Responsável por vazamento sobre espionagem dos EUA procura asilo
Edward Snowden, ex-técnico da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) e ex-consultor da Agência Nacional de Inteligência (NSA, em inglês) que assumiu o vazamento de dados de espionagem nos Estados Unidos, disse neste domingo (9) em uma entrevista ao jornal "Washington Post" que pensa em buscar asilo.
"Tenho a intenção de pedir asilo a qualquer país que acredite na liberdade de expressão e se oponha a que a privacidade global seja a vítima", afirmou Snowden.
O técnico revelou voluntariamente que é a fonte utilizada pelos jornais britânico "The Guardian" e norte-americano "The Washington Post", que revelaram dois programas de espionagem que permitem consultar diariamente registros de ligações nos Estados Unidos e extrair informação de servidores de gigantes da internet com o objetivo de espionar estrangeiros suspeitos de terrorismo.
Snowden está atualmente em Hong Kong, para onde viajou em 20 de maio após deixar seu trabalho como consultor da NSA no Havaí uma vez colhida a informação e copiados os documentos recentemente divulgados.
Snowden disse ao "The Washington Post" que não vai se esconder e que "permitir que o governo norte-americano intimide seu povo com ameaças de represálias por revelar más ações é o oposto de interesse público".
O diretor nacional de Inteligência, Jamer Clapper, falou no sábado (8) que a NSA pediu ao Departamento de Justiça uma investigação para determinar o responsável ou os responsáveis pelos vazamentos e as consequências penais desses fatos, que disse afetarem seriamente a luta antiterrorista dos EUA.
Snowden explicou que não se arrepende de ter divulgado a informação classificada como "altamente secreta" e acredita que o vazamento fez com que os norte-americanos agora entendam "que têm o poder de decidir por eles mesmos se estão dispostos a ceder sua privacidade a um estado de vigilância constante".
Identidade revelada
O engenheiro da computação de 29 anos trabalhou durante quatro anos para a NSA como empregado de várias companhias beneficiárias de contratos de defesa, sendo a última delas Booz Allen Hamilton, da qual teve acesso à informação secreta.
O jovem esteve uma década ligado à inteligência norte-americana, primeiro como engenheiro da computação da CIA, baseado em Genebra, e depois como consultor em várias empresas externas de defesa que colaboram com a NSA, segundo revelou ao "The Guardian".
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