheceu formalmente, nesta quarta-feira (22), que os Estados Unidos mataram quatro norte-americanos em ataques usando drones (aeronaves não tripuladas) no Iêmen e no Paquistão, segundo divulgado pelo jornal "The New York Times". Três deles não eram alvo da operação com os drones.
Em uma carta direcionada a líderes no Congresso, obtida pelo jornal americano, o procurador-geral Eric H. Holder Jr. divulgou que o governo havia matado deliberadamente Anwar al-Awlaki, um clérigo muçulmano radical, durante um ataque de drone no Iêmen, em setembro de 2011. A responsabilidade pela morte de Awlaki nunca foi admitida pelo governo norte-americano até então.
No documento ao que o jornal teve acesso, Holder diz que não foram as palavras de Awlaki incitando a violência contra norte-americanos que levaram os EUA a matá-lo, mas suas ações diretas em planejar ataques.
Awlaki é apontado como o mentor de uma tentativa de atentado à bomba a um avião americano, em 25 de dezembro de 2009, que teria tido “papel decisivo” em um plano de ataque à bomba, em outubro de 2010, a aviões de carga com destino aos EUA. “A decisão de derrubar Awlaki foi legal, foi considerada e foi justa.”
A carta também dizia, de acordo com o "The New York Times", que os Estados Unidos tinham matado três outros cidadãos norte-americanos: Samir Khan, morto no mesmo ataque em que Awlaki foi atingido; o filho de Awlaki, Abdulrahman al-Awlaki, também morto no Iêmen; e Jude Mohammed, morto em um ataque no Paquistão. “Esses indivíduos não eram alvos específicos dos EUA”, escreveu Holder no documento.
A morte de Mohammed não havia sido confirmada pelo governo até esta quarta-feira, mas já tinha sido repercutida pela imprensa local em Raleigh, cidade no Estado da Carolina do Norte, onde ele morava.
Durante um discurso na Northwestern University Law School, no ano passado, Holder explicou que, para o governo americano, cidadãos considerados terroristas operacionais, que se colocam como uma “ameaça iminente de ataque violento” e cuja captura é inviável devem ser alvos. Isso foi depois colocado em um documento fornecido ao Congresso no ano passado, que acabou sendo "vazado" no início de 2013.
O presidente Barack Obama anunciou a morte de Anwar al-Awlaki em 30 de setembro de 2011, creditando a ação a agências de inteligência norte-americanas, mas sem reconhecer explicitamente que Awlaki tinha sido morto em um ataque dos Estados Unidos.
* Com informações no New York Times
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.