"Eu não sou um monstro", diz sequestrador de Cleveland no tribunal
Ariel Castro, que se declarou culpado na semana passada pelo sequestro, estupro e espancamento de três mulheres em Cleveland, cidade do Estado de Ohio (EUA), disse que não ‘é um monstro’ nesta quinta-feira (1º) durante audiência no tribunal do condado de Cuyahoga, em Ohio, que determinará sua sentença de prisão.
Sempre frio e esboçando pouca reação, Castro disse ainda que a "maioria das relações sexuais eram consensuais” e que na casa "havia muita harmonia".
Pouco antes, uma das vítimas Michelle Knight, 32, falou a corte e disse que Castro "vai morrer um pouco a cada dia" pelo que fez e que ele a fez viver 11 anos em um inferno.
Castro disse ainda não ser uma pessoa violenta e pediu às mulheres que sequestrou que "o esqueça".
“Não sou um monstro, violento com as mulheres, sou uma boa pessoa.”
Ele chegou dizer ainda que o FBI teria induzido as mulheres a dar depoimentos negativos sobre ele.
“Não sou um predador violento”, disse.
A sentença de Castro vem depois de ele ter aceitado, na última sexta-feira (26), um acordo proposto pela acusação, que o livra da pena de morte, mas o leva à prisão perpétua pelas mais de 900 acusações a que responde.
Além da condenação à prisão perpétua, o acordo prevê um adicional de mil anos de cadeia, sem direito à liberdade condicional. Com isso, Castro, 53, não testemunhará e se declarará culpado por 937 acusações.
Castro também concordou em pagar US$ 22.268,83 (R$ 50,8 mil) para um banco do condado que vai demolir sua casa.
Entenda o caso
As três vítimas de Castro - as jovens Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight - conseguiram escapar em maio deste ano da casa de Castro, onde foram mantidas em cativeiro por dez anos. Castro foi preso logo depois de Berry chamar a polícia pelo telefone de um vizinho.
Desaparecidas entre 2002 e 2004, quando tinham 14, 16 e 20 anos, todas aceitaram caronas de Castro, um ex-motorista de ônibus.
Durante o período de cativeiro, Castro se aproximou da família de uma de suas reféns e chegou a participar de uma vigília organizada quando ela estava sumida.
O ex-motorista também é acusado de provocar ao menos cinco abortos em uma das mulheres, que foi espancada e passou fome até perder os bebês.
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